Da redação
Nos dias 9 e 10 de novembro, aconteceu no Canal de Ilhabela “uma das travessias de águas abertas mais conhecidas do Brasil e do mundo”, conforme os organizadores do Travessia do Canal Ilhabela 3.8 K 2024.
O evento, que reuniu atletas de diversas idades e condições físicas, teve 3.800 metros de natação com largada em São Sebastião e chegada à praia do Pequeá, em Ilhabela, litoral norte de São Paulo.
Entre os competidores, estiveram atletas da equipe Tri_Tatuí: Claudinei Tavares, que competiu na categoria acima de 60 anos, e Tiago Rodrigues, atleta com deficiência física (PCD).
Rodrigues, que teve uma das pernas amputadas após acidente de moto, concluiu a prova na nona colocação em sua categoria, que reúne atletas PCD de diferentes condições.
Ele comentou que esse foi o primeiro desafio dele em uma travessia com distância equivalente à de um Ironman, de 3.800 metros, e classificou a experiência como “um marco na sua trajetória esportiva”. Ele relatou que o trecho final foi o mais desafiador devido ao cansaço físico e às correntes marítimas mais fortes.
“Foi muito gratificante completar uma prova com essa distância. A organização deu um excelente apoio, e as palmas na chegada foram emocionantes”, comentou Rodrigues. Sobre a preparação, ele mencionou que os treinos de musculação e natação em piscinas e tanques foram essenciais.
Tavares, triatleta de 60 anos, também concluiu a travessia, alcançando o oitavo lugar em sua categoria, com o tempo de 1h03min. Ele afirmou que as condições do mar tornaram a prova exigente, mas que “a experiência foi enriquecedora para todos os participantes”.
A travessia é organizada de forma a adaptar a largada conforme as condições marítimas do dia, garantindo segurança aos competidores. O limite de tempo para completar a prova é de 150 minutos (2h30).
O evento é reconhecido pela combinação de desafios físicos e técnicos, além de “proporcionar uma experiência esportiva diferenciada”, asseguram os organizadores.
Para Rodrigues, a participação em travessias começou em 2022, após amigos o incentivarem a integrar um grupo de treinos focado nesse tipo de competição.
Ele ressaltou que a prática esportiva foi recomendada inicialmente como parte de sua reabilitação física após o acidente, mas “acabou se transformando em uma paixão”.
“Superação física, superação mental e fé mostram que, com Deus, tudo é possível”, afirmou o atleta, que participa de travessias desde então.