A Banda do Bonde começou a “aquecer” as baterias para o Carnaval deste ano. O grupo começou a se reunir na quinta-feira, 14, na Associação Atlética XI de Agosto, para os primeiros ensaios.
Eles acontecem normalmente às quintas-feiras e sextas-feiras, às 20h, no clube. A programação vai até a sexta-feira que antecede o Carnaval, dia 5. Os ensaios são abertos ao público, com entrada gratuita para associados do XI de Agosto e a R$ 5 para não associados.
A estreia da Banda do Bonde foi no Carnaval de 2002. Depois da estreia, o bloco ficou dois anos sem desfilar, retornando em 2005, por meio de parceria com o XI de Agosto que dura até hoje.
O motivo que dá nome à banda é um bonde criado pelo artista plástico, cenógrafo e professor do Conservatório Jaime Pinheiro. O veículo é o abre-alas do bloco.
A agenda está lotada neste ano. No sábado de Carnaval, 6 de fevereiro, a banda toca no próprio clube, às 20h. No domingo, 7, o bloco vai para a rua, às 20h, em trajeto que vai do XI de Agosto até a Praça da Matriz.
Na segunda-feira, 8, a apresentação será às 13h, no Lar São Vicente de Paulo, e, mais tarde, os integrantes fazem o “Futebol das Bonecas”, sem horário definido. Às 21h do mesmo dia, tem festa à fantasia. Na terça-feira, 9, a banda desfila novamente, às 18h.
“Neste ano, vamos passar em dois dias pelas ruas, em alguns bairros próximos do centro. Também vamos fazer duas noites aqui dentro do clube”, contou o mestre de bateria Sérgio Gonçalves de Oliveira, Lagartixa.
A banda é basicamente uma bateria de Carnaval, com tamborim, repinique, treme terra, surdo, caixa, agogô, chocalho e, eventualmente, sax, trompete e trombone. A diferença fica nos instrumentos de sopro.
“É uma bateria convencional de escola de samba com os instrumentos de sopro. Teve dois anos que a gente teve cavaquinho. Às vezes, aparece alguém que toca cavaquinho e a gente coloca no bloco”, afirmou.
Participam da banda homens, mulheres e crianças. Idade não é empecilho para a Banda do Bonde, segundo o cofundador Pinheiro.
“Tem crianças de cinco anos e tem gente de 75 anos. É um bloco em que toda a família pode ir, não é um bloco voltado para a farra. Pode ir a família inteira, avós e netos”, acentuou.
Muitos que participam da banda aprenderam a tocar os instrumentos durante os próprios ensaios, segundo Lagartixa, apesar de a banda ter músicos profissionais e integrantes que já participaram de baterias de escolas de samba.
“A gente tem profissionais da música e tem pessoas que já participaram de baterias de escola de samba no passado. Também tem crianças quem vêm e, daí, a gente acaba ensinando e entrosa elas. É um negócio bem tranquilo de aprender. Todo brasileiro tem um pouco de samba na veia. Então, fica tudo mais fácil”, contou.
No início, em 2002, o bloco era formado por cerca de 30 pessoas. Com o passar dos anos, foi crescendo e chegou a 700 pessoas. Dessas, cem participarão da bateria. Apesar do crescimento, a banda continua sendo formada por amigos e conhecidos, afirmou Pinheiro.
“A cada ano a gente foi aumentando, sempre com essa proposta de repertório legal, sempre estar junto com amigos. A gente tenta segurar isso. Nunca teve encrenca nem briga até hoje”.
Para participar do bloco, é necessário pagar o “passaporte carnavalesco”, que custa R$ 60 para os “não associados” ao XI de Agosto. Os sócios têm desconto e pagam R$ 40.
O “passaporte” dá direito a entrar nas matinês, nas noites de baile e festa, e a uma camiseta personalizada. As pessoas que não são associadas ao clube precisam da indicação dos sócios para poderem comprar o ingresso, informa Pinheiro.
“A gente tem esse controle em relação às pessoas que compram a camiseta para evitar que pessoas que a gente não conhece entrem no bloco e causem tumulto”, explicou.
O dinheiro da venda dos ingressos é usado para a manutenção da banda, como compra de materiais, novos instrumentos, contratação de segurança para os eventos. O valor, segundo os organizadores, é baixo se comparado aos outros eventos carnavalescos da cidade.
“Se você for a um baile de Carnaval por aí, deverá pagar R$ 35 em uma noite. Aqui, estará pagando R$ 15 e ainda ganha a camiseta. É um preço para custeio. O nosso bloco não é comercial, é mais para reunir os amigos”, argumentou Lagartixa.
Muitas pessoas vêm de outras cidades para participar do bloco no Carnaval. De acordo com Pinheiro, moradores de Campinas e São Paulo que passam o feriado em Tatuí, em casa de parentes, aproveitam para ir às festas com a Banda do Bonde.