Cristiano Mota
Concha Acústica está passando por processo de pintura; projeto contempla nova iluminação e piso para a praça
Prevista para terminar em dezembro, a reforma da Concha Acústica Municipal “Maestro Spártacco Rossi” teve prazo de conclusão estendido. O motivo são os ajustes no projeto original que a Prefeitura está avaliando. Entre eles, a possibilidade de o espaço público ser totalmente fechado com gradil.
De acordo com o secretário municipal da Infraestrutura, Meio Ambiente e Agricultura, José Roberto do Amaral, o Executivo está avaliando a possibilidade. “Só não dou 100% de certeza porque faltam algumas adequações”, afirmou.
A secretaria precisa definir, antes de decidir pelo total fechamento, se há “viabilidade técnica”. Para isso, está providenciando estudos e informações junto ao Corpo de Bombeiros. A intenção é evitar problemas na dispersão do público em caso de necessidade.
“É preciso avaliar detalhes técnicos, porque, a partir do momento em que você fecha os espaços, precisa ter áreas de escape”, argumentou o titular da pasta.
Segundo ele, caso a Prefeitura decida pelo fechamento – mantendo sete acessos existentes –, ele poderá acontecer em paralelo às obras de reforma.
“Não necessariamente temos de fechar a Concha quando estivermos quase terminando. Podemos fechar antes, até para evitar danos nessa ‘fase imediata’”, avaliou.
Entretanto, Amaral disse que a instalação das grades precisa ocorrer antes de março. O prazo é necessário para que a Prefeitura possa encomendar o gradil e para que ele seja entregue a tempo da conclusão, prevista para o final de abril.
A construção está a cargo da Helson de Souza Sartorelli – ME, da cidade de Iperó, sendo acompanhada pelo Executivo. O secretário informou que a pasta faz a chamada “medição da obra”, procedimento que “mede” o avanço da reforma.
Em outubro do ano passado, o titular havia divulgado previsão de conclusão para dezembro. Neste mês, declarou que o prazo foi alongado em função de outras definições. “A entrega da obra deve acontecer em até 180 dias do início. Ela vai, na realidade, até o final de abril”, afirmou.
Conforme ele, o tempo é necessário para que a empreiteira termine todas as quatro etapas da construção. A primeira delas diz respeito à estrutura da Concha Acústica.
Ela está recebendo tratamento de impermeabilização nas lajes e reforço com cimento nas vigas de concreto, além da colocação de novo reboco.
A segunda está relacionada à ampliação e novos acessos aos camarins e às salas de apoio; construção de novos banheiros e de um novo acesso ao palco, localizado em paralelo à rua Nhô Nhô da Botica; e de rampas para facilitar a entrada dos deficientes físicos. Pelo projeto, o palco não terá mais degraus.
Na terceira etapa da reforma, o projeto contempla melhoria dos banheiros públicos. O secretário disse que pretende atender às especificações obrigatórias, previstas na “Lei de Acessibilidade”, com a criação de rampas.
A última etapa é a reorganização e a melhoria da iluminação pública, por meio da troca de postes e substituição de lâmpadas. Em paralelo, existe a possibilidade de fechamento da praça Antônio Prado, que abriga a Concha, e a troca de todo o piso do espaço, além da reposição, se necessário, de bancos externos.
O secretário informou que a reforma está “dentro do cronograma” da Prefeitura. Afirmou, ainda, que as “indefinições” provocaram o atraso da conclusão. “Isso, não por parte da empresa, mas por conta de tomada de decisões da nossa parte que dependem de análise de corpo técnico”.
Orçada inicialmente em R$ 580.232,44, a obra é custeada por meio de programas federais, sendo que, no projeto, a Prefeitura investiu aproximadamente R$ 117 mil. Em função das modificações que poderão ser “absorvidas”, o Executivo deve realizar aditivos no contrato (previsão extra de gastos).
“Teremos de fazer algo nesse sentido, para realizar ações que não estavam previstas”, citou. No caso de a praça ser fechada, o Executivo precisará reorganizar os bancos. Eles ficam na parte externa “e continuarão a existir, mas a praça vai continuar com caráter para eventos”, afirmou.
Amaral citou, ainda, que o espaço será aberto à população durante todos os dias. O secretário adiantou que a Prefeitura deverá manter as passagens existentes e permitir que o público continue aproveitando o espaço.
“A única benfeitoria é que, à noite, ela será fechada, para evitar depredações”, alegou. Também de acordo com o secretário, o fechamento permitirá “maior controle do público”.
Em caso de eventos, o Executivo terá “condições de garantir segurança de quem frequentar o local”, uma vez que isso facilitará revistas pessoais.
“Esta é uma visão para darmos mais qualidade em termos de conservação para as pessoas. A ideia é que quem for à praça vai ter um local limpo e com banheiros funcionando”, comentou o secretário. Conforme ele, o município sofre com problemas de depredação e pichação (reportagem nesta edição).
Segundo o secretário, o projeto de reforma não propõe mudança no projeto arquitetônico da praça e da Concha Acústica
Amaral informou que as alterações “necessárias” se limitaram a mudanças internas nos camarins e nos banheiros destinados aos artistas e convidados que se utilizarem do palco.
“Não é nada que apareça a olho nu. Mas, por exemplo, fizemos a impermeabilização da cobertura e reforma dos banheiros públicos, que poderão ser notados por quem frequentar o espaço após a inauguração”, comentou.
De modo a manter os locais conservados, especialmente os banheiros, o secretário disse que a Prefeitura deve estudar uma maneira de controlar o acesso. A intenção é manter monitoramento, para controlar a entrada e saída de pessoas.
“Queremos ver se a gente consegue manter o local em ordem, já que, nos banheiros públicos oferecidos (na Praça da Matriz), percebemos que há vandalismo”.
Amaral disse que este é um problema sério da municipalidade e de difícil resolução, já que as depredações envolvem, na maioria das vezes, menores de idade. “Como não há uma lei que penalize, é difícil controlar”, argumentou.