Da reportagem
Nesta semana, o projeto social “Bom de Bola, 10 na Escola” completou dois anos do inédito título da Taça Band de Futebol de Base. No dia 19 de maio de 2018, a equipe sub-15 venceu o Chute Inicial Corinthians Itatiba, no estádio “Nelo Bracalente”, em Vinhedo (SP), 23por 3 a 2.
Os gols da decisão foram marcados por Gabriel Vieira, Bryan e Nicola, que conquistou a artilharia da competição, ao balançar as redes adversárias em cinco oportunidades. A equipe também alcançou o título de melhor goleiro, com Guilherme Dias, que teve apenas cinco gols sofridos em oito jogos.
Idealizador do projeto, o ex-jogador profissional de futebol Diego Rodrigo de Oliveira Medeiros de Barros, conhecido como Diego Barros, lembra com carinho do título do torneio, que reuniu mais de 150 equipes e 2.500 atletas em seis categorias.
Para o treinador, duas partidas foram determinantes para que a agremiação pudesse soltar o grito de “campeão”.
Na terceira e última rodada da fase de grupos, o Bom de Bola havia somado apenas um ponto e, para se classificar à fase seguinte, precisava vencer o Rezende, além de torcer por um triunfo do Grêmio diante da Caterpillar, “fora de casa”, por dois gols de diferença.
“Tudo isso aconteceu naquele dia: nós vencemos o Rezende por 2 a 0 e o Grêmio começou perdendo e virou o jogo para 3 a 1, diante da Caterpillar”, recordou o treinador.
Na fase eliminatória, a equipe tatuiana teve de enfrentar o time com a melhor campanha na etapa inicial da competição. Mesmo assim, venceu pelo placar de 3 a 0.
O adversário foi o Colorado, de Americana, um núcleo de captação de atletas do Internacional, de Porto Alegre – atual clube do lateral-direito tatuiano Rodinei.
“Começamos bem a partida, abrimos 2 a 0 de vantagem no placar e administramos até o final. Naquele momento, sabíamos que estávamos em uma crescente na competição, e com a confiança bastante elevada”, comenta.
Para Barros, próximo de completar 11 anos de existência (o projeto foi fundado no dia 27 de julho de 2009), o título da Taça Band, promovida pela TV Band Campinas e pela Vale Sports, é o mais importante do Bom de Bola. Segundo ele, “a competição tem um lugar especial na sala de troféus”.
Conforme ele, durante a semana da decisão, a equipe recebeu confirmação de que, pela primeira vez em quatro edições do torneio, a emissora transmitiria a finalíssima em TV aberta, possibilitando que muitas pessoas pudessem acompanhá-la.
“Ficamos orgulhos, pois vários amigos da região nos mandaram mensagens de que haviam acompanhado o jogo, torcendo por nós. Foi meu maior momento desde que deixei de ser atleta para treinar os garotos”, destaca.
“Eu brinco com eles, pois pude disputar uma partida televisionada com mais de 20 anos. Já eles, com apenas 14 e 15 anos, tiveram a oportunidade de mostrar o talento e representar Tatuí em TV aberta”, complementa Barros.
O técnico expõe que, para a disputa da Taça Band, os uniformes de todos os times participantes são planejados e confeccionados pelos organizadores. Contudo, tanto o Bom de Bola quanto o Chute Inicial Corinthians Itatiba utilizavam roupas azuis, e a equipe tatuiana pôde jogar a decisão com um uniforme próprio.
“Acabou sendo mais um ponto positivo para motivar os atletas na preleção. Nada muda a nossa essência e de onde nós viemos, mas utilizar o brasão de Tatuí em competições nos traz muito orgulho”, assegura.
Logo após o título, dois jogadores do projeto social tiveram a chance de fazer testes em clubes brasileiros. Bryan, autor do segundo gol na final, esteve no Rio de Janeiro para avaliação no Botafogo e, na semana seguinte, Nicola e Gustavo Turri fizeram testes na Ponte Preta, em Campinas.
Posteriormente, Nicola foi ao Audax, de Vinhedo, onde permanece até hoje, com passagem pelo Primavera, de Indaiatuba, no ano passado. Segundo Barros, Bryan também atuou em Vinhedo após o desempenho na decisão da Taça Band.
“Depois daquela conquista, um momento no qual todos puderam ser vistos, surgiram muitas oportunidades para alguns garotos”, reforça.
Conforme o técnico, antes de a bola rolar pela Taça Band, dois atletas do Bom de Bola estavam em categorias de base e acabaram sendo desfalques na competição.
Na ocasião, Ryan atuava pelo Ituano e Luiz Guilherme defendia o Itapirense. “A Taça Band ajudou, mas, antes da competição começar, já tínhamos algumas ‘perdas positivas’”, recorda.
Até a paralisação das atividades do projeto, em março, seguindo as recomendações de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus, Barros indica que 15 dos 18 atletas campeões da Taça Band seguiam no Bom de Bola.
Neste ano, os jogadores voltariam a disputar a competição, desta vez defendendo a equipe sub-17. Na Taça Band Futebol de Base 2020, o município possuía número recorde de representantes.
Pelo quinto ano consecutivo, o Bom de Bola participaria do torneio de base como “Prefeitura de Tatuí”. Além disso, pela primeira vez, o Clube de Campo disputaria a Taça Band, como “CCT Tatuí”.
Cinco equipes Bom de Bola estavam inscritas em quatro categorias, sendo uma na sub-9, duas na sub-11, uma na sub-13 e outra na sub-15. O Clube de Campo também estava entre os participantes dessas categorias, porém, com um time representante em cada uma delas.
A edição 2020 da Taça Band teve 197 agremiações inscritas em seis categorias. Participariam 22 equipes na sub-7, 43 times na sub-9, 52 na sub-11, 35 na sub-13 e na sub-15 e 10 na feminina.
A bola começaria a rolar a partir do dia 21 de março. Entretanto, quatro dias antes da rodada inaugural, os organizadores comunicaram o adiamento temporário da competição.
De acordo com Barros, os organizadores ainda não comunicaram se a competição ainda será disputada ou cancelada. Ele crê que os jogos serão mantidos, pois os organizadores já haviam enviado todo o material para que as equipes se preparassem.
“Em meio a tanta tristeza, neste difícil momento que estamos enfrentando, a lembrança desse título conquistado por garotos, com os quais convivemos há sete anos no projeto, nos traz um pouco de alegria”, afirma.
“Essa conquista segue sendo muito especial. Neste momento, nos resta torcer e rezar para que, o mais breve possível, possamos contar essa história juntos e retornar aos campos”, finaliza Barros.