Câmara de Tatuí questiona qualidade dos serviços prestados pela Sabesp

Oposição aborda contrato entre a prefeitura e empresa de limpeza

Parlamentares aprovam requerimentos em sessão ordinária (Foto: Juliana Jardim)
Da reportagem

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Tatuí desata semana, que em razão do feriado da Consciência Negra aconteceu na noite de terça-feira, 21, os parlamentares deliberaram e aprovaram, por unanimidade, 11 indicações, 106 requerimentos e 18 moções.

Os trabalhos de reparo asfáltico realizados pela Sabesp foram um dos assuntos discutidos em tribuna. José Eduardo Morais Perbellini (Republicanos) apontou como “falta de qualidade dos serviços prestados pela concessionária de abastecimento” o remendo da malha asfáltica na rua Teófilo Andrade Gama, na altura do número 1.279.

Ele alegou que, após ter sido realizada a manutenção da rede de esgoto, a empresa teve que, por três vezes, retornar ao local para reparar o trabalho “mal feito”.

Ele justificou apoio à privatização da estatal, dizendo que os serviços fornecidos pelas empresas terceirizadas da Sabesp “deixam muito a desejar”.

Também declarou ser inaceitável a cobrança da taxa mínima a partir de dez metros cúbicos de utilização da rede, mesmo sem ter sido utilizada.

Leandro de Camargo Barros (Cidadania) apoiou o requerimento de Perbellini sobre a cobrança da taxa mínima, ao mencionar que sempre teve de pagar pelos dez metros cúbicos, mesmo utilizando-se de, no máximo, quatro.

Argumentou, ainda, que a Sabesp realiza diversas campanhas de economia de água destinadas ao consumidor, no entanto, “não oferece nenhum tipo de bônus aos que economizam”. “É inconcebível a Sabesp fazer isso com a população que mais sofre e que economiza de verdade”, disse.

O presidente da Câmara, Eduardo Dade Sallum (PT), rebateu as justificativas dos parlamentares ao dizer que a Sabesp atende atualmente 95% do saneamento básico de cidades do estado de São Paulo sob a concessão dela.

E reforçou que nenhuma empresa pública da América Latina e do mundo tem a capacidade que a estatal tem de fornecer serviços fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico.

“Tem pessoas que querem fazer com que água vire mercadoria. Se está ruim da maneira como está, imagine com a privatização”, questionou. Ele também comparou os serviços da atual concessionária de energia Enel, a qual atende a cidade de São Paulo e que fora desestatizada durante o governo de Mário Covas, em 1998.

“Faz mais de um mês que tem centenas de milhares de famílias sem energia em São Paulo. E é a mesma coisa que o governador Tarcísio quer fazer com a Sabesp”, sustentou.

Sallum concluiu apontando que os únicos beneficiados pela privatização de uma “empresa que dá lucro e dividendos para o estado seriam os amigos do governador”.

Por meio de requerimento em conjunto, os vereadores Cintia Yamamoto (PSDB), João Éder Alves Miguel (MDB), Márcio Antonio de Camargo (PSDB), Maurício Couto (PSDB) e Jairo Martins (PSD), abordaram o contrato celebrado entre a prefeitura e a empresa Efraim Alimentos e Serviços Limitada EPP, por meio do processo administrativo 195/2023.

Cíntia questiona sobre a contratação da empresa que prestará serviço de limpeza nas escolas municipais e que, de acordo com ela, foi requisitada de forma emergencial pela prefeitura, sem a abertura de processo licitatório.

A parlamentar declarou ter ido com os colegas no endereço constado no cadastro da Receita Federal e que lá encontraram um restaurante fechado. Ela também pede ao Executivo esclarecimentos sobre a origem do recurso de R$ 600 mil mensais pago à empresa.

Alves Miguel pediu “transparência” à administração municipal sobre o contrato firmado com a empresa.

De acordo com ele, havia um contrato em vigência que fora encerrado com a empresa anterior. Ainda argumentou que a prefeitura terá um acréscimo de despesas no valor de R$ 1 milhão pelo prazo de seis meses.

Ele reforçou o fato de a empresa contratada possuir um endereço de uma antiga lanchonete. E, assim como apontado por Cíntia, disse acreditar que a contratada será paga por meio de recursos de incentivo à educação do município.

“Além disso, a alteração contratual dos serviços prestados pela empresa foi modificada um dia antes da homologação pela prefeitura”, declarou.

Conforme o vereador, o contrato entre a Efraim e a Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) foi firmado no dia 26 de outubro, sendo a homologação com a prefeitura realizada um dia depois, em 27 de outubro.

2 COMENTÁRIOS

  1. Tem que acabar mesmo com essa buraqueira que fica nas ruas cada vez que eles vão fazer uma manutenção ,pegam o asfalto novo deixam cheios de buracos

  2. P vc ver, o problema não é a Sabesp, é as terceirizadas. Privatiza q piora! Vamos unir forças contra a privatização! Mais concurso para ter equipe q preza pela qualidade do serviço para a população. Não a terceirização e precarização!

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