Comissão ‘combaterá’ mau atendimento





Cristiano Mota

Lucia Bonini Favorito solicita mais policiamento ao prefeito Manu durante inauguração da Sala do Empreendedor

 

Queixa constante recebida pela ACE (Associação Comercial e Empresarial), o atendimento prestado por funcionários de empresas locais será alvo de primeira ação anunciada pela nova direção da “Comissão Municipal de Empresa”.

A posse dela aconteceu na tarde de 26 de agosto, em solenidade no Centro Cultural Municipal que marcou a inauguração da “Sala do Empreendedor”.

No evento, estiveram o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, a secretária municipal da Fazenda, Finanças e Planejamento, Lilian Maria Grando Camargo, vereadores, diretores e funcionários municipais.

A comissão tem à frente a presidente da ACE, Lucia Bonini Favorito. Em entrevista a O Progresso, ela afirmou que tem planos de realizar cursos de capacitação voltados ao treinamento e aperfeiçoamento da mão de obra e de melhorar o atendimento prestado por vendedores aos clientes.

“A capacitação é importante por causa da qualidade. Então, vamos atuar fortemente nisso. Temos uma equipe bem engajada, com representação de sindicatos e de outras entidades que nos indicarão as necessidades de treinamento”, falou.

Lucia explicou que a comissão pleiteará cursos que atendam ao perfil de todos os trabalhadores, – desempregados e empregados – no comércio ou na indústria. “Nós temos de fazer um levantamento para começarmos a atuar nisso”, adiantou.

O primeiro foco será a capacitação dos vendedores do comércio. A presidente da comissão afirmou que a intenção é oferecer treinamento para que especialmente quem atua com o público possa atender bem.

“Queremos que eles recebam as pessoas como verdadeiros príncipes e princesas”, destacou.

Segundo ela, a qualidade do atendimento oferecido atualmente pelo comércio é uma das principais queixas recebidas pela ACE.

Lucia disse que este é um problema de muitas causas. Entre elas, a alta rotatividade dos funcionários. A maioria permanece no emprego por um curto período de tempo (aproximadamente, três meses). Também existe a falta de experiência.

Outro fator é a desmotivação do trabalhador. Conforme a presidente da Comissão Municipal de Emprego, muitos empregados não têm a chamada “pró-atividade” – não desenvolvem ações e projetos por iniciativa própria.

O resultado é a desmotivação que se reflete no atendimento. “O funcionário ‘não sai do lugar’. Então, ele deve ser estimulado, por meio de treinamentos e de cursos de qualificação, para que ‘mude a cabeça’”, disse Lucia.

De acordo com ela, a ACE tem recebido volume muito grande de reclamações de pessoas que dizem não estar sendo bem atendidas no comércio.

“Mas, isso não significa dizer que não existem funcionários bons em Tatuí. Nós temos funcionários bons, mas são poucos. Nós queremos a maioria ótima, para resolver esse problema dos nossos comerciantes”, argumentou.

Em outra frente de trabalho, Lucia está pleiteando mais segurança para o comércio, por meio de solicitações feitas junto à Prefeitura e à Polícia Militar.

Um assalto ocorrido no dia 21 do mês passado provocou pânico entre os lojistas e fez com que eles se mobilizassem, pedindo mais policiamento.

Na ocasião, três assaltantes – dois deles menores de idade e já custodiados pela Justiça – invadiram uma loja de calçados para roubar. Durante o assalto, um dos menores, de 16 anos, atirou contra uma funcionária, de 32. O disparo atingiu o tórax da vítima, que passou por cirurgia.

“Já conversei com o prefeito e ele falou que houve aumento no efetivo da PM. Nós vamos estar de olho nisso, porque precisamos de segurança”, disse Lucia, acrescentando que Manu está empenhado em atender aos comerciantes.

A preocupação da presidente é com a aproximação do fim do ano. Em datas comemorativas, como Dia das Crianças e Natal, o comércio costuma estender o horário de funcionamento até às 22h.

“Nosso comércio é bastante atuante, e forte. Só a ACE atende 600 lojas. Então, estamos empenhados em garantir segurança aos nossos associados e à população do município que costuma frequentar nosso comércio”, destacou.

A ACE cobrou ações da Prefeitura e da PM um dia depois do roubo. Representantes da entidade, Guarda Civil Municipal e da 2a Companhia participaram de reunião na sede da associação para debater o problema.

“Nós já sentimos melhora, e vamos precisar de mais policiamento”, disse Lucia.

Conforme ela, a associação voltou a estudar a possibilidade de implantar, na área central, projeto de monitoramento por câmeras. A iniciativa envolvia Prefeitura e bancos, e havia sido discutida pela primeira vez em 2010, quando houve aumento de ocorrência de crimes conhecidos como “saidinha de banco”.

O projeto, entretanto, não vingou, uma vez que as agências bancárias teriam desistido de arcar com os custos das instalações dos equipamentos.

O monitoramento das imagens seria feito pelo CCE (Centro de Comunicação de Emergência), que tinha base no quartel do Corpo de Bombeiros.

A Prefeitura, porém, desativou o CCE neste ano, transferindo os atendimentos do 190 para a 2ª Companhia da Polícia Militar e da GCM para a sede da corporação, na vila Dr. Laurindo.

Também houve transferência dos guardas que acompanhavam as imagens captadas por câmeras de segurança instaladas na cidade. Do CCE, eles passaram a verificar as filmagens – de algumas ruas – na sede da GCM.

“Estamos estudando as possibilidades, mas temos de observar os furos que existem nos projetos”, afirmou Lucia. Conforme ela, as câmeras podem ajudar, ou não, no reconhecimento de criminosos. Ela explicou que, quando o criminoso sabe que está sendo monitorado, pode utilizar “recursos”.

“Se um motoqueiro usar capacete, vai dificultar o reconhecimento. Se ele alterar o número ou a letra da placa do veículo, também vai ficar difícil reconhecê-lo. Então, não vejo que isso possa ajudar muito. Nós precisamos é de guardas e de policiais militares nas ruas da nossa cidade”, defendeu a presidente.