Três atletas do município haviam conquistado o direito de disputar o mundial de karatê na Bélgica, nos dias 16 e 17 de novembro, mas não conseguiram viajar para representar o país.
Os caratecas Paulo Sérgio Duque, Hélio Márcio Oliveira da Silva e Pâmela Aparecida de Camargo representaram o estado de São Paulo no 19º Campeonato Brasileiro de Karatê, no Ceará, em setembro, garantindo ingresso na seleção brasileira da categoria.
Porém, eles precisavam de pelo menos R$ 20 mil para comprarem as passagens e objetos a serem usados nas competições. Apesar de terem promovido uma “vaquinha on-line”, com a alternativa, conseguiram arrecadar apenas R$ 375.
Conforme Silva, eles tinham prazo de cinco dias antes do início da competição para realizar o pagamento e embarcarem para a Europa.
Os três caratecas fazem parte do projeto “Karatê Para Todos”, que ocorre no Departamento Municipal de Esportes. Sob o comando do próprio sensei Duque, cerca de 150 alunos, de idades variadas, treinam gratuitamente no local.
O projeto é filiado à Acak (Associação Cooperativa de Academias de Karatê), FPK (Federação Paulista de Karatê) e FBK (Federação Brasileira de Karatê).
O sensei da escolinha municipal de caratê, Duque, compete na categoria máster B, para atletas de 40 a 45 anos, faixa marrom e preta. Silva, da categoria máster A, de 40 a 45 anos, da faixa laranja a roxa. Enquanto Pâmela participa da categoria de 18 a 34 anos, mais de 58 quilos, faixa vermelha a verde.
Todos competem em duas modalidades da arte marcial “kata” e “shiai kumite”.
A modalidade kata é um combate imaginário, em que o carateca realiza os movimentos de uma luta, mas sem oponentes. E a modalidade shiai kumite é a tradicional, em que os atletas enfrentam os adversários.
Com 35 anos de carreira no esporte, era a quarta vez que Duque almejava participar de um mundial, segundo o sensei. Ele obteve a classificação em 2003, 2004 e 2007, mas não conseguiu ir, justamente por conta da dificuldade monetária.
Enquanto Pâmela e Silva haviam competido pela primeira vez em uma disputa nacional, no Ceará. Silva afirmou que espera ter sido a primeira competição nacional de muitas que ainda pretende participar. Para isso, no entanto, lembra que, além da continuidade do projeto amparado pela Prefeitura, dependeria do apoio da população e de empresários do município.
Este é o mesmo empecilho citado pelo sensei. “Infelizmente, não temos um empresário ou alguém que possa nos auxiliar na questão financeira”, expôs Duque.
Silva está desempregado há dois anos e não possui uma das mãos. Na época da classificação para o mundial, ele cultiva o sonho de representar a cidade na Europa.
“Vou providenciar uma bandeira da cidade, para que, na hora que subirmos ao pódio – que é o nosso grande sonho -, possamos levantar um símbolo de Tatuí”, afirmou o carateca.
Ele declarou ter sido um “baque” não terem conseguido recursos suficientes, porém, assegura que não desistiu do sonho. “Com certeza, no próximo ano, nós iremos para o mundial, pois farei o impossível para que isso aconteça”, garantiu Silva.