Autoconhecimento

Queres conhecer-te a ti mesmo, olha como agem os outros. Queres compreender os outros, olha em teu próprio coração.
Friedrich Schiller

Autoconhecimento

É muito fácil julgar e analisar o que os outros devem fazer diante das situações. “Nossa, se eu tivesse aquele dinheiro, comprava todas as ações daquela empresa. Certamente faria uma fortuna”.

É extremamente tranquilo projetar um investimento financeiro, por exemplo, quando não é nosso dinheiro que está em jogo. Afinal, se não der certo, você não vai perder nada.

O mesmo vale para diversas ocasiões no dia a dia. Temos que ter cuidado ao proferir a velha expressão que “desta água nunca beberei”.

Para aqueles que têm um conhecimento, quase sempre atrelado a uma maior maturidade e vivência, se é difícil prever como será nossa própria reação diante dos acontecimentos, então é praticamente impossível imaginar com exatidão como o outro agirá.

Mas, em contrapartida, desenvolvendo uma percepção apurada de nossas qualidades e fraquezas, é possível não só nos aprimorarmos, mas também conseguir usar a dedução com maior precisão.

A importância do autoconhecimento não é uma coisa atual. Falando sobre o seu mestre Sócrates e a sua presença no Templo de Apolo em Delfos, o filósofo Platão deixou registrado que a frase “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo” estava escrita no pátio do templo.

Já se sabia há centenas e centenas de anos que o ser humano que conhece seu potencial pode chegar mais longe. Não é por acaso que os maiores conquistadores da história tinham pleno conhecimento e confiança de suas habilidades para se arriscarem rumo ao desconhecido.

É bem tranquilo em pleno século XXI planejar atravessar o Oceano Atlântico, por exemplo, porém, numa época em que não se sabia o que tinha do outro lado do planeta, era uma tarefa e tanto.

O autoconhecimento é uma profunda investigação interna de características, desejos, medos, habilidades e sonhos. Não é apenas saber o que compõe nossa personalidade, mas também aquelas virtudes e os elementos sabotadores que podem estar escondidos.

A principal intenção é a evolução incessante: compreender quais são os pontos para se desenvolver e quais são aqueles que devem ser controlados, pois não estão ajudando.

É nesse momento que voltamos às questões centrais da humanidade, tais como: “Quem sou eu?”, “Por que o mal existe?”, “O que é a vida e o que posso fazer dela?”, “Qual o sentido da minha existência?” e “O que posso deixar de bom para as pessoas que convivem comigo?”.

Todas estas questões existenciais e filosóficas dão uma abertura para que a pessoa passe a analisar seu próprio estado de vida.

São os argumentos universais que há séculos despertam a curiosidade de saber mais sobre nós mesmos e sobre o mundo.

É no autoconhecimento que o ser humano passa a se observar e a se importar como as práticas exteriores, ou melhor, dizendo, com o que comunica ao mundo por meio dos seus comportamentos e valores.

Os homens tolos nunca aprendem, os inteligentes aprendem com os erros dos outros e os sábios obtêm conhecimento através dos erros dos outros. O tempo que a gente perde tentando julgar o outro de forma imprecisa pode ser mais bem aproveitado com reflexões de nossas próprias atitudes.

Somente o outro pode ter embasamento para julgar suas próprias atitudes, porém nos é permitido ter conhecimento dos resultados obtidos através dos caminhos trilhados pelo próximo. Não é por acaso que quem conhece a si próprio acaba, consequentemente, compreendendo muito mais coisas.