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Região central da cidade é a que sofre mairo ‘impacto’ no trânsito com retomada de período letivo
Com a antecipação do calendário escolar, por conta da Copa do Mundo no Brasil, um “velho conhecido dos tatuianos” voltou a “dar as caras”: o congestionamento. Conforme o Demutt (Departamento Municipal de Trânsito e Transportes), o fluxo de veículos aumenta em até 50% com a volta às aulas.
O percentual é registrado pelo órgão em áreas próximas às unidades de ensino nos chamados horários de pico (7h, 12h e 17h), com a entrada e saída dos alunos.
A comparação, segundo o diretor do Demutt, Francisco Antonio de Souza Fernandes, Quincas, é divulgada para evidenciar o número de veículos que circulam na cidade durante as férias escolares e fora delas, nos “principais pontos”.
De acordo com ele, a região que “sofre maior impacto de trânsito no retorno às aulas” é a central. O ponto mais crítico é a rua do Cruzeiro, nos cruzamentos com a praça Adelaide Guedes (saída da Prudente de Moraes e acesso para a 11 de Agosto), acesso da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) “Eugênio Santos”.
“Ela liga duas importantes vias de acesso e ambas de ‘maior impacto’ de todas as escolas”, informou o diretor. Segundo ele, durante as férias escolares, “há uma calmaria no trânsito”.
“Fora desse período de aulas, há certa tranquilidade. Com o retorno, as dificuldades aumentam, porque há a circulação de mais veículos. Isso é fatal. Nós não temos o que fazer, a não ser colocar agentes em algumas escolas do centro, onde o impacto é maior”, argumentou.
Mapeamento do Demutt aponta que os picos no trânsito ocorrem das 6h45 às 7h15, das 11h45 até às 13h e das 17h20 às 18h. São horários que “convergem” com a entrada e a saída dos alunos. Muitos vão à escola e voltam para a casa utilizando carros, “vans” escolares e ônibus.
Em entrevista, Quincas afirmou que, além das escolas, há vários outros pontos do município que apresentam “problemas críticos com relação ao número de veículos em circulação”.
De acordo com ele, o Executivo já realizou “várias ações para resolver a questão”. Elas integram cronograma executado pelo departamento entre os meses de maio e novembro do ano passado.
Para reduzir as chances de acidentes nos locais com mais concentração de veículo, o Demutt mantém fiscalização nos pontos. Elas são realizadas junto a ônibus, “vans” e carros particulares de pais que transportam os estudantes.
O trabalho é feito pela GCM (Guarda Civil Municipal) e PM (Polícia Militar). “Eles garantem que a fiscalização seja efetiva”, disse Quincas.
A fiscalização é dividida entre os órgãos e os agentes de trânsito. O diretor explicou que todos cumprem escala de serviços, com locais pré-determinados.
Os agentes fiscalizam unidades centrais, como a “Eugênio Santos”, a Creche Municipal “Chiquinha Rodrigues” e a Emef “João Florêncio”.
As demais unidades do entorno ficam a cargo de guardas civis municipais. Já o trabalho nas escolas estaduais é de competência da Polícia Militar. A corporação realiza, ainda, ronda escolar.
Por conta desse trabalho, Quincas explicou que “alguns motoristas acabam sendo multados”. A irregularidade mais comum é a “fila dupla” (quando um carro para ao lado de outro na rua) – para o embarque e desembarque de crianças.
De modo a conscientizar os pais e pedestres, o departamento promoverá projeto de conscientização, juntamente com a Secretaria Municipal de Educação e a GCM. A campanha ainda não tem data definida, mas inclui palestras e distribuição de panfletos educativos em escolas municipais.
A iniciativa deve contar com colaboração da professora da rede municipal e membro do Conselho de Educação Aurélia Cristina M. Vieira e envolver alunos e pais. Quincas afirmou que a participação dos responsáveis é imprescindível.
“Precisamos, urgentemente, fazer um trabalho de conscientização dos pais”, citou. Ele disse, também, que a iniciativa envolverá motoristas de ônibus e de “vans”, que usam área delimitada para embarque e desembarque.
A meta é reduzir o número de autuações registradas no ano passado. Até 31 de dezembro de 2013, o órgão cadastrou 6.000 infrações. “Muitas não se concretizaram, porque eram passíveis de recurso”, argumentou o diretor.
De acordo com Quincas, os valores das multas variam e são determinados pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro). Eles podem ser consultados em: www.detran.pr.gov.br/arquivos/File/infracoesdetransito/tabeladeinfracoesepenalidades.pdf.
Atualmente, o Demutt conta com 25 profissionais, entre agentes e guardas civis. Mais cinco serão chamados, por meio de concurso, “para reforçar a equipe”.
“Dentro da escala, nas escolas do centro, os agentes ajudam na condução do trânsito, seja no pare e siga, seja na faixa de pedestre das escolas”, disse o diretor.
Mudanças e estudo
De modo a gerenciar o tráfego, o Demutt promove mudanças que são, em princípio, sinalizadas. Por essa razão, Quincas afirmou que os motoristas “precisam ficar atentos às sinalizações porque novas mudanças poderão ocorrer”.
Ele também adiantou que um estudo está sendo realizado por um técnico em engenharia. O profissional avalia projeto de ampliação do número de semáforos e a substituição dos atuais (que trabalham em dois tempos para os de três tempos).
“Este é um pensamento de todos. Dependendo de onde colocar, ele causa um impacto grande. Em Tatuí, devido ao seu desenho, teríamos que colocar semáforos em todos os quarteirões, praticamente. Mas há um estudo para a ampliação, onde há incidência de acidentes e/ou um impacto no fluxo de veículos”, disse.
Quincas argumentou que os semáforos – se forem ampliados, após estudo – servirão “somente para preservar a qualidade de vida dos pedestres e cidadãos”.
Também afirmou que é contra a implantação de lombadas e que o departamento conseguiu “controlar os pedidos apresentados sem razões comprovadas”.
“Antigamente, era um tal de tira e põe que não tinha fim. Atualmente, o interessado faz um requerimento e nos entrega”, relatou o diretor.
Somente depois de entregar o documento, o Demutt faz a avaliação do pedido. O requerimento precisa conter assinatura e RG de três moradores de cada lado do trecho onde há solicitação, de modo a evitar pedidos de retirada.
Desta maneira, o diretor afirma que o Executivo teve um “problema atenuado”. Inclusive, porque houve redução de custos, “gerando economia aos cofres públicos”.
“Todo mundo quer lombada, mas ninguém deseja que ela fique na frente de sua casa. Depois de agirmos dessa forma, nosso problema amenizou, porque havia um custo alto para a Prefeitura em colocar e tirar lombadas”, argumentou.
De posse do requerimento, Quincas explicou que um agente do Demutt faz uma análise do fluxo de veículos. Ele também conversa com os vizinhos de quem fez a solicitação. “Daí, o departamento de obras dá seguimento, ou não, seguindo as normas de trânsito quanto à altura e largura”.
O mesmo procedimento é adotado quando o órgão recebe pedido de retirada de lombadas e de alteração de sentido. Como exemplo, citou a alteração da rua Cecílio Boneder, que dá acesso à Escola Estadual “Ary de Almeida Sinisgally”, na vila Esperança.
Segundo Quincas, a ação foi motivada por abaixo-assinado dos moradores. “A rua é mão dupla e passará a operar em mão única”, informou. A alteração deve acontecer nos próximos dias, após conclusão de estudos.