Basquete Tatuí se prepara para 2º semestre após vencer duas competições no ano

Equipe disputa o Campeonato Paulista e os Jogos Abertos ainda em 2025

Basquete Tatuí disputando a bola com o Mandic Basket
Da reportagem

Recentemente, a equipe BT/Clube de Campo, o Basquete Tatuí, venceu dois campeonatos: os Jogos Regionais e a Copa São Paulo. O primeiro foi disputado durante o mês de julho, enquanto o segundo aconteceu entre fevereiro e julho. Já neste semestre, a equipe ainda disputa o Campeonato Paulista e os Jogos Abertos.

A Copa São Paulo é realizada de forma paralela ao Campeonato Brasileiro, sendo uma espécie de “segunda divisão” do Campeonato Paulista. A disputa somou seis equipes de cidades distintas: o time local, Avaré, AASC, Sorocaba, São Leopoldo e Catanduva.

O campeonato tem início com a fase classificatória, indo depois para o “mata-mata”. Na fase de classificação, ao time tatuiano venceu oito jogos e perdeu dois (para São Caetano e Limeira), tendo terminado a fase em primeiro lugar e indo direto para a semifinal. A conquista da competição veio após o Basquete Tatuí vencer Sorocaba na semifinal e Limeira, na final.

De acordo com William Drudi, técnico da equipe, o sucesso deste ano é atribuído ao trabalho em equipe. “Todos tinham a sua devida importância no grupo e todo mundo respeitou as condições de cada um. Teve jogo em que teve jogador que não foi o cestinha da equipe, mas, mesmo assim, foi considerado o melhor atleta do jogo em si. Então, cada um teve um papel fundamental nessa conquista”, comentou.

Segundo Drudi, Rocco, Rafael Castellon, Viviano e Marquinhos foram os mais relevantes durante a temporada até agora, com cada partida tendo um “destaque fundamental”.

Já em relação aos Jogos Regionais, o BT conquistou o título ao ganhar de Itaberá, por 105 a 24; Boituva, por 69 a 29; Rafard, por 101 a 29; e Sorocaba, na final, por 69 a 55.

O time já havia conquistado o campeonato no ano passado, quebrando uma hegemonia de mais de 20 anos de Sorocaba. A conquista da competição oportuniza ao time uma nova disputa neste ano: os Jogos Abertos, que ainda não têm data definida.

Entretanto, a próxima partida a ser disputada pela equipe já tem data marcada: o Campeonato Paulista começa para a equipe local no dia 14, às 20h, contra o São Leopoldo Mandic, em Limeira.

Drudi comenta que a expectativa para a competição é “sempre estar levando a equipe de Tatuí ao topo das principais competições”. “É o quinto ano que a gente joga e o quinto que chegamos à final. Em dois, conquistamos o título e em três, perdemos para Santos. Queremos permanecer brigando tanto no Campeonato Paulista como nos Jogos Abertos”, sustentou.

O time tem atualmente dez jogadores adultos e três profissionais na comissão técnica, além dos que auxiliam na fisioterapia dos atletas. De acordo com o técnico, a rotina de treino é diária, com dois por dia, um físico e um tático, realizados em quadra.

A equipe tatuiana vem anunciando, pelo Instagram (@basquetetatui), os reforços e renovações para a próxima temporada (2025-2026). Entre as quais, estão as renovações de Castellon, Robson Castro, Aquiles Novo, Rafael Bibiano, Leandro Moraes e Heitor Cardoso. Já Rafael Lenz e Guilherme Estevão foram contratados.

Estrutura do time

De acordo com o diretor técnico, Emanuel Lopes Cardoso, a equipe é mantida com a ajuda da prefeitura de Tatuí e de patrocinadores master, como o Clube de Campo e a BT.

O Basquete Tatuí também conta com a ajuda de outros patrocinadores, como o restaurante Tropical, demais empresas, entusiastas e torcedores do time. “É uma série de esforços que acaba nos ajudando”, comentou.

Segundo ele, a principal vertente do time, contudo, é a Associação dos Amigos do Basquete Tatuí, projeto social que trabalha com crianças dos 7 aos 18 anos, tornando a equipe adulta um “projeto paralelo”.

“O adulto é um paralelo do projeto, porque o projeto social envolvendo crianças sempre existiu. Não é de alta performance, é totalmente social. Neste ano, a gente deu um passo a mais e colocou um time na federação, mas também com meninos daqui. Então, assim, acaba sendo que o profissional é um paralelo do projeto”, explicou.

