‘Caixa continua em pleno vapor’, declara superintendente em Tatuí­

 

“A Caixa Econômica Federal é o principal banco da habitação do país. Nós temos ‘expertise’ nesse mercado, e eu posso dizer que ele continua tendo necessidade de novas unidades, e nós, fazendo financiamentos para todas as faixas de renda”.

A declaração da superintendente regional do banco, Célia Marisa Molinari de Matos, pode animar futuros mutuários em Tatuí que planejam adquirir a casa própria. Conforme a representante da instituição financeira, mesmo em época de recessão, as negociações continuam sendo fechadas na cidade.

Em entrevista a O Progresso, Célia Marisa evitou falar em números. A superintendente disse que o mais importante não é a quantidade de projetos residenciais que estão sendo analisados pelo banco, mas, sim, que “não houve freio” na abertura de linhas de créditos permitindo o financiamento imobiliário.

Apesar da indecisão com relação às novas contratações por meio do programa Minha Casa Minha Vida, suspensas em maio deste ano e retomadas em outubro, Célia Marisa afirmou que os financiamentos seguem por conta de “experiências exitosas”.

Entre elas, a que deu origem ao Residencial Vida Nova Tatuí, empreendimento construído em Tatuí. “Quando existe boa vontade das partes, os projetos são sempre exitosos”, declarou.

Para acontecer, a superintendente disse que o “sucesso” depende de empenho de todos os agentes envolvidos. Segundo ela, é necessário haver empenho da iniciativa privada (a construtora que apresenta o projeto), do poder público (que faz a aprovação da proposta) e do agente financeiro (que abre crédito).

“O processo todo apresenta certa complexidade. Mas, nesse empreendimento em Tatuí, nós tivemos muito êxito. O mais interessante que vejo é que está todo mundo pensando no final, no benefício que isso vai trazer para a população que vai residir nas unidades entregues aqui”, declarou.

A construtora Pacaembu entregou, no dia 18 deste mês, chaves para os primeiros 645 moradores. O empreendimento tem, no total, 1.295 unidades habitacionais, sendo que as 650 restantes deverão ter a entrega de chaves realizada no mês que vem.

Para a superintendente, “a política habitacional nacional tem colaborado para a mudança de vida de pessoas” e, também, para a redução do déficit de moradias.

Em 2015, quando da realização das inscrições para a compra de uma das unidades do residencial, a CEF registrou procura de 12.194 pessoas. Na avaliação de Célia Marisa, o número caiu por duas razões.

Primeiro, por conta do programa do governo federal. “Ele trouxe atendimento para várias faixas de renda, tanto para quem não tinha condição de pagar nenhuma prestação como para quem já tinha, mas não conseguia ser atendido por uma ou outra questão burocrática”, destacou.

A outra explicação é que, com os empreendimentos acontecendo no município, mais pessoas estão residindo – ou prestes a morar – em imóveis próprios. Além disso, Célia Marisa disse que não é possível fixar um número para o déficit. Basicamente, porque ele é um “processo de continuidade”.

“Não dá para dizer que temos ‘x’ e que, amanhã ou daqui dois anos, ele vai ser resolvido. Vão se formando novas famílias, e o perfil das famílias vai mudando”, alegou.

“O mais importante não é nem o quanto se tem em andamento, mas o que se tem de projeto da política habitacional, que está consolidada”, complementou.

Assim como no país, Célia Marisa disse que as unidades do banco na cidade têm todas as linhas de créditos habitacionais abertas. Elas são voltadas para as mais variadas faixas de renda. Também por isso, os financiamentos seguem. No município, a programação é manter as negociações em aberto.

Elas deverão permitir, entre o ano que vem e o 2018, a “continuidade do residencial”. O projeto original prevê mais 1.058 unidades no Vida Nova Tatuí, que poderão ser financiadas pelo programa do governo federal para famílias que ganhem até um salário mínimo e meio por mês, atendidas pela faixa 1,5.

“O importante é saber que continuamos a pleno vapor”, enfatizou a superintendente. Segundo ela, mesmo com a redução das concessões de contratações pelo governo, o banco mantém financiamentos devido à principal “fonte de recursos”.

Boa parte do dinheiro usado para a compra dos imóveis (casas e apartamentos) advém do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Os trabalhadores utilizam o benefício como entrada ou complementação da entrada. “Nós seguimos porque temos recursos para aplicar e emprestar”, descreveu.

Por dispor “desse recurso”, a superintendente disse que o banco terá condições de atender a todos os projetos habitacionais trazidos para o município. Mirando nesse “filão”, o Grupo Pacaembu informou que programa novas construções.

É o que antecipou o diretor de obras da construtora, José Stucki Junior, à reportagem. “Escolhemos a cidade por conta da demanda. O município tem carência de habitação, e nós não vamos parar por aqui”, declarou o diretor de obras.

O projeto seguinte da empreiteira na cidade será a continuidade do residencial. A previsão é de que as obras comecem entre o final de 2017 e início de 2018.

Segundo Stucki Júnior, a proposta de edificação já conta com pré-aprovação de órgãos responsáveis, como a Prefeitura, o Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo) e o governo federal.

A expectativa da Pacaembu é de manter o “ritmo das obras”. As primeiras 645 unidades entregues neste mês tiveram a etapa antecipada. O contrato estabelecia o repasse das chaves dos módulos um, dois e três nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

Os demais módulos (quatro, cinco e seis) seriam para março, abril e maio. Entretanto, serão entregues em dezembro. “Isso significa que os nossos mutuários receberão as suas unidades com 90 dias de antecedência”, ressaltou Stucki Júnior.