Conselho do Turismo promove inspeção nas obras do MIS de Tatuí

Reunião ordinária do Comtur acontece junto ao futuro museu local

Museu da Imagem e do Som ainda precisa de recurso (foto: Juliana Jardim)
Da reportagem

Na tarde de terça feira, 3, o Conselho Municipal de Turismo (Comtur)realizou reunião ordinária para atualizar o andamento do plano museológico do MIS de Tatuí.

O encontro ocorreu nas obras do Museu da Imagem e do Som, segundo o presidente do conselho, César Augusto de Araújo, em razão de o órgão ter recebido um ofício da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo.

Assinado pelo auditor Antônio Vaz Serralha, diretor do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos), o documento indicava que as obras “não estariam finalizadas, ou não estariam em andamento”.

“Elas seriam recolhidas (as verbas) ou bloqueadas. Então, tomamos essa iniciativa de marcar uma reunião no local para fiscalizar as obras, para que o departamento de convênios da prefeitura tenha subsídios para levar para a auditora, relatando que as obras estão em andamento”, explicou.

No dia da visita, junto às das obras, não havia trabalhadores, o que Araújo explicou como algo devido à desistência da empreendedora responsável, deixando o prédio inacabado.

“Aqui no museu, a empresa que estava trabalhando declinou. Então, será necessária a contratação de uma nova empresa. Não sei se a prefeitura fará uma nova licitação ou contratará uma outra, porque a verba está disponível”, relatou.

Ele disse que, ao contrário do prédio do MIS, a construção do Memorial do Rugby 1928 tem uma empresa trabalhando nele, embora tenha apontado o ritmo como “lento”. “Mas, a obra está em andamento”, acentuou.

Araújo ainda lembrou que a empresa responsável pelo MIS desistiu na última etapa do projeto e que a verba destinada à finalização dessa fase é de R$ 120 mil. A empresa, segundo ele, havia dito que, “para eles, não interessava mais, porque o dinheiro não é suficiente”.

Segundo o conselho, as obras do MIS foram divididas em etapas: o anexo fez parte da primeira fase, na qual foi aplicado recurso oriundo da Adtur (Associação de Desenvolvimento Turístico), por meio do programa MIT (Município de Interesse Turístico), no valor de R$ 315 mil.

Para a fase que contemplou a restauração do prédio, foram destinados R$ 528 mil e, por fim, na etapa do Rugby, a qual está sendo executada por meio de recursos disponibilizados pelo estado, foi injetado o valor de R$ 615 mil, acrescido de uma contrapartida da prefeitura de R$ R$ 234 mil.

O diretor do Departamento Municipal de Cultura, Rogério Vianna, justificou a demora da finalização da segunda etapa do prédio em razão de ser uma fase mais complexa. “Ele é um prédio histórico para nossa cidade, então, precisa ter um olhar de restauro”, salientou.

Para o início da etapa expográfica – que compõe a montagem de todo o acervo material do interior do museu –, Vianna explicou que ainda é necessário angariar um recurso de R$ 400 mil, além do que já foi destinado para o MIS.

Essa fase do projeto, explicou, foi executada por meio da Lei Rouanet e patrocinada pelas empresas Sorocaba Refrescos, Cooperativa de Consumo (Coop) e Fadel Transportadora.

Ele contou que o Itaú Cultural, empresa da família Setúbal, injetou R$ 200 mil nessa etapa. “Nós estamos tendo essa parte que está vindo agora, para que possamos buscar o mais rápido possível a finalização da obra”, complementou.

Araújo, no entanto, reforçou que a preocupação neste momento é referente à verba destinada para o turismo local, por conta do ofício recebido do estado. “Todas as prefeituras têm que apresentar um dossiê das obras que estão em andamento, ou porque não estão. E agora vamos apresentar o do Rugby, dizendo que já foi dado início (às obras)”, finalizou.

Sobre uma possível previsão da finalização do projeto, Vianna informou ainda não ser possível uma definição específica da data, em razão do rigor burocrático a ser respeitado.

“A próxima fase expográfica, por exemplo, precisa passar por licitação de materiais, os quais precisam ser adquiridos, produção que precisa ser executada, e mudança em alguns setores mais detalhados de iluminação”, explicou.

Projeto

Conforme o projeto, o museu terá o painel “Entre o Ancestral e o Contemporâneo”, com informações das origens europeia, africanas e das Américas, por meio dos indígenas, que dá acesso à linha do tempo do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, de Tatuí, desde a atualidade até a criação, unificada à cultura nacional.

Haverá, na sala maior, um módulo triangular ao centro, dividida em três eixos: “Diálogos entre o Cururu, Hip-Hop e Fandango”, “Bailes e Baladas” e “Festas e Músicas nas Praças e nas Ruas”.

Em outra sala, o tema será “A Era das Comunicações em Massa”, com foco no teatro, telenovelas (focada na trajetória da atriz tatuiana Vera Holtz), rádio e televisão, com destaque para Maurício Loureiro Gama e Toninho Del Fiol, e um módulo focando “A Rádio de Tatuí”.

O espaço “A Alma do Instrumento” apresentará a luteria da Capital da Música, incluindo uma bancada com as ferramentas para a construção de um instrumento.

A última sala do MIS será a “Produção Fonografia”, com sistema que simula uma mixagem fonográfica básica, por meio de software específico que permite selecionar, dentro de cinco possíveis, uma opção pela qual o usuário fará a mixagem e poderá, em um arquivo de áudio, enviá-la por e-mail como lembrança da visita realizada. O aplicativo será produzido pelos alunos da Fatec de Tatuí, com direitos.

“A expografia é que dará vida ao museu, para que os alunos da rede municipal e os visitantes possam vir e apreciar o conhecimento do que é o patrimônio da cidade, por meio da imagem e do som”, concluiu Vianna.