Por Danielle Gitti*
Estudo recente do Datafolha, discutido pela diretora presidente da Farmacann (Associação para Promoção da Cannabis Medicinal Manipulada/Magistral), Danielle Gitti, revela que a sociedade brasileira “vê com bons olhos as vantagens terapêuticas da cannabis medicinal”.
De acordo com a pesquisadora, 76% das pessoas ouvidas pelo levantamento disseram ser a favor, e 22% contra o uso de medicamentos à base da planta. No entanto, a especialista destaca que apenas 3% dos entrevistados confirmaram ter utilizado medicamentos deste tipo.
De acordo com as observações da diretora presidente da instituição, 1% da população pesquisada utiliza atualmente cannabis medicinal, e 2% já fizeram uso em algum momento. Entretanto, 97% nunca recorreram a preparações que contêm canabidiol (CBD), tetra-hidrocanabinol (THC) e outros componentes, empregados em tratamentos de variadas enfermidades.
Ainda nas anotações da pesquisadora, sobre o grau de informação, 85% dos entrevistados afirmaram ter algum conhecimento sobre a maconha medicinal, com 32% se considerando bem-informados, 42% com conhecimento médio e 11% admitindo estar mal-informados. A pesquisa do Datafolha contou com a participação de 2.016 pessoas em 139 municípios.
De acordo com Danielle, 67% dos respondentes apoiam a ideia de autorizar o cultivo de cannabis para fins medicinais no Brasil. Atualmente, é necessário importar a matéria-prima devido às restrições legais.
A pesquisadora menciona que, desde 2015, uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite a importação de medicamentos com canabidiol, mediante prescrição médica. Os dados citados pela pesquisadora indicam que já foram emitidas mais de 235 mil autorizações para importação, com mais de 80 mil somente em 2023.
Sobre a eficácia dos medicamentos, ela pondera a necessidade de individualização das prescrições. E destaca o papel das farmácias de manipulação, cujos profissionais estão aptos para ajustes de dosagem, garantindo assim tratamentos mais eficazes e individualizados.
De acordo com ela, a combinação de CBD e THC pode ser até 10 vezes mais potente, conforme indicam estudos. Assim, ela reforça a importância do ajuste de dosagem para obter os melhores resultados com a cannabis medicinal. Farmácias de manipulação, segundo Gitti, são essenciais para auxiliar médicos na definição da dose ideal para cada paciente.
*Danielle Gitti é Diretora Presidente da Farmacann – Associação para Promoção da Cannabis Medicinal Manipulada/Magistral