A Casa do Bom Menino, instituição que realiza acolhimento de meninos e meninas de zero a seis anos, calcula redução no número de atendimentos nos nove primeiros meses deste ano em comparação aos do ano passado.
Até setembro, a instituição realizou 32 atendimentos, contra 78 e 2016. A redução foi de quase 60% e é ainda mais significativa, uma vez que a casa passou a abrigar crianças do sexo feminino, trabalho que até o fim do ano passado era realizado pelo Lar “Donato Flores”.
“Está mais tranquilo o trabalho neste ano. Tivemos um pico de atendimento entre janeiro e abril, reflexo tardio das festas de fim de ano e do Carnaval, quando muitas famílias descuidam nos cuidados com as crianças. De maio para cá, tivemos poucos atendimentos”, explicou Helena Cristina Nunes Yakuda, assistente social da Casa do Bom Menino.
Os atendimentos são calculados mês a mês e podem não refletir o número de crianças atendidas. Um bebê que permanece cinco meses na casa contabiliza cinco atendimentos, um por mês, informou a assistente social.
De acordo com a responsável, mais de 70% dos casos de crianças acolhidas pela casa voltam para o seio familiar. O trabalho de “desabrigamento” é realizado com apoio de assistentes sociais do Cras (Centro de Referência em Assistência Social), do Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) e da própria instituição.
“No ano passado, 12 crianças retornaram para os pais, uma foi para a família extensa (avós e tios) e seis foram encaminhadas para adoção”, revelou.
Diversas situações levam crianças a serem acolhidas na Casa do Bom Menino. Casos de maus tratos, abandono de incapaz em casa e uso de drogas no ambiente familiar são frequentes, de acordo com a assistente social.
Apesar de o volume de acolhimentos ser considerado baixo, a Casa do Bom Menino está preparando-se para eventual aumento de demanda causada pelo recente atendimento a meninas. Em alguns casos, grupos de irmãos chegam à instituição, aumentando a ocupação.
Segundo Helena, a instituição tem projeto de construção de um novo quarto. O cômodo deve ser destinado a irmãos que foram desabrigados, para que possam dormir juntos, dando-lhes mais comodidade.
“Eles já estão longe da família. Então, para ter o menor impacto, poderão dormir juntos, no mesmo quarto. Esse cômodo será bem livre. Então, podemos colocar camas, beliches ou berços, conforme a necessidade da casa”, contou.
O novo cômodo será construído com recursos próprios e doações. A população pode doar materiais de construção e acabamento. A obra será construída conforme a disponibilidade financeira da Casa do Bom Menino.
“Os doadores podem nos ligar, e nós indicaremos os materiais que podem ser doados, para não termos uma quantidade grande de um só tipo de material”, orientou.
A Casa do Bom Menino é mantida com recursos de doações de pessoas físicas, jurídicas, verbas públicas e do Imposto de Renda. Atualmente, a instituição tem capacidade para cuidar de 20 crianças, de ambos os sexos.
Doações podem ser feitas mediante contato telefônico, pelo número (15) 3251-7967, ou pelo e-mail cbmenino@gmail.com.