“Acima de qualquer coisa, é um projeto social que atende crianças. A gente trabalha com crianças de 7 a 18 anos. Ou seja, não é nem paralelo, é tudo uma coisa só: é o Basquete Tatuí”, complementou.

Neste ano, a equipe de base sub-15 do time fez 437 pontos e sofreu 143 (melhor ataque e defesa) na Liga Desportiva Paulista, tendo ficado em primeiro lugar, com cinco vitórias e nenhuma derrota.

Já o time sub-16 ficou em terceiro lugar, com duas vitórias e duas derrotas, tendo feito 242 pontos e sofrido 267 (segundo melhor ataque e terceira melhor defesa).

A equipe sub-17 também ficou em primeiro lugar, com seis vitórias e nenhuma derrota. O time fez 483 pontos e sofreu 198, sendo o melhor ataque e a melhor defesa na competição.

Finalizando, o time que forma o sub-18 ficou em 18º lugar, tendo vencido seis jogos e perdido 12. Ao todo, na competição da Federação Paulista de Basquete, o time fez 1.013 pontos e sofreu 1.103.


Prefeito Miguel fala sobre o projeto Basquete Tatuí

Em entrevista ao jornal O Progresso de Tatuí, o prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior contou ter sido atleta em Osasco e Piracicaba, e, após voltar a Tatuí, em 1992, retomou as modalidades esportivas no Sesi, como o basquete, natação e futebol.

No entanto, após uma reestruturação, em 1994, Cardoso Júnior passou a ser direcionado pela direção do local apenas ao futebol.

“Aí, eu tive, graças a Deus, uma carreira muito vitoriosa. Mas, em 2006, houve uma outra reestruturação e acabaram me passando algumas turmas também de basquete”, lembrou.
De acordo com o chefe do Executivo, ele então passou a montar “tudo do zero” novamente, e o programa Atleta do Futuro começou a “dar frutos”.

“Só que esses meninos, quando completavam 15 anos, saíam do programa. Então, eu trabalhava com eles desde cedo e, quando chegavam em uma ‘hora bonitinha’, precisavam se afastar do programa”, complementou.

O prefeito, que também dava aula pelo colégio Anglo no clube XI de Agosto, conversou com a diretoria do local, que abriu o espaço onde Cardoso Júnior, de forma voluntária, começou a montar o time com os alunos que não poderiam mais participar do projeto do Sesi.

“Em 2008, montei a Associação Amigos do Basquete Tatuí, que existe até hoje, com CNPJ, tudo, e resolvi retomar a participação de Tatuí nos Jogos Regionais”, detalhou.

Ele então decidiu colocar os adolescentes de 17 anos para jogar na categoria sub-21, mesmo sabendo que “arriscaria perder por placares feios”.

“Mas, na retomada do basquete para os Jogos Regionais, nós fomos vice-campeões. Perdemos a final para o campeão, Alumínio, por dois pontos. Quase que a gente vai para os Jogos Abertos”, frisou.

Então, o chefe do Executivo montou equipes e um campeonato, a Copa Tatuí, com o auxílio de Hamilton Silva, atualmente diretor estratégico do Desenvolvimento Econômico do município.

“Na verdade, nós organizamos e até pagávamos do bolso para executar o campeonato. Hoje, é essa Liga Desportiva Paulista que está aí. O responsável hoje é o presidente Anderson Zara. Nós passamos para ele, e ele começou a tomar conta. Hoje, é essa potência que nós também temos”, acentuou.

O prefeito afirma que continuou “tomando conta” do basquete, participando de campeonatos regionais e ligas em Iracemápolis, Campinas, entre outras cidades, onde o time foi campeão da RB, na categoria sub-15, tendo ganhado a final dentro da Sociedade Hípica de Campinas, “que é uma equipe supertradicional”.

Posteriormente, em 2010, o time se tornou vice-campeão da primeira divisão dos Jogos Regionais e foi para os Jogos Abertos, com os atletas do município, mais jovens que os dos times concorrentes, ficando em quinto lugar.

No entanto, em 2012, o prefeito se tornou secretário do Esporte e parou de ser técnico da equipe. “E, infelizmente, não fiquei perto, e o basquete acabou ‘dando uma derrapada’ por uma série de questões. Mas, depois, fomos retomando”, sustentou.

“No meu segundo ano de mandato de vereador, conheci a capitã Bruna, que estava em Tatuí na época e era amiga do Drudi, técnico hoje da equipe, que jogava e morava em Sorocaba, e ela me apresentou a ele”, continuou.

