
Confraternização na manhã de ontem, terça-feira, 20, marcou o encerramento das atividades da primeira turma do “Bem-Estar no Lar”. O projeto é desenvolvido pelo Lar São Vicente de Paulo, com colaboração de profissionais da instituição tatuiana e voluntários. A festa contou com a presença de internos e de idosos “externos”, atendidos pela iniciativa.
Entre eles, Iracema Medeiros Thomas, conhecida como “Loló”. No início do mês, ela passou a frequentar a instituição. Dona Loló é uma das 20 pessoas com mais de 60 anos atendidas por meio do Centro de Convivência “Nicolau Eleutério”. O espaço foi inaugurado em 30 de maio de 2013.
Em julho deste ano, pouco mais de três anos após a liberação, o centro recebeu o primeiro grupo do “público externo”. A intenção da entidade é aproximar os internos dos idosos que não residem na instituição, de forma a promover a socialização, a interação e o desenvolvimento motor e psicossocial d os participantes.
Pelo menos no que diz respeito à dona Loló, o projeto está “aprovadíssimo”. “Venho aqui durante toda a semana para fazer as atividades. Realizamos muitas coisas, como as árvores de Natal e os enfeites que estão nas nossas mesas”, disse ela.
Considerado “novo”, o “Bem-Estar no Lar” abre as portas para os idosos das 8h às 11h, diariamente. “O pessoal dá até almoço para quem vem”, comentou Loló.
De acordo com ela, o número de pessoas que frequenta a iniciativa é pequeno por conta do tempo de existência dela. “O projeto é novo. Veio, inicialmente, quem é conhecido dos voluntários e dos envolvidos, mas ele é aberto para todo mundo. É que é uma novidade para o pessoal”, argumentou.
Com 86 anos, Loló vê no convívio com os novos amigos mais que passatempo. Viúva e mãe de dois filhos, sendo um deles falecido, ela classifica as atividades como uma terapia.
“Para mim, é excelente, gosto muito de socializar, de brincar, de dançar. Aqui, podemos ver a horta, andar por dentro da instituição e até realizar caminhada na rua”, descreveu.
Acostumada com “o ritmo acelerado” do projeto, Loló afirmou que sentirá falta das atividades “no período de férias”. Em casa, ela conta com a companhia de uma acompanhante que a ajuda nos afazeres e na rotina do dia a dia.
Considerado uma nova etapa na história do Lar São Vicente, o projeto de estímulo ao convívio social é fruto de empenho da diretoria da entidade. A irmã da Providência Maria dos Santos Silveira disse que se trata de uma “conquista permitida por Deus”.
Na administração geral da entidade há sete anos, a religiosa antecipou que a diretoria espera, para o próximo ano, manter as atividades em funcionamento.
“A interação dos nossos idosos com os idosos externos traz uma vida nova para a casa. Não só para os nossos, mas, especialmente, para os de fora”, declarou.
Somando-se ao trabalho da direção, a irmã ressaltou que houve a criação de uma “rede de ajuda” formada pelos profissionais da instituição e por um grupo de voluntários. De acordo com ela, a iniciativa resulta em apoio mútuo.
“Muitas pessoas sentem a necessidade de dar gratuitamente aquilo que gratuitamente recebem de Deus, mas não sabem onde aplicar os seus dons, o que fazer. E, tendo um projeto organizado como este, todas as pessoas têm a sua chance de poder doar, porque tem sempre espaço para os de boa vontade”, ressaltou.
O presidente da instituição destacou o papel dos colaboradores na realização do projeto. Ivan Rezende Ferreira também agradeceu aos idosos da comunidade por “acreditarem no trabalho da instituição” e participarem das atividades.
A meta do Bem-Estar no Lar é promover atividades que resultem em qualidade de vida de pessoas com 60 anos ou mais – abrigadas no asilo ou não. O trabalho tem foco em interação social e na elevação da autoestima.
O projeto está a cargo de Jesomina Iazzetti Grando, assistente social do asilo, e da irmã Blandine Aduou, natural da Costa do Marfim. Ela está no Brasil em missão religiosa.
A iniciativa marca uma nova frente de trabalho da instituição com 111 anos de existência. Desde 2013, quando se iniciaram os trabalhos para a criação do centro de convivência, o asilo buscou ampliar as oportunidades de convívio para os internos.
No espaço, os assistidos têm a oportunidade de trocar experiências e conviver com pessoas da mesma faixa etária, além de aprenderem com os voluntários.