Centro cirúrgico pode ser reestruturado





Cristiano Mota

Prefeito entregou novos equipamentos ao centro cirúrgico da Santa Casa  na quinta-feira passada

 

“As portas estão todas ruins, a pintura está precária e precisamos trocar todos os aparelhos de ar-condicionado”. A lista de “coisas a fazer”, enumerada por Vanessa Camargo Hessel, está sendo preparada pela diretoria da Santa Casa e faz parte do projeto de reforma do centro cirúrgico.

Segundo ela, o setor é o próximo a passar por mudanças. Anteriormente, a UTI (unidade de terapia intensiva) havia sido reformada (reportagem nesta edição).

Vanessa informou que a substituição de equipamentos como os condicionadores de ar fazem parte de exigência da Vigilância Sanitária.

“O órgão exige que o ar esteja em bom funcionamento. E os daqui estão todos ruins, dando manutenção o tempo todo”, disse ela, que integra a diretoria do hospital.

A primeira etapa da reforma teve início com a chegada de equipamentos. Há quatro meses, o hospital recebeu carrinhos de anestesia novos. “Os que tínhamos estavam todos velhos. Trocamos todos e conseguimos mais algumas doações”.

Vanessa afirmou que o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, está pleiteando doações de “outros equipamentos” junto a empresas locais. “Existe muita coisa para ser trocada. Estamos precisando de uma reforma geral”, apontou.

De acordo com ela, a nova diretoria detectou a necessidade de adequações do centro cirúrgico após vistorias. Vanessa citou que a entidade apurou junto aos profissionais que atuam no setor que o ambiente precisa de reparos e equipamentos novos.

“Pelo que soubemos em conversas com o corpo clínico, faz muito tempo que nada é feito ali”, declarou. Segundo Vanessa, a Prefeitura entendeu a urgência do hospital e está colaborando para a melhoria dos serviços e da estrutura da Santa Casa.

“Até então, ninguém nunca tinha visto o centro cirúrgico. Demorava para acontecer alguma coisa de benefício para lá. Nós estamos mostrando para a equipe que atua no setor que ela não está largada”, afirmou a representante do hospital.

No dia 23, ela citou que a Prefeitura entregou mais um carrinho de anestesia ao centro cirúrgico. O equipamento foi adquirido por meio de emenda parlamentar. No ano passado, a Vara do Trabalho repassou monitores para o setor.

A Santa Casa pretende finalizar o projeto de reforma e entregá-lo à Vigilância Sanitária “o quanto antes”. Vanessa informou que o órgão tem de aprovar as adequações estruturais antes, para que o hospital possa fazer a reforma.

Entre as mudanças, Vanessa adiantou que o hospital programa a readequação do espaço do centro cirúrgico, como mudança de localização das portas de acesso e duas novas salas, sendo uma recepção e uma de espera.

“Vamos fazer uma recepção que, atualmente, não existe, e montar um ambiente com cadeiras para os pacientes aguardarem efeito de medicação”, contou.

Segundo Vanessa, os espaços vão facilitar a vida dos familiares dos pacientes, que não têm onde aguardar no caso de procedimentos menos incisivos, e dos internados.

Atualmente, as pessoas submetidas a cirurgia não contam com local adequado para tomar medicamento. De acordo com a diretora da Santa Casa, elas têm de esperar em corredor. “Vamos mudar tudo”, adicionou.

Entretanto, Vanessa disse que todas as alterações previstas precisam ser autorizadas pela Vigilância Sanitária. O projeto deve seguir normas estabelecidas pelo órgão para que o hospital evite multas ou gastos desnecessários.

“Ocorria muito disso aqui, antes. Faziam-se mudanças e não as comunicavam à Vigilância. Quando ela vinha fazer inspeção, ver como o hospital estava, a Santa Casa ou levava multa, ou advertência”, comentou Vanessa.

De acordo com ela, a causa das notificações era a “não obediência às normas técnicas”. A diretora declarou, também, que o hospital “não vai mais cometer erros”.

“De agora em diante, será feito do jeito certo. Se não faz certo, gasta material, é tudo em vão. Aí, tem de gastar o dobro para corrigir”, declarou.

A reforma do centro cirúrgico está sendo gestada por etapas. Com a conclusão da primeira (o projeto e a aprovação da Vigilância), a Santa Casa vai “batalhar” pela segunda (o levantamento de recursos para financiar as obras).

O valor total do investimento ainda não foi definido pelo hospital, mas deve contar com apoio da Prefeitura. Conforme Vanessa, o Executivo deve pleitear recursos de emendas parlamentares e junto à iniciativa privada (empresas locais).

De antemão, a diretora informou que o hospital confirmou algumas colaborações. Vanessa afirmou que fornecedoras do Executivo se comprometeram em fornecer mão de obra e outras empresas, o material necessário. “Muita gente está nos ajudando. A cidade está mobilizada”, enfatizou.

A provedora da Santa Casa, Nanete Walti de Lima, destacou o papel de entidades locais no trabalho de reestruturação. “Eu e o hospital agradecemos imensamente a todos que têm contribuído”, declarou.

Nanete também elogiou o trabalho do Rotary Club de Tatuí “Cidade Ternura”, que cedeu mais de R$ 16 mil em equipamentos para a Maternidade “Maria Odete Azevedo Campos”. A doação aconteceu na semana passada.

Nos próximos dias, o hospital receberá quatro incubadoras para bebês. Elas integram compra realizada pelo Executivo – e repassada também no dia 23 – a partir de emenda parlamentar. Com a ajuda, o hospital devolverá uma incubadora locada. A segunda era alugada pela Unimed e já havia sido devolvida.

O centro cirúrgico também recebeu carrinho de anestesia, doado no dia 23, juntamente com monitores multiparâmetros. Já a maternidade e a UTI (unidade de terapia intensiva) ganharam oxímetros novos.

A UTI também teve trocado o ventilador (o anterior foi enviado para conserto) e está com as máquinas de hemodiálise e a central de osmose reversa prontas para operação.

A coordenadora de enfermagem da unidade, Renata Basílio, explicou que os equipamentos estão passando por vistoria. São testes que acontecem semanalmente. “Eles consistem na verificação da máquina e na qualidade da água”.

Os pacientes que vierem a ser submetidos ao tratamento ficarão ligados a uma das máquinas por meio de um cateter. O tempo das sessões de filtragem do sangue varia. “Pode durar de quatro a seis horas, depende do quadro”, concluiu.