Da reportagem
O Teatro “Procópio Ferreira”, do Conservatório de Tatuí, recebeu na noite de sexta-feira, 5, a solenidade de premiação do 20º Concurso Paulo Setúbal – Literatura e Artes Visuais, destinado a alunos das redes municipal, estadual e particular de ensino e idealizado pela prefeitura de Tatuí, por meio do Museu Histórico “Paulo Setúbal”.
Na ocasião, foi também lançado o tabloide com todos os trabalhos premiados pelo certame – encarte que os leitores do jornal O Progresso de Tatuí recebem nesta edição especial de aniversário da cidade, junto à quinta edição do Guia Turístico e Gastronômico “Tatuí Cidade Ternura”.
O concurso é dividido em duas modalidades: artes visuais e literatura, as quis se subdividem em grupos por idades: artes visuais – ensino fundamental 1° e 2° ano e ensino fundamental 3º, 4º e 5° ano, nos quais o trabalho consistiu em um desenho; e literatura 6° e 7° ano; 8° e 9° ano; e ensino médio 1° ao 3° ano, nas quais o trabalho consistiu na produção de texto.
A novidade desta edição foi a criação da categoria Educação de Jovens e Adultos (EJA), com o intuito de incentivar esse público da cidade a desenvolver o hábito da leitura.
Na cerimônia, em que todos receberam medalhas e certificados, houve a premiação em dinheiro, dividida da seguinte forma: o primeiro colocado recebeu R$ 600; o segunda, R$400; e o terceiro, R$ 300.
Os professores de alunos contemplados nos três primeiros lugares também receberam R$ 300. E as escolas dos estudantes das três primeiras colocações receberam certificado e medalha.
Na categoria ensino fundamental, que engloba o 1º e o 2º ano em artes visuais, a vencedora foi Clara Lis Prestes de Paula, da Emef “Firmo Antonio de Camargo Del Fiol”. A professora contemplada foi Marisa Aparecida de Oliveira Fernandes.
Já a segunda posição ficou com Isabela Furtado Soares, da Emef “Professora Sarah de C. V. dos Santos”. A professora contemplada foi Ana Cláudia Cândido Silveira.
O terceiro lugar foi conquistado por Gabryella Vitória Inácio Ferreira, da Emef “Professora Magaly Azambuja de Toledo”, e a professora ganhadora, Adriana Correa Camargo.
Na categoria que engloba 3º, 4º e 5º ano, ainda no segmento de artes visuais, a primeira colocação ficou com Ana Izabelly Brido Garbin, da Emef “Professora Teresinha Vieira De Camargo Barros”. A professora contemplada foi Angélica Prestes Ferreira Camargo.
A segunda posição foi conquistada por Yago Rafael Ribeiro Modesto Bueno, da Emef “Professora Maria Eli da Silva Camargo”. A professora ganhadora foi Elis Regina Prestes Barbosa.
Por fim, a terceira colocada foi Aime Vitória Rodrigues Lima, da Emef “Professora Accácio Vieira de Camargo”, e a professora premiada, Maria Elaine Bueno Gurgel.
Na categoria do ensino fundamental para alunos do 6º e 7º ano, já em literatura, a primeira posição ficou com Maria Isabella Sebastião Pais, da Escola Estadual PEI “Professor Ary de Almeida Sinisgalli”, com a obra “Nos Bastidores da História, O Sete de Setembro que Ninguém Contou”. A professora ganhadora foi Cristiane Silva dos Santos.
Já Vinicius Della Terra Ramos Rodrigues, do Colégio Anglo, conquistou a segunda colocação, com o trabalho “Filhos da Independência”. A professora contemplada foi Mariana Calviño.
As terceiras colocadas foram Maria Clara Soares e Grasielle Silva Miranda, da Emef “Professora Eunice Pereira de Camargo”, com o texto “O Sete de Setembro”. A professora premiada foi Alessandra de Sousa.
Ainda no segmento literatura, mas para os alunos do 8º e 9º ano, a primeira posição foi de Taís Araújo de Oliveira, da PEI “Chico Pereira”, com a obra “Independência ou Morte?”. A professora ganhadora foi Tatiana Pereira Bezerra.
A segunda colocação ficou com Danielle Machado, do Colégio Gênesis, com o texto “O Sete de Setembro”. A professora premiada foi Cristiane Tereza Cornélio Vicenzi.
A terceira colocada foi Lívia Martins, da Emef “Maria Helena Machado”, com o trabalho “Independência do Brasil”. O professor contemplado foi Gabriel Rodrigues Narkevicius.