“Nós conversamos, montamos um projeto na época bem modesto, para tentar participar de eventos um pouco maiores. Fomos buscando parceiros, mas não conseguimos muita coisa”, informa Cardoso Júnior.

No entanto, a equipe participou de um campeonato na época “que teve um nível um pouco maior” e começou a se reestruturar. Aí, ocorreu a pandemia de Covid-19.

“Saindo da pandemia, em 2021, eu já era prefeito. Nós acabamos logrando êxito, conseguindo patrocínios, parceiros que a gente tem até hoje, por meio da associação”, contou.

Ele lembra que a prefeitura também é parceira, pagando taxas de arbitragem, inscrições, transporte. “Mas, o grosso, na verdade, vem desses inúmeros empresários que ajudam a associação”, acentuou.

O prefeito também salientou as conquistas da equipe de lá para cá, como o Campeonato Paulista da Divisão de Acesso em 2021 e 2022, a Copa São Paulo de 2024 e 2025 e os Jogos Regionais de 2024 e 2025, encerrando 23 anos de hegemonia de Sorocaba.

“Há 23 anos o Sorocaba ganhava os Jogos Regionais de basquete adulto, com a equipe que eles têm, que já jogou o NBB. E, no ano passado, nós tiramos essa hegemonia, e, neste ano, nós confirmamos”, enalteceu.

Cardoso Júnior também comentou sobre as competições em que o time chegou à final e ficou com a vice-colocação. “Temos aí em torno de umas 12 ou 13 finais de campeonato que participamos e, se eu não me engano, seis ou sete títulos de expressão, todos com chancela da Federação Paulista”, emendou.

O prefeito também contou que o time já teve convite para jogar a elite do basquete, mas não tem estrutura física e financeira para isso. “A cada ano que passa, a gente tem conquistado mais visibilidade dentro do basquete paulista e do basquete brasileiro”, relatou.

O chefe do Executivo informou que não faz mais parte da diretoria da associação, sendo “tipo um presidente de honra”, mas que os dois filhos participam do time: um como técnico e o outro como jogador.

“O Basquete Tatuí virou uma febre. A cada ano que passa, vem conquistando mais gente. E o mais interessante, e o melhor de tudo isso: quando eu tinha as minhas escolinhas de basquete, com o meu trabalho como técnico, eu tinha aproximadamente 60 ou 70 alunos no polo do Sesi e no do XI. E, hoje, são três polos diferentes, e a gente passa de 250 crianças”, enfatizou.

Todos os polos são gratuitos, e há a expectativa de que, com a ajuda de parceiros, o número de polos e, consequentemente, de alunos, seja ampliado. “Temos conquistado os empresários e acreditamos que, com o título e a visibilidade do adulto, conseguiremos mais parceiros”, complementou.

Cardoso Júnior também citou as categorias de base do time que, no ano passado, foram campeãs da LDP (sub-17, sub-16, sub-15 e sub-14). “As quatro categorias de base que nós entramos foram campeãs de uma liga que abrange a região inteira, e, este ano, estamos em três (17, 16 e 15), sendo duas delas (15 e 17) líderes de suas categorias”, frisou.

Em relação a como avalia o desempenho do projeto nas competições além da cidade, o prefeito observou que, a cada ano que passa, a equipe tem adquirido mais visibilidade. “Por exemplo, os melhores agentes dos atletas já começam a ligar perguntando se a gente quer contar com alguns jogadores”, comentou.

“Quando começamos, era uma ajuda de custo, mas, hoje, com os parceiros que temos, já nos é possível trazer atletas. E, nessa equipe que montamos, temos atletas que já jogaram o NBB, alguns jogaram fora do país, alguns já integraram a seleção brasileira”, enfatizou.

“O ‘sarrafo’ tem aumentado muito, e, a cada ano que passa, o time é mais conhecido. Se você falar de basquete hoje em um cenário nacional, ainda estamos abaixo de Franca, São José, Flamengo, mas o nosso nome já é conhecido — e isso não tem preço”, apontou.

Em relação à expectativa do time para o segundo semestre, o prefeito declarou que, pela primeira vez na história, uma equipe de esporte coletivo talvez tenha a chance de trazer uma medalha para a cidade.

“Desconheço outra que tenha tido. Me perdoem os mais antigos, mas, se houve medalha dos Jogos Abertos, pode ter sido lá atrás, nos anos 70 ou 80. Nós já tivemos equipes fantásticas, tanto de vôlei quanto de futsal e futebol — eu sei disso —, mas eu não sei se já teve medalha. Este ano, a gente vai com a perspectiva de trazer uma medalha, quem sabe de ouro”, finalizou.

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