Bombeiros resgatam recém-nascido engasgado depois de amamentação





Amanda Mageste

Mãe de bebê engasgado comparece à corporação para agradecer bombeiros

 

Na tarde de segunda-feira, 9, um bebê de 11 dias, que engasgou com leite, foi salvo por homens do Corpo de Bombeiros. Na manhã de quinta-feira, 12, a mãe e o recém-nascido estiveram no quartel para agradecer aos bombeiros.

Fernanda da Silva Aguiar, mãe do bebê Wesley de Aguiar, na segunda-feira, amamentou o filho, esperou ele arrotar e o colocou para dormir.

A mãe afirmou que, depois de um tempo, a criança acordou, chorou e soluçou.

Após o soluço, o rosto de Wesley começou a “escurecer”. Nesse momento, Fernanda saiu correndo para pedir ajuda à sogra e ao marido.

De acordo com Fernanda, o bebê aparentava estar sem fôlego. O pai de Wesley conseguiu “chupar” o nariz dele e a criança voltou a respirar. Mas, segundo a mãe, o bebê perdia o fôlego a todo momento.

A família mora em um sítio em Quadra e não conseguiu fazer contato de imediato com equipes de resgate, pois o telefone estava sem sinal.

Por conta disso, os pais e avós do bebê decidiram vir a Tatuí em busca de ajuda.

Fernanda afirmou que o caminho até a cidade foi “desesperador”, porque eles não conseguiam falar com o resgate e, em certo momento, o bebê parou de respirar.

“Teve uma hora em que o sentido dele sumiu de vez e não quis mais voltar. Foi quando meu marido conseguiu falar com o Corpo de Bombeiros e o cabo passou procedimentos para a gente”, contou Fernanda.

O cabo Ederaldo Rodrigues da Silva, responsável naquela tarde por receber os chamados via telefone ou rádio, contou que atendeu à ligação e, na hora, já percebeu ser algo sério.

“Era uma pessoa bem desesperada, não dava nem para compreender o que ela estava dizendo. Como já temos certa experiência, acaba que, pelo tom da voz, a gente já percebe que não se trata de trote. Então, você atende com uma atenção maior”, salientou Silva.

O cabo afirmou que, durante a ligação, tentou manter o pai da criança calmo, para passar os procedimentos a serem feitos.

Silva explicou que, com a descrição que o pai fez por telefone, de que a criança estava “mole”, com uma cor escura e que havia ficado desse jeito após a amamentação, ele já classificou como uma situação grave, por obstrução de via aérea e com possibilidade de estar com parada cardiorrespiratória.

O cabo explicou que, diante da situação – e por a família estar de carro em uma rodovia -, a calma seria imprescindível.

“Depois de acalmar o pai, pedi para que eles parassem assim que entrassem na cidade, para que o resgate pudesse abordá-los”, contou Silva.

De acordo com o cabo, assim que a família estacionou o veículo, a unidade de resgate chegou.

Segundo Silva, a mãe estava desesperada e, quando avistou o cabo Sandro Rogério Gregório, já entregou o bebê. “Quase que ‘atirou’ a criança nas mãos do soldado, de desespero”.

Gregório iniciou os procedimentos para que a criança “desengasgasse”. Wesley expeliu secreções e voltou a respirar.

Conforme Silva, o bebê, de fato, estava com obstrução de via aérea e parada cardiorrespiratória. Após o primeiro atendimento de urgência, em que Wesley voltou a respirar, os bombeiros levaram-no ao pronto-socorro.

“Na viatura, foi feita aspiração total, limpeza e o processo de oxigenoterapia (administração de oxigênio). Na hora em que chegaram ao PS, o bebê já estava com um quadro evoluído positivamente”, contou Silva.

Gregório disse que, quando a mãe entregou-lhe o bebê, “pediu, por favor, para ele salvar a vida do filho”. Segundo ele, a frase ficou-lhe “marcada”.

“É muito emocionante, não tem dinheiro que pague isso. O fato de você pegar uma criança ali, praticamente desfalecida, e fazê-la voltar, através de técnicas que a gente tem. É muito bom”.

Fernanda afirmou que já levou o filho ao pediatra, o qual constatou estar tudo bem com o bebê, sem sequelas.

Emergência

Silva explicou que é muito comum o recém-nascido ter refluxos. Portanto, é importante que, após amamentar a criança, a mãe faça-a arrotar, para não engasgar. “Isso é ensinado no pré-natal, que é um acompanhamento que os médicos dão para mães”, salientou Silva.

Se acontecerem casos semelhantes ao do bebê Wesley, Silva ressaltou a importância de os pais procurarem o resgate imediatamente. “Nesse caso, a primeira situação é ligar para um número de emergência”, sustentou.

Em Tatuí, a população conta com dois sistemas aptos a atuar nesse tipo de situação: o do Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193, e o Samu, pelo 192.