Da reportagem
Na quinta-feira, 18, A prefeitura de Tatuí, por meio do Setor de Combate à Dengue, da Secretaria de Saúde, informou que, nas seis semanas recentes, o município não registrou nenhum caso confirmado de dengue.
Até o momento neste ano, foram constatados 18 tatuianos contaminados pela doença, sendo seis por ocorrências autóctones (contraídas no próprio município) e 12 importadas.
De janeiro a agosto do ano passado, no auge do surto, o número de casos positivos foi de 20.445, 99,91% maior com relação ao mesmo período deste ano, com os 18 casos apenas. Já o total de positivos em 2021 foi de 20.595, de acordo com o Setor de Combate à Dengue.
No comparativo, o número de infecção da doença caiu de 193 casos em janeiro de 2021 para zero no primeiro mês deste ano; de 2.974, em 2021, para um, em fevereiro; de 8.109 para três, em março dos dois anos; de 7.746 para quatro, com relação a abril; e de 1.277 para cinco, quanto a maio de 2021 e 2022.
Em junho do ano passado, foram 134 casos e, no mesmo mês deste ano, três. Julho de 2021 teve oito casos, enquanto o sétimo mês deste ano, somente um. Em agosto de 2021, foram quatro casos e, neste mês, até o momento, nenhum.
O mais recente relatório técnico, que compreende o período de 15 de julho a 18 de agosto, foi elaborado pela pasta da saúde com os resultados do trabalho de prevenção contra a dengue e as ações contínuas promovidas pela prefeitura.
O estudo foi apresentado durante a 8ª Sala de Situação da Dengue, no Paço Municipal “Prefeita Maria José Gonzaga”, nesta quinta-feira, 18.
A Sala de Situação da Dengue é promovida mensalmente, sendo uma exigência da Coordenadoria de Controle de Doenças, da Secretaria de Estado da Saúde.
Estiveram presentes na reunião a coordenadora do Setor de Combate à Dengue, Juliana Aparecida de Camargo da Costa, a secretária municipal de Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins, o vereador Fábio Antonio Villa Nova (PP), funcionários públicos de outras secretarias municipais e representantes do Conselho Municipal de Saúde.
De acordo com os dados apresentados, os técnicos do Setor de Combate à Dengue realizaram, nesse período, 34.093 visitas a imóveis e treinamento de “Leitura de Análise Larvária” para dois agentes, na sede da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen).
Outro ponto destacado no documento são os 83 atendimentos às reclamações da população e notificações dos agentes de combate à dengue, como, por exemplo, a retirada de materiais inservíveis, armazenados ao longo de dez anos, em uma residência na vila Menezes.
Segundo Juliana, no mês de julho, foi intensificada a análise de densidade larvária (ADL), que tem por objetivo quantificar a infestação de mosquitos em todas as áreas da cidade, saber quais os principais tipos de criadouros, quantos estavam com água parada, quantos tinham larvas de mosquito e, destes, com larvas do Aedes Aegypti.
“No caso da ADL, é uma ação estadual, que acontece nos meses de janeiro, abril, julho, outubro e dezembro, em paralelo com o cronograma da Secretaria de Saúde da cidade. O estado sorteia quarteirões do município, onde a equipe faz a coleta necessária para, depois, realizar a análise”, explicou Juliana.
“São meses de trabalho muito intenso e em que, consequentemente, os profissionais realizam mais visitas de rotina”, destacou Juliana.
De acordo com a coordenadora, no caso da área rural – que não é dividida em quarteirões -, a coleta é feita em 20 propriedades, incluindo sítios, chácaras ou fazendas.
“É feita uma análise em paralelo com a área urbana, para se ter a noção se há larvas e em quais regiões estão. Caso haja focos, a equipe passa a realizar o trabalho de prevenção”, mencionou.
Além disso, aconteceu mais uma edição da “Operação Limpeza e Cata Treco – Tatuí, Eu Amo, Eu Cuido”, no bairro Parque São Raphael, com orientação da população, por meio de panfletagem, a fim de se detectar e eliminar os criadouros do Aedes Aegypti.
