A equipe de atletismo Pé Vermeio/Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude conquistou, em 2015, 101 medalhas, entre ouro, prata e bronze, nas 27 competições esportivas das quais disputou. O número foi apresentado pelo treinador da equipe, o educador físico Eronides dos Santos. No ano anterior, foram 85 medalhas nos três primeiros lugares.
Do total de medalhas e troféus, foram 50 de ouro, 28 de prata e 23 de bronze. Em 2014, os atletas tatuianos ficaram no lugar mais alto do pódio 43 vezes, 19 vezes em segundo lugar e 23 na terceira posição. A equipe tem 20 atletas.
Os números mostram o bom ano do esporte em Tatuí, na opinião do treinador. Para Santos, apesar do aperto econômico em que o país vive, os atletas não deixaram de ir às competições e os treinamentos fizeram com que eles melhorassem o desempenho.
“O ano passado foi bem positivo para a gente, apesar da crise. Toda a corrida que a gente queria ir, a gente foi disputar. Não deixamos de ir para lugar nenhum. Analisando, foi muito bom”, declarou.
Os atletas locais disputam provas rasas, realizadas em circuitos fechados, como pistas, e em provas de rua, as quais, geralmente, são maiores. Dos 20 atletas da equipe Pé Vermeio, apenas duas são mulheres.
A idade dos esportistas varia entre 16 e 65 anos, e eles disputam diferentes modalidades, separados por idade e provas, como corrida e arremesso.
“Nós temos três atletas que fazem as provas de campo, como disco, peso, dardo e martelo. Tínhamos um atleta de salto, mas, como estava trabalhando, ele não conseguia treinar, e é um esporte que exige muita técnica e precisa treinar de dia. Temos dois atletas que correm a corrida com obstáculos”, enumerou o treinador.
Santos comanda a equipe de atletismo desde 2000, quando foi convidado pela Prefeitura para começar o projeto esportivo. Para 2015, o treinador, que também é corredor, espera levar os atletas tatuianos para competir em outros países da América do Sul.
“Nosso plano, para este ano, é correr em duas ou três provas fora do país, uma meia maratona na Argentina, uma competição no Paraguai e outra no Uruguai, que é máster”.
Para conseguir apoio para as competições da região e no exterior, Santos afirma que buscará patrocínios de empresas da cidade, destinados a comprar tênis e pagar inscrições das competições, as quais, atualmente, são pagas com recursos dos próprios atletas.
“O custo não é alto para a empresa, mas, mesmo assim, a gente encontra dificuldade, por causa da crise. O nosso pessoal corre porque gosta. A maioria das competições não tem premiação em dinheiro para os atletas”, afirmou.
Sobre as premiações, Santos disse que, com a atual moda das “corridas da saúde”, os prêmios em dinheiro que eram pagos aos vencedores ficaram escassos.
Prêmios que variavam entre R$ 500 e R$ 1.000, que poderiam chegar a R$ 3.000, dependendo da cidade, agora não passam de R$ 500. Para o treinador, o esporte está virando um “negócio lucrativo para alguns organizadores”.
“As empresas ganham dinheiro com as corridas. Tem corrida que os caras cobram R$ 50, sendo que o patrocínio já bancou tudo, e o que vier é lucro. E, mesmo assim, não dão premiação. A maioria das empresas não está preocupada com os atletas de ponta”, criticou.
Apesar das dificuldades para patrocínio, o treinador quer expandir a equipe, que atualmente conta com 20 atletas. A intenção é dividir o grupo entre os atletas de ponta e as pessoas que participam dos treinos e corridas por hobby.
“Nós queremos competir no maior número de modalidades e também trazer as pessoas para dentro da nossa equipe, tanto os atletas de ponta quanto o pessoal que corre por diversão”, afirmou.
A equipe conta com apoio da Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude, que dá aos atletas o transporte às corridas. Com a ajuda do poder público, os atletas se livram do custo de ir até o local de prova, que constitui o maior custo para participarem de competições.
“Nós entregamos para a Prefeitura o nosso calendário de competições, e eles disponibilizam o transporte. Já chegamos a ir todo final de semana nas competições com o apoio da Secretaria de Esportes”, contou.
Os atletas já começaram o treinamento para as competições de 2016. A primeira na qual a equipe disputará é a Corrida do Fogo, em Itapetininga, no sábado, 23. “Queremos ir com 16 atletas; desses, nove já pagaram a inscrição e estão certo que vão. É nossa primeira competição no ano”, afirmou.
Atletas paralímpicos
Além de treinar a equipe de atletismo, Santos comanda os atletas paralímpicos da Apodet (Associação dos Portadores de Deficiência de Tatuí)/Secretaria de Esportes.
No ano passado, a equipe conquistou 16 medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze, enquanto que, em 2014, ganhou maior número de vezes, com 19 primeiros lugares, 8 segundos lugares e 7 terceiro.
Em compensação, a equipe feminina de natação da Apodet foi a campeã nos Jogos Regionais de Jundiaí.
A equipe da Apodet terá novidades em 2016, com a inclusão de dois novos atletas, passando a ter 20 membros.
“Nós mandamos os documentos para Brasília, onde o Comitê Paralímpico vai avaliar se eles podem receber a classificação funcional”, afirmou.
O Comitê Paralímpico avalia se um atleta pode competir nas dezenas de modalidades do movimento paralímpico. A classificação serve para que todos os competidores possam disputar de igual para igual, eliminando distorções que eventuais diferenças no grau de deficiência possam gerar nas provas.
“Não posso pegar um atleta que quase não é deficiente intelectual para disputar com deficientes intelectuais, pois vai gerar uma desigualdade na competição. Eles sempre avaliam os atletas, para evitar disparidades”, explicou.