O saldo de empregos formais fechou positivo pelo terceiro mês consecutivo no município. Os dados são apontados pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, e foram disponibilizados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) na última semana de outubro.
O mais recente relatório do órgão, que inclui os índices dos nove primeiros meses do ano, ainda mostra que o comércio foi a atividade econômica que mais alavancou o saldo de empregos no mês de setembro, o último com os dados divulgados.
Somente no setor, o município gerou 60 novas vagas com carteira assinada durante o mês. O saldo, resultado de 299 admissões e 239 demissões, é o segundo melhor do ano para a atividade.
Entre os subsetores, o que mais gerou emprego foi o varejista, responsável pelo saldo positivo de 56 novas vagas, vindas de 277 contratações para 221 desligamentos, no mês de setembro. O setor ainda mostra saldo de 84 novas vagas geradas no acumulado dos nove meses do ano.
De acordo com Gustavo Grando, diretor do Departamento Municipal de Trabalho e coordenador do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), a expectativa é de que o comércio continue apresentando melhora nos próximos meses.
“Agora, é a hora da retomada do comércio. O final do ano está chegando e, pelo que ocorreu nos anos anteriores, esta é a melhor época para o setor. Estamos sentindo que o pessoal está acreditando na retomada da economia do país. Quando isso acontece, o comércio é o que mais sente, e está havendo uma reação”, avaliou o diretor.
Outras três atividades econômicas fecharam com saldo positivo no nono mês. Entre esses, o setor que mais se destacou foi a indústria de transformação, que contabilizou 36 novas contratações, resultado de 158 admissões para 122 desligamentos.
O cargo com maior número de contratações no setor é o assistente administrativo, com salário médio de R$ 1.115,25. Somente para esse serviço, foram contratados 20 novos trabalhadores.
Entre os subsetores, o que mais se destacou foi o da indústria de produtos minerais e não metálicos. A atividade foi responsável pelo saldo positivo de 22 novas vagas, vindas de 52 contratações e 30 demissões.
O setor de serviços obteve o terceiro melhor resultado do mês, com a geração de 12 novas vagas, a partir de 200 admissões e 188 desligamentos. Os números representam variação positiva de 0,16% em relação ao mês anterior.
Já a atividade econômica classificada como serviços industriais de utilidade pública ficou com o terceiro melhor resultado do mês, gerando uma vaga de trabalho formal e nenhuma demissão.
Dos oito setores estudados pelo órgão do Ministério do Trabalho, quatro sofreram redução de ocupações em setembro: extrativa mineral (menos três vagas), construção civil (menos nove), administração pública (menos uma) e agropecuária (menos cinco).
Grando estima que quase 40% das contratações do mês de setembro ocorreram por meio do PAT. Ainda segundo ele, o posto direcionou centenas de pessoas a empresas sediadas em cidades da região, sendo que esses números não são contabilizados pelo Caged.
Ele ressalta que os números de setembro não foram tão bons quanto os de agosto, quando o município gerou 195 novas vagas com carteira assinada. Mesmo assim, sustentou, ainda estão dentro do esperado.
O saldo de agosto – resultado de 869 admissões e 674 demissões – foi o melhor para o mês desde 2008, quando a variação positiva chegou a 307 novos postos de trabalho, a partir de 1.118 contratações e 811 desligamentos.
“Tivemos mais de 300 entrevistas em setembro, mas o índice caiu em relação ao mês anterior porque, em agosto, a Eurolaf começou a contratar. Agora, o comércio começando a contratar, a tendência é melhorar cada vez mais”, destacou o diretor.
Grando afirmou que, depois da primeira edição do programa “Mão-de-Obra Qualificada”, que ocorreu no dia 5 de outubro, cerca de duas empresas estão sendo recebidas por dia no PAT para a realização de entrevistas com possíveis candidatos.
O evento aconteceu na sede do PAT, no prédio do antigo Alvorada Clube, reunindo coordenadores de recursos humanos, recrutadores de agências de empregos e empresários locais para a análise de currículos disponíveis no banco de dados do órgão.
Uma equipe do posto fez triagem e pré-seleção dos currículos e os representantes das empresas puderam avaliar cada um deles, na busca de candidatos qualificados para as vagas de empregos disponíveis.
Para Grando, essa ação proporcionou às empresas uma oportunidade de elas encontrarem, em um único dia e em um só lugar, os currículos das pessoas em busca de colocação ou recolocação no mercado de trabalho.
