A região central de Tatuí será a primeira a ter câmeras do sistema chamado de “cinturão de segurança”. O Executivo deverá implantar quatro equipamentos para monitorar a Praça da Matriz e a região bancária.
O modelo é uma reestruturação da “cerca eletrônica”, segundo a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Mobilidade Urbana. O responsável pela pasta, José Alexandre Garcia Andreucci, informou que a Prefeitura vai buscar integração com sistema nacional para cruzamento de dados.
A meta é permitir que os computadores da central instalada na Guarda Civil Municipal tenham acesso a informações de veículos furtados e roubados em todo o país. Com isso, os equipamentos que captam as imagens poderão reconhecer, automaticamente, os números das placas e emitir alertas.
Uma vez registrados, os dados ficam nos computadores do município, podendo ser utilizados no esclarecimento de crimes. Atualmente, as câmeras de segurança – que fariam apenas o registro das imagens – estão inoperantes.
Andreucci afirmou que os equipamentos deixaram de funcionar por falta de pagamento à empresa responsável, pela administração anterior. Conforme ele, o Executivo tem a intenção de voltar a operacionalizar o “cinturão de segurança”.
“No momento, vai ser feita uma avaliação do contrato, uma verificação para saber se ele não está superfaturado. Posteriormente, depois de regularizada a situação financeira do município, pretendemos reativar”, antecipou.
Para a “nova fase”, a Prefeitura pretende uma reestruturação dos pontos vigiados. Andreucci explicou que não vê, como efeito prático de segurança, o funcionamento de equipamentos em locais como, por exemplo, a frente da sede da GCM.
A base tem duas câmeras, em sentidos opostos da rua Prefeita Chiquinha Rodrigues, na vila Dr. Laurindo. O secretário disse que, nesse caso, as câmeras são dispensáveis. “O cinturão é caro e precisa estar em regiões que mais necessitem”, ressaltou.
No entendimento de Andreucci, as câmeras seriam mais bem empregadas se estivessem em locais de grande circulação de pessoas, como o centro da cidade.
Também, acrescentou ele, se estivessem interligadas com o Ministério da Justiça, para cruzamento de informações sobre situação de veículos junto ao Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas).
A previsão da secretaria é de retomar o funcionamento do cinturão de segurança entre o final deste mês e o início do seguinte. De acordo com Andreucci, o Executivo está programando reinaugurar a central de vigilância, na sede da corporação municipal, dentro de uma ou duas semanas.
“Vamos fazer uso da estrutura que já existe, mas ativando a vigilância com câmeras no centro. Elas captam imagens em 360 graus e permitirão um melhor monitoramento do que está acontecendo na zona bancária da cidade”, disse.
Reforços
Juntamente com os equipamentos, o município deverá ter a segurança redobrada com apoio da Polícia Militar. Andreucci informou que iniciou conversas com o atual comandante do 22o Batalhão da PM, major Benedito Tadeu Galende, para que a corporação estadual possa ampliar o número de viaturas.
“Estamos discutindo para que, num futuro bem próximo, a PM envie duas viaturas a mais nos finais de semana, para apoiar a GCM na patrulha”, comentou.
Os veículos seriam empregados em ações de fiscalização e em apoio ao Conselho Tutelar. A intenção é intensificar o patrulhamento em regiões específicas. Entre elas, a praça Martinho Guedes (da Santa), que tem grande concentração de jovens às sextas-feiras, sábados e domingos.
A secretaria quer inibir a venda de bebida alcoólica para menores de idade, coibir o tráfico de entorpecentes na região central e eventuais “arruaças”.
“Tudo isso faz parte de um plano amplo, mas que é totalmente realista. Todas as ações são possíveis de serem realizadas, mas em períodos distintos”, disse.
De acordo com Andreucci, as ações previstas para os próximos quatro anos estão divididas em três “prazos”, sendo que as “imediatas”, para os cem primeiros dias de governo e até o fim do mandato.
As primeiras aconteceram entre o primeiro e o segundo mês de governo. Elas incluem a inauguração da base comunitária da GCM no Jardim Mantovani e o reinício dos trabalhos da central de monitoramento.
Para os cem primeiros dias, o secretário programa aumento da frota do patrulhamento na zona rural, aquisição de motos para fiscalização na zona rural e destacamento de 12 viaturas para a Romu (Ronda Ostensiva Municipal).
Em longo prazo, o Executivo programa a efetivação do plano de carreira da GCM. Ele prevê, além das regras para a promoção, normas para a aposentadoria especial. “Faz muito tempo que os guardas estão sem promoção”, disse.
A Guarda é formada, atualmente, por um inspetor (que exerce a função de comandante), cinco subinspetores – a maioria com mais de 20 anos de carreira –, os chamados CDs (classes distintas) e homens e mulheres como primeiro, segundo e terceiro-soldado.
“Precisamos pensar numa maneira de agilizar a promoção dos guardas, com critérios que obedeçam aos requisitos de merecimento e qualificação”, defendeu o secretário.
Enquanto o plano de carreira não é estabelecido, Andreucci adotou medida visando “redistribuição” das funções dos guardas. Desde o início do ano, os cinco subinspetores passaram a exercer a função de coordenadores operacionais.
Cada GCM foi nomeado para “comandar” uma área específica da cidade, que foi dividida em cinco regiões: norte, sul, leste, oeste e centro.
“Funciona da mesma forma que em cidades como São Paulo. Aqui, nós nunca tivemos isso, só a figura do comandante e do subcomandante. Como estava, praticamente, todos os demais atuavam como ‘praças’. Agora, não”, sustentou.
Mesmo em início, Andreucci afirmou que a medida já surtiu “os primeiros efeitos”. “O povo já está sentindo isso nas ruas, como estamos acompanhando por meio de comentários em redes sociais”, argumentou.