O município registrou três novos casos de sarampo na semana passada e os confirmou nesta terça-feira 3. Informativo divulgado pela Vigilância Epidemiológica aponta que, desde o dia 14 de agosto, cinco casos da doença foram confirmados na cidade.
A atualização mais recente inclui três crianças moradoras do Jardim Santa Rita de Cássia. Na sexta-feira, 30 de setembro, a VE confirmou a contaminação de duas meninas (gêmeas) de 13 meses, que tinham apenas a primeira dose da vacina contra a doença.
Já na terça-feira, 3, o órgão apontou novo caso positivo para o sarampo, em uma criança de cinco meses – que ainda não havia sido imunizada por estar fora da faixa etária de indicação da vacinação. Os exames foram realizados pelo IAL (Instituto “Adolfo Lutz”).
Os dois primeiros casos da doença no município foram confirmados no mês passado, envolvendo uma menina de um ano e três meses, moradora do residencial Astória, e outra de dois meses, residente na vila Angélica.
A coordenadora da VE, enfermeira Rosana Oliveira, afirma que, em todos os casos, foram adotadas as medidas preconizadas, que incluem o afastamento social dos casos suspeitos durante o período de transmissibilidade e a identificação e bloqueio vacinal das pessoas que tiveram contato com os casos suspeitos.
A doença havia sido erradicada em todo o país e não registrava nenhum caso na cidade desde 2002. Contudo, somente nos últimos dois meses (julho e agosto), 22 casos de suspeita de sarampo foram notificados pela VE. Todos os pacientes passaram por exame e, desses, cinco deram positivos, seis negativos e outros 11 aguardam resultado.
Rosana afirma que, mesmo com novos casos da doença, as medidas tomadas pelo município ainda seguem com foco na prevenção por meio de atualização vacinal, capacitação dos profissionais de saúde e bloqueio vacinal, quando há casos suspeitos.
“O Ministério da Saúde considera surto quando existe um caso da doença para cada 100 mil habitantes. Então, na realidade, ainda estamos apenas em estado de alerta. O mais importante é manter a vacinação em dia e se prevenir”, argumentou a coordenadora.
Rosana reforça que a vacina tríplice viral (que protege, também, contra a rubéola e a caxumba) é a única forma de se proteger contra a doença. Ela pode ser encontrada gratuitamente em todas as unidades de saúde.
“Com exceção da criança de cinco meses, em todos os casos positivos, as meninas ainda não tinham a segunda dose da vacina. Ainda não havia chegado à idade para que elas pudessem tomar. Mas, isso mostra o quanto é importante manter a carteira em dia. Se a criança está na faixa etária, é muito importante avaliar a carteira e realizar a vacina na data correta”, acrescentou.
O MS segue com a determinação de vacinação para bebês a partir de seis meses – a chamada “dose zero” – e a imunização de crianças entre 12 e 15 meses de vida – que já faz parte do calendário vacinal.
Os adolescentes e adultos jovens até 29 anos devem ter duas doses da vacina, e os adultos de 30 até 59 anos, pelo menos uma dose, comprovada na carteira de vacinação. Idosos acima de 60 anos podem receber a vacina contra o sarampo, mediante avaliação e prescrição médica.
As pessoas que já foram vacinadas, de acordo com a faixa etária, não precisam receber uma nova dose da vacina. Esta vacina não é recomendada para crianças menores de seis meses, gestantes e pessoas imunodeprimidas.
“Quando a pessoa não tem nenhuma dose da vacina, ela é uma doença perigosa e pode ser considerada mortal, podendo levar a pessoa a óbito de forma muito rápida”, reforçou a coordenadora.
Rosana acrescenta ser “preciso cautela”, pois é difícil controlar o vírus depois que ele se instala. Segundo ela, cada pessoa infectada, por exemplo, pode transmitir a doença para até outras 18 pessoas em menos de duas horas.
Os sintomas são: febre, tosse, coriza, olhos avermelhados ou conjuntivite e manchas avermelhadas na pele (exantema maculopapular).
O sarampo pode ser acompanhado de complicações sérias, principalmente em crianças menores de cinco anos, adultos maiores de 20 anos ou pessoas com algum grau de imunodepressão.
