A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) lançará hoje, quarta-feira, 17, um aplicativo para comunicação alternativa dos assistidos. A iniciativa uniu a instituição com a Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo”.
O evento terá a participação do corpo docente da Fatec e representantes da Apae. O lançamento está previsto para acontecer às 19h no auditório 1 da instituição de ensino, na rodovia Mário Batista Mori (SP-141), 971, no Jardim Aeroporto.
A apresentação do aplicativo será precedida pela palestra “Tecnologia e suas Positividades para a Educação Assistiva”, ministrada pela fonoaudióloga Eliege Miranda Monteiro da Silva. O evento também prevê o lançamento do portal de comunicação da Apae.
O “software” de comunicação assistiva foi desenvolvido por alunos de gestão de tecnologia da informação, sob orientação do professor José Márcio Mathias.
Com o “app” (aplicativo), a instituição espera facilitar a comunicação e o aprendizado de assistidos que têm dificuldades de comunicação, como autistas de grau “severo”.
O uso do aplicativo por alunos da Apae vai gerar relatórios que serão analisados por professores e orientadores. Os dados permitirão a eles saberem o grau de aprendizado e desenvolvimento dos assistidos.
Os “tablets” em que serão instalados o software já foram adquiridos pela entidade. São 24 aparelhos que servirão a três áreas de trabalho da Apae, como o centro de convivência.
No local, os assistidos devem fazer uso dos tablets para preenchimento de relatórios e para o acompanhamento das atividades do dia a dia. A tarefa vai permitir à instituição afinar a pesquisa interna de qualidade do atendimento oferecido. Também atender, de uma forma mais precisa, às legislações que normatizam as avaliações dos projetos.
Segundo a Apae, o usuário do aparelho passará as informações sobre atividades e desempenho dos alunos para o sistema. Em tempo real, educadores e orientadores poderão avaliar os dados.
A informatização oferecida pelo aplicativo permitirá aos profissionais da instituição saber com precisão o percentual de desenvolvimento atingido pelos assistidos. Com as estatísticas, os profissionais poderão traçar metas e realizar mudanças para melhorar o aprendizado dos atendidos. O trabalho de avaliação das equipes da instituição tende a ficar mais dinâmico, segundo a Apae.
Outra parte dos aparelhos servirá como ferramenta de inclusão digital, porém de maneira diferente do que é conhecida popularmente. O acesso à tecnologia será simplificado de modo que parte dos 250 assistidos possa usá-la.
Alguns alunos, por limitações de problemas de saúde, não conseguirão usar o aplicativo. Contudo, terão benefícios indiretos pela dinamização do atendimento, segundo a instituição.
A inclusão dos tablets no dia a dia da instituição se soma a outras atividades de inclusão digital, como a lousa digital e o laboratório de informática.
A ferramenta desenvolvida pela Fatec permitirá aos profissionais terem mais liberdade para debater novos usos de tablets.
O desenvolvimento do aplicativo começou no início deste ano, quando as equipes da Apae e da faculdade se reuniram para discutir meios de adaptar um sistema feito pela instituição de ensino para atender uma universitária cadeirante com dificuldades em se comunicar.
Segundo a Apae, o software é semelhante a uma ferramenta já existente na instituição. O mecanismo usa imagens para gerar interpretação e estabelecer comunicação para quem não sabe falar.
Parte do público da Apae tem grau severo de autismo e poderá ser atendida pelo software. Daí, o software ajudar na comunicação entre a equipe e os atendidos.