“Estamos atendendo, em média, duas empresas por dia para entrevistas. Recentemente, veio uma empresa terceirizada oferecendo dez vagas de vigilante. Mais de 30 pessoas passaram pela seleção e podem ser contratadas para trabalhar em condomínios”, contou o diretor.
Ele destaca que o programa está focado em ajudar as empresas e indústrias da cidade a encontrarem os melhores perfis de profissionais disponíveis no mercado e, com isso, também dar garantia às pessoas em busca de emprego, “de que os currículos estão sendo vistos pelos responsáveis pela contração”.
Entre as vagas mais ofertadas pelo posto, Grando destaca os cargos de vigilante e porteiro. Conforme o diretor, o crescente número de condomínios na cidade é o responsável pelo aumento das vagas.
“Nestes casos, a maioria das empresas trabalha em turnos de 12 horas de serviço por 36 horas de descanso, então, só para uma vaga, já são contratadas quatro pessoas diferentes. Sempre tem vagas para estes cargos. No caso do vigilante, o mais importante é fazer o curso de vigilante e estar em dia com reciclagem. Isso ajuda muito”, acentuou.
Grando garante que mais de dez empresas da cidade já anunciaram ampliação no quadro de funcionários. Para ele, isso também deve aumentar o saldo de empregos nos próximos meses.
“Tem muitas empresas que estão ampliando o quadro. Somente nesta semana, visitei duas empresas que, juntas, estão oferecendo mais de dez vagas. São firmas que estão ampliando, e isso significa que a economia está melhorando”, completou o diretor.
O Caged fornece informações sobre trabalhadores regidos pela CLT (Consolidações das Leis do Trabalho) e que possuem carteira assinada. O levantamento não leva em consideração funcionários públicos estatutários e trabalhadores na informalidade.
As estatísticas com o resultado do saldo de empregos do mês de outubro devem ser divulgadas pelo órgão do Ministério da Economia até o final de novembro.
Dados regionais
Os dados positivos também refletiram em alta na microrregião de Tatuí, que registrou variação absoluta positiva de 437 empregos. Os nove municípios que integram o grupo registraram saldo positivo no nono mês do ano.
No comparativo regional, a indústria tatuiana teve o segundo melhor saldo, atrás apenas de Laranjal Paulista, que gerou 122 novos postos de trabalho. Na sequência, os melhores índices ficaram para Boituva (mais 77 vagas) e Cerquilho (mais 74).
Ainda na microrregião, Cesário Lange gerou 39 novos postos de trabalho, seguida de Pereiras, com 18 novas contratações, Quadra, com mais 14 postos, Torre de Pedra e Porangaba, com mais uma nova vaga em cada.
Os números do estado de São Paulo e do Brasil também tiveram alta no nono mês do ano. Os dados do Caged de setembro ainda mostram que, pela primeira vez no ano, as 27 unidades da federação registraram saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada.
No mês, o Brasil gerou 157.213 vagas formais, melhor resultado para setembro desde 2013, quando foi registrado resultado positivo de 211.068 vagas. O emprego formal cresceu em sete setores econômicos em setembro e teve saldo negativo em apenas um.
Os setores com números positivos foram: serviços (mais 64.533 vagas), indústria da transformação (42.179), comércio (mais 26.918), construção civil (18.331), agropecuária (4.463), extrativa mineral (745) e administração pública (492).
Ainda no país, o único setor com resultado negativo foi o de serviços industriais de utilidade pública, que contabilizou o fechamento de 448 postos de trabalho com carteira assinada, resultado de 6.022 contratações e 6.470 desligamentos.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2019, o país teve a geração de 761.776 empregos, o que representa elevação de 1,98% no estoque total – que atingiu 39.172.204 empregos formais ao final de setembro.
Nos nove primeiros meses do ano passado, o Brasil tinha gerado 719.089 novos empregos. O resultado acumulado entre janeiro e setembro deste ano, portanto, é 6% maior que o de igual período do ano passado.
O estado de São Paulo teve o melhor desempenho absoluto, com 36.156 novas vagas. A maior variação percentual ocorreu em Alagoas, que atingiu 4,95%, resultado de 23.683 admissões e 7.154 demissões.
No estado paulista, o saldo é resultado de 398.189 contratações e 362.033 demissões. Com a criação de 21.848 novos postos formais, o setor de serviços foi o destaque do mês. Também tiveram saldo positivo a indústria de transformação, com 5.625, e o comércio, com saldo de 4.935.