Após transplante, atleta de Tatuí ‘volta a correr’ e soma quase 60 pódios

Corredor tatuiano Pedro Roque Della Vecchia (foto: Arquivo pessoal)
Da reportagem

Aos 77 anos, Pedro Roque Della Vecchia continua superando limites. Com um rim transplantado, o idoso voltou a participar de competições de atletismo pela categoria “TX” e soma quase 60 pódios em mais de cem corridas.

As conquistas mais recentes foram quatro medalhas, sendo duas de ouro pela 5ª Copa do Brasil, ocorrida entre os dias 18 e 21 de maio, em João Pessoa, no estado da Paraíba – competição que, pela primeira vez, teve uma categoria reservada a corredores transplantados.

Na disputa paraibana, Della Vecchia conquistou o primeiro lugar geral na categoria acima de 70 anos, quarto lugar na prova de 100 metros rasos, terceiro na 800 metros rasos e primeiro no geral acima de 70 anos, em dez quilômetros.

Atualmente, ele é um dos principais nomes da Liga Brasileira de Transplantados – Atletas TX, formalizada há pouco mais de um ano.

A luta do idoso que escolheu Tatuí para viver (ele veio de São Roque para trabalhar na Alpargatas nos anos 1970) é longa. Com problemas na bexiga e em um dos rins, percorreu seis hospitais até conseguir o transplante no “Albert Einstein”, na capital paulista, pelo SUS, em 2015.

Antes, foram sete anos de hemodiálise. Depois da operação, ficou 120 dias internado, isolado, e, passados nove meses de recuperação, com treinamentos sob supervisão, Della Vecchia participou de uma prova em Laranjal Paulista.

O tatuiano conta que já era atleta antes da cirurgia, mas o transplante o colocou em uma posição diferente, principalmente porque, agora, ele leva às competições a conscientização da necessidade de mais campanhas de doação de órgãos.

Já integrado a uma equipe, do treinador Diogo Gil à época, correu em Boituva. Foi quando teve a ideia de fazer uma placa com os dizeres “doe órgãos e salve vidas”, e, a partir disso, passou a utilizá-la em todas as provas.

“Essa foi a terceira corrida que participei após o transplante e foi aí que comecei a divulgar a necessidade de doação de órgãos. Voltei a correr para isso e, desde então, conquistamos muitos novos doadores”, ressalta o atleta.