Civil apura morte de mulher tida preliminarmente como tragédia





Policiais civis da Delegacia Central estão trabalhando em inquérito que apura a morte de uma dona de casa de 30 anos. O óbito foi registrado no dia 27 de novembro, pelo marido dela, também de 30 anos. Os dois não tiveram os nomes divulgados pelo delegado titular do município, José Alexandre Garcia Andreucci.

“Vou preservar porque, por enquanto, é só uma tragédia”, explicou ele, em entrevista a O Progresso. De acordo com o delegado, as investigações apontam que a vítima teria caído da escada da residência, enquanto o marido dormia.

Horas antes, o casal havia ido a um jantar na casa de amigos. Testemunhas contaram que a mulher e o homem haviam bebido “algumas cervejas”. “Mas nada ao ponto de ficarem muito alcoolizados”, relatou o responsável pelo caso.

Na volta para casa, os dois teriam feito uma parada e comprado mais quatro cervejas. “Eles acabaram levando para casa”, disse Andreucci.

O casal chegou à residência por volta das 22h30 e, na sequência, resolveu dormir. Em depoimento, o marido disse que ele e a mulher se dirigiram para o quarto. Afirmou que, antes de pegar no sono, ela “resolveu lavar roupas”.

Para isso, ela teve de ir ao andar de baixo da casa, onde fica a máquina e a lavanderia. “Ela acabou descendo a escada e se despediu do marido”, disse Andreucci.

Na sequência, o homem pegou no sono, acordando no dia seguinte, por volta das 8h. O marido afirmou que se atrasou para o trabalho, uma vez que estava acostumado a ser acordado pela esposa. Contou, ainda, que encontrou o gato deles dormindo na cama, no lado que a esposa costumava ocupar.

“Ele disse que era como se ela não tivesse voltado a dormir naquela noite”, relatou o delegado. Ainda segundo Andreucci, o marido levantou-se “assustado” e começou a procurar a mulher pela casa. Ele teria encontrado-a caída, na escada que dá acesso ao andar inferior da casa, no Jardim São Conrado.

O marido contou que desceu correndo a escada e que chegou a colocar a mão no corpo da esposa. Relatou que ela estava “fria”, sem respiração e com hematomas pelo corpo. Em seguida, acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

A PC enviou equipe da divisão de homicídios da Delegacia Central, que atua no caso. Além do marido, os policiais ouviram vizinhos do casal, para tentar constatar se houve, ou não, briga no decorrer da noite que antecedeu ao chamado.

Andreucci informou que os investigadores não localizaram sinais de briga ou de violência no imóvel do casal. Também disse que o laudo preliminar demonstrou que a vítima teve o pescoço quebrado. “Isso seria condizente com queda de uma escada. E quando a pessoa quebra o pescoço, morre instantaneamente”, relatou.

Entretanto, o caso, registrado como morte suspeita, ainda está sendo investigado. Andreucci disse que nenhuma hipótese pode ser descartada, até a chegada do resultado final do laudo do IML (Instituto Médico Legal), de Itapetininga.

A PC já requisitou, também, o exame necroscópico do corpo. “É ele que vai acusar, realmente, qual foi a causa da morte”, argumentou o titular do município.

Segundo ele, as informações obtidas até o momento corroboram com a versão do marido. “Tenho 25 anos como delegado e, dos muitos casos de homicídio esclarecidos, posso dizer que nesse caso as provas são condizentes”, falou.

Andreucci destacou que a rigidez cadavérica é “compatível” com o horário informado pelo marido. Segundo ele, não “há divergências” entre os dados passados pelo homem e os laudos preliminares divulgados pela perícia técnica.

O delegado citou que, se a mulher tivesse caído da escada e quebrado o pescoço (causa mais provável), ela não conseguiria chamar o marido. “A pessoa acaba não fazendo barulho algum”, comentou. Razão pela qual o homem não teria percebido que a esposa havia sofrido acidente.

Existem, ainda, provas testemunhais que reforçam a versão do marido. Vizinhos do casal contaram que conversaram com a mulher, depois de ela ter chegado da festa.

“Tudo leva a crer, por enquanto, que um infeliz acidente levou ao óbito dessa pessoa. Logicamente que, como é uma morte violenta, não natural, obrigatoriamente é instaurado inquérito policial”, informou.

Andreucci citou, ainda, que as investigações são necessárias para “eliminar qualquer tipo de dúvida”. Conforme ele, somente neste ano, a PC esclareceu três casos de morte suspeita. “Eles se ‘transformaram em homicídio’”, concluiu.