Humberto Domingues
Casal prefere tratar de cães e não colocá-los para adoção por temor de que possam ser abandonados
Fundadores da ONG (organização não governamental) Ani+, o casal Silvia Helena Gonçalves Domingues dos Santos e Humberto Domingues pede ajuda da população para manter 53 cães. Os animais vivem na chácara do casal que pede doações para manter os animais – a maioria cães da raça Beagle.
De acordo com Humberto, os cachorros não estão disponíveis para adoção. Segundo ele, a razão é que os animais são velhos. A maioria deles é adulta, o que, de acordo com o criador, cria dificuldades para as pessoas conseguirem mantê-los.
“São cachorros que não posso doar, porque estão com sete anos ‘pra cima’. Se eu doar, em seguida, eles vão para a rua. O pessoal não quer cachorro mais velho. Então, depois, eles voltam doentes, com pulgas, e a gente acaba tendo que gastar mais com veterinário, exames e medicamentos”, afirmou Humberto.
Conforme ele, é mais sensato da parte do casal permanecer com os animais que “visar uma economia em curto prazo” – neste caso, colocando os cães para adoção. “É melhor eu ficar com eles, dando ração, do que doá-los e economizar por seis meses. Depois, quando voltarem, vou gastar muito mais”, disse.
Humberto afirmou que a ajuda não precisa, necessariamente, vir de apadrinhamento. O casal aceita doações esporádicas. Não é necessário que a pessoa apadrinhe o animal e se comprometa semanalmente, ou mensalmente, com cuidados.
Com o sistema de apadrinhamento, é possível que o colaborador ou colaboradora escolha um animal para cuidar e arcar com despesas com veterinário e ração. Isso acontece, normalmente, com animais que estão velhos ou doentes, com menor possibilidade de adoção, como é o caso dos cães do casal.
Os 53 cachorros tratados pelo casal eram mantidos por meio da Ani+. Porém, Humberto e Silvia se desligaram da instituição, mas se mantiveram responsáveis por cuidar dos bichos.
Por conta dos custos, a família gastou muito dinheiro para manutenção dos cachorros e, por isso, pede ajuda da população. Humberto destacou que não recebe dinheiro para tratamento. Ele prefere que sejam feitas doações em rações.
De acordo com Humberto, os cães necessitam de cobertores (para serem colocados nas camas), ração e de tábuas (para fabricação das acomodações). As tábuas são solicitadas porque os cachorros acomodados na chácara acabam roendo as camas, o que obriga o casal a trocá-las “algumas vezes”.
Os animais são castrados, vacinados e vermifugados. Mesmo assim, Humberto disse que a ajuda de veterinários é bem-vinda. O motivo é que há vacinas anuais que precisam ser ministradas pelos profissionais nos cachorros.
Além de ajuda com doações, o cuidador dos cães afirmou que necessita de ajuda física das pessoas para dar banho nos animais, já que isso ele costuma fazer sozinho. A mulher, segundo ele, tem problemas de saúde e não consegue ajudá-lo.
Humberto ressaltou que as pessoas que quiserem contribuir precisam se comprometer com a ajuda. Segundo ele, é necessário que as doações, ou as contribuições nos trabalhos de cuidados diários dos 53 animais, sejam constantes.
O cuidador também possui, além dos cachorros resgatados, cães da raça Beagle. Ele frisou que esses cachorros não serão doados, também por conta da idade. Por falta de condições de tratar mais animais, o casal decidiu parar de pegá-los das ruas.
“Nós vamos ficar só com esses (os Beagles). Cuidar deles até que não suportem mais e Deus queira levá-los. Não vamos abandoná-los. Já os tiramos das ruas de uma maneira tão terrível, de uma maneira tão triste”, declarou. “Temos que cuidar deles para o resto da vida”, completou Humberto.
De acordo com ele, o casal precisa abdicar do lazer para cuidar dos animais, pois possui “responsabilidade sobre eles”. Além da responsabilidade, o cuidador disse, também, que há “amor e carinho envolvidos”. Essas são razões que impossibilitaria o casal de abandonar ou doar os cães.
“Vamos tentando lutar da maneira que nós podemos. Não é fácil. Nós economizamos até na nossa comida. Não saímos para poder tratá-los. É muito difícil cuidar de todos. As pessoas não se dão conta disso, só querem jogar os cachorros com o protetor, mas eles precisam de carinho, de amor”, salientou.
Humberto afirmou que há um veterinário na cidade que ajuda o casal a cuidar dos animais. Segundo ele, o profissional oferece vacinas e consultas gratuitas ou com desconto, para que os dois consigam manter os cachorros com saúde.
Pessoas que queiram ajudar com doações ou contribuindo nos cuidados podem ligar para o casal no número 3251-5518. Conforme o relator, se os doadores não tiverem condições de levar as doações até a chácara, o casal pode retirá-los.