Da reportagem
O Banco de Sangue “Fortunato Minghini”, da Santa Casa de Misericórdia, está em busca de novos cadastros e doações sanguíneas para evitar baixa nos estoques no final do ano. A unidade anunciou, na tarde de sexta-feira, 23, estar com a agenda aberta para as coletas de novembro.
De acordo com a assistente administrativa da unidade, Rita Corradi de Azevedo, mesmo durante a pandemia, a unidade segue funcionando normalmente, com coletas das 7h às 9h, todas as terças-feiras e quintas-feiras.
São oferecidas 200 vagas mensais para os doadores cadastrados, contudo, apenas 6% da capacidade de coletas haviam sido preenchidas até esta sexta-feira.
“Também temos vagas para o mês de outubro, caso alguém possa doar este mês. É só ligar para o banco de sangue que nós agendamos uma data para a doação”, informou a assistente.
“Quem faz tratamento oncológico precisa bastante. Além disso, estamos nos aproximando do final do ano, quando são maiores os números, e nós precisamos ter um estoque razoável para atender a essas emergências”, ressalta Rita.
Segundo a assistente, o órgão está realizando as coletas apenas com atendimento agendado e horários diferenciados, para evitar aglomerações. A média de coleta envolve quatro pessoas a cada meia hora.
A medida visa preservar a saúde dos doadores e da equipe técnica do banco de sangue público, sem, no entanto, colocar em risco o estoque de bolsas para continuar abastecendo os hospitais e prontos-socorros da região.
Na cidade, o estoque do banco de sangue atende à Santa Casa de Misericórdia, ao Pronto-Socorro “Erasmo Peixoto” e ao Hospital da Unimed.
A reserva também fornece bolsas de sangue ao Hemocentro do HCFMB (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu), para atender a hospitais da região, como Jaú e Sorocaba.
Rita informa ter mantido a quantidade de coletas diária durante o período de pandemia, contudo, enfatiza que a maioria das doações ocorreu após o banco de sangue procurar os doadores.
Segundo ela, a demanda espontânea teve queda de quase 90% nos últimos meses. “Nós sempre ligamos para os doadores cadastrados e agendamos a coleta, pois se ficarmos esperando somente da iniciativa dos doares, nosso estoque vai baixar”, comentou.
Para doar, é necessário apresentar RG ou outro documento com foto (original), não estar em jejum, dormir ao menos seis horas antes da doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes. Além disso, os requisitos são ter boa saúde, pesar mais de 50 quilos e ter entre 18 e 69 anos.
A pessoa também não pode estar tomando medicamentos, como antibióticos e anti-inflamatórios. Quem ingeriu esses remédios deve esperar 15 dias para doar. Já para quem recebeu imunização contra algum tipo de doença (sarampo, febre amarela, entre outras) o prazo é de um mês.
Mulheres não podem doar se estiverem grávidas. Ainda são recusados os portadores de doença de Chagas, sífilis, hepatites B e C ou que tenham HIV. O doador não deve ter tido convulsões após os dois anos de idade ou frequentado regiões com incidência de malária nos últimos seis meses.
A idade máxima para a primeira doação é de 60 anos. Aos 16 e 17, a doação é autorizada somente com a presença do responsável legal, portando documento com foto de ambos. Se a pessoa estiver com gripe ou resfriado, não deve doar temporariamente.
Os doadores já cadastrados no banco de dados da unidade podem agendar a coleta pelos telefones 3205-1333 ou 3259-3114 das 7h às 16h.
O mesmo horário vale para quem pretende fazer o cadastro, contudo, neste caso, é necessário que o interessado compareça à unidade com RG, cartão do SUS e comprovante de endereço. A atualização pode ser feita por telefone.
Rita também destacou que o banco de sangue busca novos doadores e está trabalhando para tentar atualizar milhares de cadastros antigos.
Segundo ela, existe um “incontável” número de fichas desatualizadas, e uma das necessidades da unidade, desde a reativação, tem sido recadastrar esses doadores. Ela acentua que a unidade precisa de todos os tipos. Contudo, existe dificuldade em encontrar doadores dos tipos AB+ e AB-.
Rita reitera que a doação é segura e não há riscos de contaminação na unidade. Segundo ela, o ambiente é esterilizado diversas vezes ao dia e com atenção redobrada de higiene, reforçando as medidas já existentes durante todo o ano, para a segurança dos doadores.
“Não tem perigo nenhum, nós estamos higienizando ainda mais o local. Quanto a isso, não tem risco nenhum. Também estamos tomando o cuidado de não colocar muitas pessoas no mesmo horário, já para evitar contato entre elas”, assegurou a assistente.
Os bancos de sangue, de forma geral, estão sendo impactados pela pandemia do coronavírus no país, que resultou na redução de doações em diversos estados e municípios.
A Fundação Pró-Sangue, vinculada à Secretaria da Saúde do Estado, auxilia a manutenção dos bancos de sangue de mais de cem instituições de saúde da rede pública. Segundo a entidade, ela opera com 60% da reserva necessária. Os sangues do tipo O+, O-, A- e B- estão em estado crítico.
“Muitas pessoas precisam deste sangue para sobreviver, então, façam o cadastro e venham doar. É simples, rápido e pode salvar a vida de alguém”, concluiu Rita.