O Carnaval foi movimentado para a Banda do Bonde, que participou de diversas atividades nos quatro dias de folia. Nem o Lar São Vicente de Paulo “escapou” dos festejos carnavalescos do grupo.
Com o “abre-alas” característico que dá nome ao bloco à frente, o bondinho, o grupo passeou pelas principais vias do centro da cidade em dois dias de desfile: no domingo, 7, e na terça-feira, 9.
No último dia de desfile, uma multidão acompanhou o bloco no trajeto entre a Associação Atlética XI de Agosto e a Praça da Matriz. Com o bonde à frente e cheio de crianças, o carrinho era acompanhado pela bateria, que tocava as principais marchinhas e “hits” nacionais, em ritmo de escola de samba.
Repiques, chocalhos, tamborins, cuícas, pandeiros, reco-recos, pratos, surdos, agogôs e caixas de guerra faziam ecoar as músicas a quarteirões de distância. Na Praça da Matriz, as famílias que tomavam sorvete e comiam pipoca no local receberam a Banda do Bonde.
A aposentada Maria Aparecida Pereira gostou dos festejos na Praça da Matriz. Segundo ela, o bloco relembrou os antigos Carnavais, nos quais as pessoas “brincavam e se divertiam sem gerar confusão”.
“Gostei bastante. Vim trazer meus netos para tomar sorvete aqui na praça e fiquei surpreendida com eles terem vindo”, comentou.
Após a apresentação nas ruas do centro, na terça-feira à noite, a banda voltou para o XI de Agosto e continuou a festa no salão. Além dos dois desfiles nas ruas, a Banda fez outras apresentações, no clube e no Lar São Vicente de Paulo.
De acordo com o cofundador do grupo Jaime Pinheiro, a participação do público foi maior neste ano, devido ao anúncio antecipado, pela internet, dos locais por onde a banda passaria no desfile.
“Neste ano, a gente anunciou os locais aonde o bonde iria, para o pessoal esperar. O resultado é que o pessoal veio se divertir”, afirmou.
Pinheiro disse que o bonde atrai muitas crianças e idosos devido ao caráter “familiar” e por todos serem conhecidos e amigos. “Idade não é problema para a Banda do Bonde”, ressaltou.
No início, em 2002, o bloco era formado por 27 pessoas. Com o passar dos anos, foi ampliando e chegou a 700 pessoas – dessas, cem participam da bateria. Apesar do crescimento, a banda continua sendo formada por amigos e conhecidos, afirmou Pinheiro.
“A cada ano a gente foi aumentando, sempre com essa proposta de repertório legal, sempre estar junto com amigos. A gente tenta segurar isso. Nunca teve encrenca nem briga até hoje”.
A ideia de se fazer um bloco carnavalesco surgiu de Pinheiro e de Sérgio Gonçalves de Oliveira, Lagartixa. Do primeiro, partiu a ideia de fazer um bonde; do segundo, a vontade montar uma banda.
O bloco teve início no Conservatório. Isso porque a bateria é formada por músicos e pessoas ligadas às artes cênicas. Na época, o bondinho saía do CDMCC, onde também eram realizados os ensaios. O local foi utilizado até 2005. No ano seguinte, o clube XI de Agosto convidou o bonde, que permanece no local desde então.
O mestre de bateria Lagartixa afirmou que, para 2017, a banda vai preparar novidades, como um concurso de marchinhas e uma eleição para a escolha do abadá.
“Quero dar uma levada diferente na bateria, mudar um pouco o jeito que tocamos. Outra novidade seria o concurso de marchinhas relacionadas à Banda e ao XI de Agosto”, antecipou.