Na categoria dos alunos do ensino médio, com foco em literatura, o primeiro colocado foi Murilo de Barros Lobo, do Colégio Anglo, com a obra “Queluz, 1 de Novembro de 1833”. A professora ganhadora foi Mariana Calviño.
A segunda posição foi conquistada por Jhennefer Nataly Oliveira de Paula, da Escola Técnica “Sales Gomes”, com o trabalho “A Independência da Nossa Nação Brasileira”. A professora contemplada foi Renata de Fátima Nunes.
Por fim, a terceira colocação foi de João Pedro Dyonísio Santos, do Colégio Gênesis, com o texto “Missão dos Correios”. A professora premiada foi Cristiane Tereza Cornélio Vicenzi.
A novidade desta edição, destinada aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), teve três vencedores da Emef “João Florência”. A primeira colocação ficou com Patrícia Diniz, com a obra “O Sete de Setembro, o Grito”. A professora contemplada foi Janaína Antônia Machado.
A segunda posição foi de Rosi Rosa da Rocha, com o texto “Liberdade do Brasil’’, e a professora contemplada, Natalia Keli Silveira Campos.
Por sua vez, Patrick Adriano Fagundes Sampaio conquistou a terceira posição, com o trabalho “O Sete de Setembro”. A professora contemplada foi novamente Janaína Antônia Machado.
Para a secretária municipal da Educação, Elisângela Cecílio, a premiação do concurso “traz a sensação de dever comprido e gratidão a toda a equipe da pasta por conta do trabalho elaborado junto às escolas”.
“Houve um envolvimento integral de professores, coordenação pedagógica, direção, que estruturaram o projeto para trabalharem uma literatura tão rica e escrita há um certo tempo”, salientou.
Para a secretária, ver os alunos serem premiados desde o primeiro ano do EF mostra “quanto rica é a proposta do concurso”. “Eles têm seis anos e já acompanham a literatura de Paulo Setúbal. Isso não tem preço. A educação é fundamental para que esses jovens cresçam com boas referências”, ressaltou Elisângela.
Sobre a EJA, a secretária afirmou que, ao participarem do concurso, os alunos do projeto “ficam cada vez mais enaltecidos”, em razão da complexidade que é a literatura de Paulo Setúbal.
“Acompanho a EJA há tempos e vejo o esforço que os alunos fazem para poder ir à escola após um dia exaustivo de trabalho. Estão de parabéns”, completou Elisângela.
Para o diretor municipal de cultura, Rogério Vianna, o Concurso Paulo Setúbal “envolve o futuro, pois vem da criança, do jovem, do adolescente, que são pessoas que estão tendo contato com a literatura do escritor tatuiano”. “Eles começam a ter a percepção de como a arte e a cultura podem mudar suas vidas. Esta é a grande emoção deste projeto”, enfatizou Vianna.
Outro ponto destacado pelo diretor é ver as crianças subindo pela primeira vez no palco do Teatro “Procópio Ferreira”. “Ouvi relatos de que pais e mães até compraram roupas novas para que seus filhos viessem à cerimônia. Isso denota a importância dada ao evento e à educação. O aluno inicia o processo de construção de seu senso crítico”, frisou.
Para Vianna, o trabalho feito pela escola foi fundamental. “Foi realizada uma decupagem de todos os trabalhos, já que cada instituição poderia inscrever três trabalhos de cada professor. Com certeza, muitos bons trabalhos ficaram para trás. Imagine como foi difícil chegar aos trabalhos vencedores”, acrescentou o diretor. No total, foram mais de 600 inscritos.
Sobre a participação dos alunos da EJA, Vianna apontou que “isso traz um novo horizonte para o certame literário”. “A partir do momento em que as pessoas entendem o que é a educação, é possível transformar a cultura. Quando se é um ser transformador, não se vê a miséria e os prejuízos sociais. Você olha com grandiosidade”, complementou.
Para a vice-diretora da Emef “João Florêncio”, Marta Barros Camargo – que está à frente do projeto há dois anos -, os alunos da EJA “saíram vitoriosos, pois cada um tem uma história de superação”. “São perfis heterogêneos que buscam a conclusão do EFI, melhor escolaridade e alfabetização. Me sinto gratificada por trabalhar com eles”, celebrou Marta.
A aluna do 7º ano da EJA, Rosi Rosa Rocha afirmou que voltar a estudar é “uma superação diária”. “Foi a realização de um sonho. Hoje, me sinto mais integrada na sociedade e feliz. Nunca é tarde para correr atrás do que se quer”, disse Rosi, cujas disciplinas que mais gosta são matemática e história.
