Apae de Tatuí cria aplicativo voltado aos pais dos alunos e à comunidade

Aplicativo está em desenvolvimento e deve ser lançado até dezembro (Divulgação Apae)
Da reportagem

A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Tatuí está investindo em novos canais de comunicação e pretende lançar, até dezembro, um novo site institucional e um aplicativo com informações sobre as ações desenvolvidas pela entidade.

De acordo com Daliane Miranda, assistente social responsável pelo Centro Dia de Referência de Assistência Social da Apae, as plataformas estão sendo desenvolvidas para atender às famílias dos assistidos, às pessoas com deficiência e, também, à comunidade.

A assistente social afirma que a intenção da Apae é tornar as ações da instituição mais “transparentes” e “levá-las ao conhecimento da comunidade de uma forma mais prática e acessível”.

Ela conta que as ferramentas vão disponibilizar informações sobre os projetos desenvolvidos e recursos aplicados, além de serem mecanismos para “melhorar a comunicação entre o público atendido e a comunidade”.

As ferramentas também servirão para dar suporte às aulas virtuais, inseridas pela entidade neste ano, devido às determinações de isolamento social em razão do novo coronavírus.

Segundo Daliane, além de informações sobre projetos e a entidade, o aplicativo contará com uma plataforma na qual serão disponibilizados vídeos informativos e kits de materiais para dar suporte às aulas em ambiente virtual.

“Durante este período de pandemia, fizemos uma pesquisa para saber se as pessoas conheciam a Apae, se sabiam das ações, quem é o nosso público, como funciona o serviço, e sentimos a necessidade de melhorar a comunicação neste sentido, para que as pessoas soubessem de fato como é o nosso trabalho”, comentou Daliane.

Inicialmente, a entidade criou perfis em diversas redes sociais gratuitas, incluindo Instagram, Facebook, Tic Toc e um canal no YouTube, com conteúdo semanal e duas séries de vídeos: “A Gente Ensina” e “A Gente Conta”.

A primeira apresenta vídeos didáticos, criados pelos profissionais da entidade, para ensinar os estudantes e auxiliar os familiares a desenvolverem atividades em casa, junto às pessoas com deficiência.

A segunda série de vídeos conta a história dos alunos, mostra como eles vivem, qual a síndrome ou deficiência de cada um dos assistidos e desmistifica assuntos relacionados às causas dos portadores.

“A séria ‘A Gente Conta’ é divulgada, principalmente, nas datas que marcam a conscientização sobre as síndromes. Nós apresentamos a história do aluno, a síndrome da qual ele é portador e informamos a população”, detalhou Daliane.

Nesse projeto,a Apae tem parceria com o fotografo Lion de Almeida. Uma equipe vai até a casa do atendido e, seguindo os protocolos de prevenção à Covid-19, acompanha a rotina da família da pessoa com deficiência e colhe depoimentos para contar a história do assistido.

“Estamos fazendo este trabalho de contar a história dos alunos para poder desmistificar a causa da pessoa com deficiência, informar e colocar os nossos alunos como protagonistas em nossas redes sociais”, destaca a assistente social.

O pedagogo da Apae, Pedro Couto, salienta que o objetivo principal do projeto é “chegar ao maior número de pessoas, esclarecer a população, valorizar os alunos e tirá-los da invisibilidade”.

“Apesar dos pesares, essa pandemia trouxe um resultado positivo para nós. Estamos vendo as famílias muito mais participativas. Então, mesmo quando acabar este período de isolamento, pretendemos manter este contato próximo com a família. Por isso, decidimos investir em comunicação”, completou o pedagogo.

Para o desenvolvimento do novo site e do aplicativo, a entidade está investindo R$ 53 mil. O recurso é oriundo do Fies (Fundo Itaú Excelência Social), conquistado no final do ano passado, quando a instituição foi selecionada por meio de edital.

A iniciativa faz parte do programa de investimento social do banco Itaú, que destina 50% da taxa de administração do Fundo Itaú Excelência Social para projetos na área de educação e promove ações para aprimorar a gestão das ONGs.

“O que viabiliza os nossos trabalhos é a realização destes projetos. Com eles, a gente tem subsídio para fazer e manter as nossas atividades. Inscrevemos-nos em dezenas de editas para ganhar dois ou três, mas ajuda muito”, concluiu Daliane.