A transmissão do vírus ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar, e começa antes mesmo que o infectado apresente os sintomas mais agudos da doença.
Em caso de suspeita, com dois ou mais sintomas, a coordenadora orienta que se busque auxílio médico na unidade básica de saúde mais próxima e se evite o pronto-socorro, devido à aglomeração de pessoas.
“Como é uma doença altamente contagiosa, é melhor evitar o PS. Toda a equipe da Saúde está preparada para receber este paciente e a primeira porta de entrada deve ser a UBS, para evitar a disseminação do sarampo”, orientou.
A O Progresso, a secretária da Saúde, enfermeira Tirza Luiza de Melo Meira Martins, garantiu que os profissionais da área estão preparados para atender os casos de suspeita da doença.
“Estamos orientando a população sobre vacinação, capacitando a equipe, e tomando todas as providências para que não haja surto da doença”, acrescentou.
Ela ainda afirmou que todos os agentes comunitários de saúde receberam treinamento e estão orientando a população nas casas quanto à vacinação, sintomas e procedimentos necessários em casos de dúvida.
A vacina contra o sarampo é aplicada às segundas-feiras, das 8h às 16h, nas unidades de ESF (Estratégia Saúde da Família) da vila Santa Luzia e vila Angélica. Já na UBSs do bairro dos Mirandas e do Jardim Santa Cruz, o atendimento é das 8h às 13h.
Às terças-feiras, a vacinação ocorre das 8h às 16h, em três unidades de saúde: ESF do Jardim Rosa Garcia, ESF do Jardim Santa Rita de Cássia e UBS da vila Dr. Laurindo.
Às quartas-feiras, a vacina está disponível das 8h às 16h na UBS central, ESF do Jardim Tóquio e UBS do bairro Valinho. Já na UBS do Congonhal, a vacinação é disponibilizada das 8h às 13h.
Às quintas-feiras, há vacinação em duas unidades de saúde, ambas com atendimento das 8h às 16h: ESF do Jardim Gonzaga e UBS da vila Esperança. E às sextas-feiras, também das 8h às 16h, a vacina é aplicada na UBS do São Cristóvão e na ESF do CDHU.
A assessoria de comunicação da prefeitura informa ser essencial que a pessoa verifique a caderneta de vacinação e busque se informar se já se vacinou contra o sarampo. Em caso de dúvida, a recomendação é que procure a unidade de saúde mais próxima, ou ligue para (15) 3259-6358.
Casos no Brasil
O Brasil recebeu a certificação de eliminação do sarampo em 2016. No entanto, após a interrupção da circulação endêmica do vírus, casos esporádicos e surtos limitados – relacionados à importação – ocorreram em diferentes estados.
Levantamento do MS mostra que, no período de 2 de junho a 24 de agosto, um total de 2.331 casos foram confirmados laboratorialmente em 13 unidades da federação, com transmissão ativa do sarampo.
Desses, 99% (2.299) estão concentrados em 66 municípios do estado de São Paulo, principalmente na região metropolitana – que já registrou um óbito pela doença. A vítima era um homem de 42 anos, sem registro de imunização. Apenas 1% (32) dos casos foi registrado nas demais 12 unidades da federação.
Conforme o MS, na semana passada, 1,6 milhão de doses extras da vacina tríplice viral foi distribuído a todos os estados, para garantir a dose extra contra o sarampo em todas as crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias. O objetivo é evitar o avanço da doença em crianças menores de um ano.
Além disso, foram adquiridas 28,7 milhões de doses adicionais da vacina, que irão garantir o abastecimento do país até 2020. As novas aquisições foram anunciadas na quarta-feira, pelo secretário da Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber, durante reunião com laboratórios produtores de vacinas.
Em Tatuí, a dose extra está disponível em todas as unidades de saúde, desde o dia 22 de agosto. Contudo, Tirza ressalta que a chamada “dose zero” não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança.
“Além da dose que está sendo aplicada em menores de um ano, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral aos 12 meses e aos 15 meses. A vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente de a criança ter tomada a dose extra”, enfatiza a secretária.