Para ela, subir no palco do “Procópio Ferreira” foi uma “sensação de superação”. “Chegar aos 59 anos de idade e receber uma medalha por algo que consegui fazer, após ter estudado e se preparado, é uma sensação indescritível”, comemorou Rosi.
Maria Isabella Sebastião Pais, aluna do 7º ano, comentou que, para escrever o texto dela, pesquisou sobre o escritor Paulo Setúbal para se basear. “Além dos livros, também procurei informações com os professores, que me ajudaram bastante”, citou Maria.
Segundo a aluna, o concurso possibilitou com que ela conhecesse mais a história do Brasil e, em especial, o Dia da Independência. Maria explica que passou a redigir o texto a partir do momento em que assimilou bem os fatos e se sentiu segura. “Escrevi sob a minha visão dos acontecimentos, tanto da vida do escritor como de nossa história. Foi um ponto de vista”, complementou.
Para Maria Isabella, que, graças ao evento, subiu ao palco do Teatro “Procópio Ferreira” pela primeira vez, conquistar o primeiro lugar foi inesperado. “Não imaginava que estaria ali um dia. Foi o momento de dar orgulho aos meus professores pelo aprendizado e honrar a minha família”, celebrou a aluna.
Às pessoas que gostam de escrever e têm desejo de se inscrever para a próxima edição do Concurso Paulo Setúbal, Maria Isabella frisou: “Não duvide do seu potencial, porque você pode chegar a lugares que nunca imaginou. Se esforce sempre, pois, assim, seu trabalho será reconhecido”, completou.
As medalhas entregues aos vencedores foram criadas exclusivamente para o concurso, desenvolvidas pelo especialista em marcas Rodrigo Villa.
Neste ano, o concurso de abrangência municipal teve como tema “O Sete de Setembro” (1822-2022), inspirado na obra “Nos Bastidores da História”, de Paulo Setúbal, em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil.
A obra retrata a cena do Ipiranga, os momentos que determinaram Dom Pedro I a sair da corte, seu retorno de Santos e as cartas recebidas da corte portuguesa que o motivaram a quebrar as relações com o país lusitano e a proclamar a Independência do Brasil.
Homenagem a Maria José Gonzaga
Durante a cerimônia de premiação do Concurso Paulo Setúbal, também aconteceu uma homenagem à ex-prefeita Maria José Vieira de Camargo (Maria José Gonzaga), falecida em 8 de agosto de 2021, em meio à qual foram convidados a subir ao palco as filhas, Alessandra Vieira de Camargo Teles e Juliana Vieira de Camargo Passerani, e o marido, o ex-prefeito e ex-deputado estadual Luiz Gonzaga Vieira de Camargo.
A família assistiu, junto ao público, a apresentação musical do Trio Bravo Electro, que tocou a música “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, além de acompanhar um breve histórico da vida da prefeita.
Para Gonzaga, a homenagem feita à esposa mostra o quanto ela foi importante para Tatuí nos anos em que esteve à frente do Executivo municipal. Maria José foi a primeira prefeita mulher na história do município a ser eleita por voto direto.
“Minha família e eu ficamos sensibilizados com a lembrança. Ficou muito patente todo o cuidado que ela teve, ao longo de sua história e seu mandato, com a Educação da cidade”, ressaltou o ex-prefeito.
Para Gonzaga, o reconhecimento do trabalho dela por parte dos cidadãos é o principal legado deixado por Maria José. “Ela lutou para levar o conhecimento, inclusive alfabetizando adultos. Onde ela estiver, está muito feliz de ver o carinho coletivo. Ela deixou sua marca registrada nos anais da história de Tatuí, mencionou Gonzaga.
Para Alessandra, Maria José deixou um legado relevante na melhoria de vida dos tatuianos. “O carinho de dentro de casa, da mãe, esposa e avó ela transferiu para toda a cidade, deixando uma marca de muito amor”, sustentou.
Alessandra enfatizou o papel da mãe na área social quando esteve à frente do Fundo Social de Solidariedade de Tatuí (Fusstat). “Seja na capacitação, melhorando a autoestima, incentivando a geração de renda com as próprias mãos, cada pessoa que teve a oportunidade de conhecê-la, de alguma forma, carrega um gesto, uma frase, um carinho e um incentivo dado por minha mãe”, ponderou.
Para Vianna, “era impossível fazer o concurso sem acentuar a importância de Maria José em seu papel na cultura”. “As obras de sua gestão foram importantes. Seu trabalho na parte cultural foi também fundamental. Ela foi uma grande motivadora e incentivadora. Sentimos muito a falta dela”, concluiu o diretor.