Carnaval é primeiro corte previsto em pacote econômico da Prefeitura





Arquivo o Progresso

Manu afirmou que recurso a ser economizado com a folia será direcionado para ações com prioridade

 

Matinês, shows e desfiles de Carnaval em Tatuí devem acontecer neste ano sem investimento municipal. O prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, confirmou a O Progresso, nesta semana, que a Prefeitura não realizará as festividades do Momo. Também em função disso, não promoverá escolha da corte carnavalesca.

O prefeito informou que o Executivo está aguardando conclusão de uma auditoria financeira para poder fechar o “pacote econômico” recentemente anunciado. “Estamos verificando o que pode ser reduzido, de quais setores vamos fazer os cortes e de que forma eles serão realizados”, declarou.

A principal dificuldade da administração, segundo ele, é reduzir os gastos de “forma menos penosa”. Conforme o prefeito, o pacote “priorizará medidas que não causem prejuízo à população”.

Manu disse que cancelou os anúncios do pacote previstos desde janeiro porque a equipe da Prefeitura precisou de mais tempo para concluir os trabalhos.

De acordo com ele, a administração não quer correr o risco de divulgar medidas que não possam ser cumpridas. “O que posso dizer é que o anúncio será feito de fato, mas não queremos correr o risco de não ter êxito”, disse.

Primeira medida anunciada como “corte”, a não realização do Carnaval deve resultar em recursos para a Saúde e a Infraestrutura. Manu antecipou que a Prefeitura canalizará os recursos que seriam gastos na festividade para “melhorar ações preventivas e as condições de mobilidade da cidade”.

Os investimentos deverão ser detalhados em entrevista coletiva, com data ainda não definida. A nova previsão é de que a Prefeitura conclua os trabalhos nesta próxima semana.

Para o prefeito, a suspensão do Carnaval também coincide com uma série de medidas adotadas por municípios brasileiros. Ele salientou que, em Minas Gerais, pelo menos 14 cidades anunciaram o cancelamento das festividades para este ano.

“Na verdade, estamos com um problema universal de falta de água e de redução de produção de energia. Como tem chovido pouco, todo mundo está preocupado. Nós também tivemos ações preventivas, e estamos perto de um problema de dengue, como surto que ocorreu em Capela do Alto”, justificou.

O prefeito afirmou que o município não está livre de registrar esses mesmos problemas. Ao cancelar o evento, citou que poderá direcionar mais recursos para medidas que “objetivam o cuidado com a saúde”.

No momento, Manu disse que o problema de Tatuí é financeiro. Argumentou que a Prefeitura precisa de recursos para garantir o funcionamento dos serviços. “Temos muitas coisas para fazer nesses dois anos de governo. E muitas delas, nesse ano. Sem dinheiro, não fazemos nada”, disse.

Nos dois primeiros anos de governo, ele disse que atuou “mais fortemente na Saúde”. “Nós a arrumamos. Tenho absoluta certeza que, hoje, estamos vivendo a melhor época da Saúde de todos os tempos de Tatuí”, declarou.

A título de exemplo, voltou a mencionar a queda da taxa de mortalidade infantil do município. Conforme divulgado pelo Departamento Municipal de Comunicação e Gestão Estratégica, a cidade teve 7,60 óbitos de crianças para cada mil nascidos vivos até o final do ano passado.

A Prefeitura divulgou que a taxa é a menor da história do município. Em 2012, o número de óbitos para cada mil nascimentos ficou em 12,63, e, em 2013, 13,67.

“Nós também tivemos vários investimentos na Educação”, acrescentou, citando aquisições de imóveis para destinação de creches e a compra de materiais escolares que serão entregues antes do Carnaval.

“As crianças vão ter material de qualidade, como nós nos comprometemos em nossa campanha e estamos fazendo desde o primeiro ano de governo”, frisou.

Para o prefeito, como os “problemas urgentes da Saúde e da Educação foram solucionados, a administração vai direcionar esforços para as prioridades”.

Também começou a “apertar o cinto” no que diz respeito a pequenas obras de infraestrutura. Algumas ruas estão sendo recapeadas com material produzido pela usina de britagem.

“Estamos utilizando recurso próprio, com funcionários do município, sem custo de terceirização”, encerrou.