O Cobat (Conselho de Bairros de Tatuí) recorreu, no mês de outubro, ao Conselho Superior do Ministério Público na tentativa de localizar o Ford Rugby, veículo histórico produzido em 1924 e um dos quatro únicos do mundo na atualidade.
O veículo, pertencente a Gualter Nunes e, posteriormente, a Nilzo Vanni, foi doado ao município e, por alguns anos, permaneceu em exposição na praça Manoel Guedes, em frente ao Museu Histórico “Paulo Setúbal”.
De acordo com o presidente do Cobat, Antonio de Pádua Oliveira, o veículo “desapareceu da praça”. Desde o ano de 2012, a entidade busca informações sobre a localização do veículo.
Conforme Oliveira, num primeiro momento, “ofícios foram protocolados e nenhum deles foi merecedor de uma reposta por parte da municipalidade, que esqueceu que o veículo faz parte do patrimônio público”, afirma ele.
Segundo o presidente do Cobat, vários locais da cidade foram percorridos na tentativa de localizar o veículo. Em janeiro de 2013, o órgão foi informado de que o carro estaria no Antigomobilismo Clube, após ser retirado do prédio da Secretaria Municipal de Obras.
“Havia a promessa de restauração do carro e recolocação ao lado do Museu ‘Paulo Setubal’, dentro de uma redoma de vidro. Parece que, finalmente, havia sido encontrada uma parceria para sua restauração, e sentimos um alívio, pois nossa missão havia sido realizada, ou seja, o veículo localizado e, como brinde, restaurado”, declarou ele.
No entanto, ainda em 2013, o Cobat voltou a ser informado de que o veículo teria sido retirado pela administração municipal do clube de antigomobilismo e estaria “em local incerto”.
“Voltamos às cobranças e a diretoria do Cobat achou por bem recorrer ao Ministério Público. Porém, nossa queixa foi indeferida porque a municipalidade, quando procurada, informara à Procuradoria que o veículo estaria em local seguro, aguardando parceria para restauração. Estranhamos a informação dada à Procuradoria, uma vez que parceria já havia sido encontrada”, disse Oliveira.
Segundo ele, o local foi visitado e seria um galpão, cercado por vidros quebrados, no Vale da Lua. O Cobat voltou a acionar o MP, dessa vez o Conselho Superior do órgão, afirmando que o carro “deveria estar em um local reservado, sem estar servindo de depósito para latas de tinta, barras de ferro, cimento e outras coisas”.
“Estivemos no local informado, localizamos o veículo, fotografamos o que resta do mesmo, e posso assegurar que ele é nada mais que sucata, patrimônio público transformado em lixo”, acrescentou.
Agora, o Cobat aguarda posicionamento do MP sobre o que denominou de “descarte de um bem histórico”. “Questionamos sobre a retirada do veículo da praça e o motivo de ter sido descartado”, concluiu.