Atividades do Melhor Idade devem expandir-se neste segundo semestre





AC Prefeitura / Evandro Ananias

Coral é parte integrante das atividades externas realizadas por idosos atendidos pelo programa do Fundo Social

 

Aprender a mexer em computador, em “tablet” e em “netbook” e como utilizar uma máquina digital e o cartão bancário fazem parte das atividades do curso de inclusão digital oferecido pelo Fundo Social a 180 idosos. Os participantes integram o projeto “Melhor Idade”, do Fundo Social de Solidariedade, que deverá ter as atividades expandidas a partir do segundo semestre deste ano.

As previsões são da coordenadora do programa, a gerontóloga Paola de Campos. De acordo com ela, o foco das ações é melhorar a qualidade de vida dos idosos de forma a mantê-los ativos e, principalmente, conscientes de suas limitações.

Por esse motivo, os participantes recebem noções que vão além de computação básica nas aulas de inclusão digital. “Não é só para aprender a mexer no computador. Temos uma proposta muito legal que é a inclusão digital em vários sentidos. São instruções que muitos idosos não têm”, pontuou ela.

A lista de tarefas dos frequentadores é grande. Ela inclui aulas de canto e coral, com curso desenvolvido em parceria com o Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”. As instruções são ministradas por uma aluna bolsista da escola de música que vai até o Parque Ecológico Municipal “Maria Tuca” pelo menos uma vez por semana.

É lá que todas as aulas são ministradas. Entretanto, o grupo de idosos também participa de atividades externas, como apresentações de dança e de coral em eventos no município, além de gincanas, visitas e excursões a outras cidades.

As atividades são promovidas de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h, envolvendo equipe multidisciplinar. Além de Paola, os idosos recebem cuidados de equipe de enfermagem, tendo acompanhamento de médico geriatra, cardiologista, psicólogas, terapeuta ocupacional, nutricionista e professores.

Voluntários também desenvolvem projetos, como aulas de capoeira a serem retomadas em agosto. Também para o mês que vem, a coordenação programa início de arteterapia. “Eu sou arteterapeuta, mas não consegui começar algo com os idosos por falta de tempo. Contudo, está nos planos”, falou Paola.

De acordo com ela, muitas das atividades oferecidas pelos idosos atendidos pelo projeto são desenvolvidas com ajuda de voluntários do Fundo Social. Estes, promovem projetos como capoeira e artesanato (pintura em tecido, argila).

“Nós temos muitos voluntários e pouco tempo para desenvolvermos todos os projetos”, frisou a coordenadora. Segundo ela, os idosos chegam ao “Maria Tuca” perto das 9h. Lá, permanecem até às 11h15, quando voltam aos ônibus para serem transportados de volta para as suas casas, antes do meio-dia.

A coordenação quer reestruturar as atividades para poder maximizar o tempo dos idosos. No parque, eles participam, ainda, de exercícios, por meio de aulas de teatro, de dança e de quadrilha (esta, nos meses de junho e julho). Os idosos também recebem reforço de português, matemática e inglês.

Coordenadora há um ano, Paola destacou que a “falta de tempo” se deve ao crescimento do número de idosos atendidos. O “Melhor Idade” passou de 120 para 180 participantes, com aumento gradual e adição de novos profissionais.

“Temos uma equipe mais completa do que se existia antes, a começar pela minha profissão. Sou gerontóloga, especialista no envelhecimento”, citou. A coordenadora também ministra oficina de estimulação cognitiva junto aos participantes.

Todas as atividades do projeto são oferecidas de modo “intercalado” (seguem programação). Somente os atendimentos com especialistas é que são “fixos”. Este é o caso dos acompanhamentos feitos pelos médicos, psicoterapeutas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e os próprios voluntários.

Braço do projeto

Também para agosto, a coordenação estuda a abertura de mais uma turma de alfabetização para idosos. As aulas, porém, não seriam realizadas no “Maria Tuca”. Seria uma espécie de “braço da atividade”, mas na sede do projeto “Doce Lar”.

Esse último espaço funciona em prédio na vila Esperança, localizado na Travessa Godoy Moreira, 217. Ele abriga, também, o curso de cuidadores de idosos.

A previsão é que o curso seja oferecido para idosos que não sejam atendidos pelo “Melhor Idade” e em horário diferenciado das atividades no “Maria Tuca”. “É algo fora do projeto, porque lá, eles já têm muita coisa. E nós precisamos fazer algo para os idosos restantes da população”, enfatizou Paola.

De acordo com ela, Tatuí possui, aproximadamente, 12 mil idosos, sendo 180 atendidos pelo projeto do Fundo Social. Paola disse que o número de assistidos é considerado bom em comparação com cidades da região, como Itapetininga, mas pouco no contexto do número total de pessoas idosas vivendo na cidade.

“É um projeto bem grande, comparado com outras prefeituras. Mas, comparado com 12 mil não é nada. Então, queremos atender quem não está no projeto”, falou.

O objetivo é realizar atividades alternativas, especialmente, com quem está na lista de espera para participar do projeto. Segundo a gerontóloga, 200 pessoas aguardam para serem chamados para o “Melhor Idade”. As convocações de novos integrantes são feitas duas vezes por ano: em janeiro e julho, para início das atividades nos meses de fevereiro e agosto, respectivamente.