Chuvas provocam alagamento e DC de Tatuí monitora regiões

Órgão está em atenção; inundações viralizam em redes sociais

Da reportagem

As chuvas ocorridas nos últimos sete dias provocaram alagamentos e acenderam a luz de alerta da DC (Defesa Civil) de Tatuí. Entre os dias 28 de dezembro e 3 de janeiro, as precipitações somaram 119,9 milímetros. Isso significa 119 litros de água por metro quadrado, exigindo monitoramento do órgão.

Elas provocaram inundações em vários pontos do município, além de quedas de árvores e interdição de ruas, concentrando-se em regiões específicas.

De acordo com o Ciiagro (Centro Integrado de Informações Meteorológicas – http://www.ciiagro.org.br/ema/), os maiores volumes foram registrados nos dias 28 de dezembro, quando as precipitações somaram 32,5 milímetros, e 3 de janeiro, em que o acumulado foi de 35,3 milímetros.

A medição divulgada pela DC, no entanto, foi maior. Segundo comunicado do órgão, na segunda-feira, choveram 61 milímetros em apenas três horas.

A variação no registro deve-se ao fato de que as estações meteorológicas ficam em pontos distintos da cidade. Tatuí tem dois equipamentos conhecidos, um na Femague (Fundação Educacional “Manoel Guedes”), no Valinho, e outro, que entrou em operação em outubro de 2015, na Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo”, no Jardim Aeroporto.

Pelo menos cinco bairros foram atingidos pelo temporal: o Jardim Santa Rita de Cássia, o Jardins de Tatuí, as vilas Ezequiel e Dr. Laurindo e o centro (em frente à Rodoviária Municipal “Pedro de Campos Camargo”), segundo a Prefeitura.

Além de quedas de árvores, a municipalidade informou que trechos de vias ficaram comprometidos. Os locais (não informados) estão sinalizados e deverão ser reparados após avaliação do prejuízo pela equipe de infraestrutura.

Na segunda-feira, motoristas registraram parte dos alagamentos em vídeos, que viralizaram nas redes sociais. Três deles foram encaminhados à redação de O Progresso de Tatuí. No primeiro, um motorista capta o momento em que um veículo é arrastado pelas águas em trecho da rua Prefeito Alberto dos Santos. “Olha o Nivus (Volkswagen Nivus) flutuando”, comenta o motorista.

Em outro vídeo, é possível ver as águas invadindo a nova sede da base do Samu (Serviço Móvel de Urgência e Emergência). A chuva entra pela lateral do prédio onde ficam guardadas as viaturas de suporte básico e avançado.

Funcionários do local chegam a escoar a água, que atinge também o interior do imóvel no qual as equipes administrativas e de atendimento trabalham.

O temporal ainda atingiu a sede do Clube Renascer da Terceira Idade e o prédio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, no mesmo quarteirão do Samu, mas no lado oposto, na avenida Senador Laurindo Dias Minhoto.

Conforme a prefeitura, o nível da chuva chegou a 1,5 metro de altura. Em razão da limpeza e higienização, a secretaria não abriu para atendimento público na terça-feira, 4.

Um terceiro vídeo, com 1min53s, é filmado por outro motorista, na região do Santa Rita. Na filmagem, o condutor está dentro de um veículo, acompanhando a enxurrada.

O prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior informou que a prefeitura está atuando na recuperação dos estragos provocados pela chuva e que permanece de prontidão para atender ocorrências em função de novas precipitações.

Na cidade, o monitoramento é feito pela DC em conjunto com o CB (Corpo de Bombeiros) e a GCM (Guarda Civil Municipal). A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura também auxilia com atendimentos e vistorias.

Apesar dos pontos alagados, o prefeito afirmou que o número de regiões com risco real de danos está menor. O distrito de Americana e o Morro Grande, por exemplo, não foram atingidos.

O primeiro costuma sofrer com enchentes provocadas pelas cheias dos rios Tatuí e Sorocaba. Os dois rios se encontram no bairro. O Morro Grande, por sua vez, é mais propenso a deslizamentos.

O prefeito ressaltou que as duas localidades receberam obras de infraestrutura que reduziram o impacto das chuvas. Na área rural, a prefeitura fez a abertura de novos escoamentos junto com a pavimentação e, na área urbana, realizou obras de contenção de barranco em trecho do ribeirão do Manduca, para impedir a erosão.

Trata-se do chamado “bolsacreto”, um saco no qual se coloca o concreto, usado para preencher o espaço erodido.

Cardoso Júnior também explicou que os órgãos responsáveis pela atenção atuam baseados em um mapa. “Estamos acompanhando e monitorando tudo”, disse ele, que, no dia 30 de dezembro, acompanhou reparos no Rosa Garcia 2. Um lago de contenção implantado no bairro chegou a transbordar.

A assessoria de comunicação da prefeitura informou, ainda, que a represa da Sabesp atingiu o nível máximo de capacidade, o que fez com que a água ultrapassasse o vertedouro. Entretanto, segundo o setor, “não houve risco algum de rompimento”.

Durante a tempestade, houve queda de energia elétrica em vários pontos da cidade, em razão dos fortes ventos, de acordo com a comunicação. A base da GCM ficou sem energia e os telefones de emergência não funcionaram.

Houve alagamento e quedas de árvores nos Jardins Primavera e Thomás Guedes, na avenida Coronel Firmo Vieira de Camargo e no “Casarão dos Guedes”.

Em nota, a prefeitura acrescentou que “todas as ocorrências foram checadas pela DC, CB, Departamento Municipal de Trânsito e pela GCM”. “Felizmente, não houve registro de vítimas, somente de danos materiais, como levantamento de lajotas, casas alagadas e danos em veículos e asfaltos”, consta.

Na manhã desta terça-feira, a Secretaria de Obras e Infraestrutura e a DC analisaram os danos, iniciando os reparos nos locais afetados em toda a cidade. O prefeito visitou um dos pontos mais afetados pela chuva, na Dr. Laurindo. Lá, conversou com moradores e atendeu à imprensa local e regional.