Chuva em Tatuí causa estragos na região sul

Temporal de sábado causou a perda de lavoura e danos a 93 imóveis de bairros rurais

Da reportagem

As chuvas que atingiram Tatuí na tarde de sábado passado, 27 de janeiro, geraram danos a 113 famílias, a maioria moradora de bairros rurais da cidade. De acordo com a Defesa Civil, os estragos foram causados pelas pedras de granizo, as quais atingiram pelo menos 93 casas.

Os bairros Tanquinho, Novo Horizonte, Gramado e Congonhal foram os mais atingidos. Em razão disso, a prefeitura acionou as equipes da Defesa Civil e da Secretaria de Assistência Social para vistoriarem os locais, avaliando os imóveis e oferecendo suporte aos atingidos.

De acordo com a prefeitura, até terça-feira, 30 de janeiro, as 113 famílias haviam recebido lonas, colchões e alimentos.

Muitas casas foram destelhadas pelos ventos ou danificadas pelas pedras de gelo. O temporal durou poucas horas, no entanto, tempo suficiente para causar “danos irreparáveis” a algumas famílias.

No Congonhal, José Miguel dos Santos relatou, via WhatsApp ao jornal O Progresso de Tatuí, a tristeza em perder a plantação de milho, a qual, segundo ele, já estava vendida por R$ 25 mil. “Perdi tudo. Faltava menos de um mês para a colheita, e ver no que ela se transformou (a lavoura) é muito triste”, contou.

De acordo com ele, os ventos derrubaram boa parte da plantação, e a que “ficou em pé” foi atingida pelo granizo. “Não vou conseguir salvar nada”, emendou.

Ele contou que uma parte do valor da venda da plantação seria para custeá-la, e o lucro, usado para a sobrevivência da família e para o início da próxima lavoura. “Agora, não sei mais o que fazer”, lamentou.

Luzia Ribeiro relatou nunca ter presenciado uma chuva como a de sábado no bairro dos Palanques. Moradora do local há 35 anos, contou que, em razão dos ventos, não sobrou nenhuma folha nas árvores.

“Nunca vi uma chuva de pedra como a que aconteceu no sábado. As pedras tinham o tamanho de um ovo. O terreiro ficou coberto de gelo”, relatou.

As pedras de granizo ainda ocupavam o chão das casas cerca de 24 após o temporal. Conforme a Defesa Civil, em razão do tamanho dos glóbulos de gelo, o derretimento completo pode durar até quatro dias.

Ainda nos bairros da região sul da cidade, houve a ocorrência de quedas de árvores, obstruindo ruas e interferindo no fornecimento de energia.

A prefeitura informou que a Defesa Civil seguia dando suporte aos atingidos no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do Santa Rita. Para isso, quem ainda precisa de auxílio, deve procurar o órgão, que fica localizado na rua Arthur Eugênio dos Santos, 115, ou entrar em contato por meio dos telefones 153 e 199.