“Com as ‘operações cata-treco’, por exemplo, foram retiradas toneladas de lixo dos lugares visitados durante o surto no ano passado. A iniciativa foi em conjunto com as secretarias do Meio Ambiente e das Obras”, contou Juliana.
“Já em parceria com a fiscalização da prefeitura e através do cadastro municipal, notificamos os proprietários de terrenos baldios, com ou sem muro, de casas não terminadas e abandonadas, para que fosse realizada a limpeza”, informou Juliana.
“A nebulização portátil, feita por uma equipe terceirizada, também foi uma ação que contribuiu para a diminuição acentuada dos casos na cidade, e é realizada no bairro de cada caso confirmado”, enfatizou a coordenadora.
“Quando há um caso confirmado de dengue, a equipe vai até o bairro, em prazo rápido, e realiza o trabalho no entorno do quarteirão onde a pessoa reside. Desta forma, há o bloqueio necessário para que o mosquito não se prolifere”, explicou.
Juliana lembrou que, com o surto de dengue em 2021, a equipe ganhou reforços. “Agora, são 34 profissionais, atuando nas vistorias em imóveis e no combate aos criadouros”, afirmou.
“Hoje, Tatuí é exemplo no combate à dengue e não se pode baixar a guarda. O trabalho continua. A prevenção é a melhor arma de combate”, reforçou Juliana.
Mesmo com os registros positivos, a profissional salientou ser importante a participação ativa da população nas ações de controle à doença e a receber os profissionais de saúde nas casas para fazerem o trabalho preventivo.
Segundo Juliana, ainda há resistência por parte da população em receber os profissionais na maioria dos bairros. “Felizmente, são menos pessoas, mas é essencial que os munícipes façam a sua parte e respeitem o trabalho dos profissionais de saúde. A facilidade em adentrar aos imóveis é o que garante a excelência do nosso trabalho”, enfatizou.
“Os agentes de saúde usam uniforme e crachá, e seus supervisores estão juntos durante a visita aos bairros. Não se pode baixar a guarda, já que diversas cidades do estado de São Paulo e do resto do Brasil viveram novamente um surto. O trabalho continua. A prevenção é a melhor arma de combate”, sustentou a coordenadora.
Mesmo com a queda do número de casos de dengue, outro ponto que preocupa Juliana o descarte de lixo, o qual, segunda ela, continua sendo feito de forma irregular.
“É preciso que haja cidadania entre as pessoas. As mesmas ruas que foram limpas antes, hoje estão cheias de lixos, como sofás, armários, recipientes cheios de água, dentre outros. Isso dificulta o nosso trabalho”, pontuou.
Para ela, o papel dos ecopontos espalhados pelas áreas urbana e rural é fundamental. “É uma excelente alternativa ao morador para que descarte de forma correta seus lixos sem prejudicar o meio ambiente e as pessoas da cidade”, reforçou.
A coordenadora lembrou, também, que o descarte irregular de resíduos é considerado infração, de acordo com o decreto municipal 12.083, de 18 de outubro de 2011, e com a lei municipal 1.278, de 12 de julho de 1976. O valor da multa varia de R$ 639,40 a R$ 1.278,80.
“Para que os números de infectados continuem em queda, a população precisa manter os cuidados com a limpeza dos quintais, não deixando as larvas do mosquito Aedes Aegypti se proliferarem”, concluiu Juliana.
Outras medidas importantes e que podem ajudar são usar repelente diariamente e instalar inseticidas domésticos e mosquiteiros nas janelas.
As denúncias podem ser esclarecidas e/ou informadas à Ouvidoria Municipal. O atendimento pode ser presencial (à rua João Ortiz de Camargo, 594, centro, antiga sede da Secretaria de Saúde), de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h; pelos telefones (15) 3251-3576 e 0800-770-0665; ou ainda pelo www.tatui.eouve.com.br.