Da redação
No sábado da semana passada, 28 de outubro, o grupo Amarelinha Africana, de Tatuí, foi convidado pelo Quilombo do Cafundó para apresentar-se na comunidade durante a visita do rei de Angola, Mbailundo, dos Ovimbundu.
O encontro aconteceu nas terras quilombolas, na cidade de Salto de Pirapora, e foi o primeiro lugar no Brasil a ser visitado pelo monarca do reino dos Mbailundus, considerada a maior etnia de Angola.
A líder do quilombo, Regina Pereira, explicou que o encontro com o rei foi possível graças a um convite feito por ela durante passagem por Angola, em junho deste ano, em que participou do projeto “Conexão e Ancestralidade”, promovido pelo Centro Cultural de Angola, em São Paulo.
De acordo com o idealizador da Amarelinha Africana, José Mesquita dos Santos, o grupo é o único do país que valoriza e divulga a cultura africana por meio de dança e palestras. “Com a amarelinha, podemos mostrar nas palestras e apresentações um pouco sobre a cultura africana”, comentou.
Mesquita conta que, durante a visita do monarca, houve “muitas quebras de protocolo” por conta de pessoas que desobedeceram às regras impostas pela comissão.
Em razão disso, “o grupo teve de pensar em uma estratégia para apresentar-se ao rei”. “Como o protocolo foi modificado, o rei saiu do local onde o grupo se apresentaria, e tivemos o raciocínio de colocar a amarelinha no meio da passagem dele para o almoço”, explica.
Mesquita antecipa que está almejando viajar com os integrantes do grupo até o final do ano para Moçambique ou Angola, para que o projeto local possa ser apresentado no continente de origem. “Dependendo do número de pessoas do grupo, poderíamos dançar a amarelinha lá. Mas, se não for possível, levarei algum material para que possa mostrar o nosso projeto”, concluiu.