Da redação
Na manhã de quinta-feira, 9, alunos dos cursos de manutenção industrial, automação industrial e gestão de TI da Fatec de Tatuí participaram, em conjunto com o Centro Federal de Educação Tecnológica “Celso Suckow da Fonseca”, do Rio de Janeiro (Cefet), de visita virtual ao Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), localizado na fronteira da França com a Suíça.
De acordo com o professor universitário e doutor em educação para a ciência da Fatec, Pedro Sérgio Rosa, os alunos puderam, virtualmente, interagir com o pesquisador Denis Oliveira Damazio e conhecer o projeto “Atlas”, no qual atua o brasileiro.
“Ele (Damazio) fará uma apresentação sobre física de partículas, com a possibilidade de um pequeno tour pelo acelerador, especificamente no experimento de detector de partículas, o Atlas”, explicou Rosa, antes do evento.
O projeto é um dos quatro que medem as colisões produzidas pelo superacelerador de partículas. O engenheiro trabalha há mais de 20 anos no centro e tem colaborado com profissionais do Brasil que integram projetos de pesquisa.
Para o professor, a partir da aplicação dos conceitos das metodologias ativas, a faculdade local insere os estudantes em contato com “pesquisas de ponta”, além de trabalharem a análise de dados reais dos processos de colisão ocorridos nos detectores.
“À medida que os estudantes vão ampliando e dominando os conceitos da física moderna, são capazes de entender onde esses conceitos podem ser aplicados”, ressaltou.
O Cern é um líder mundial em pesquisa de física em partículas, tendo descoberto, em 2012, o bóson de “Higgs”, uma partícula fundamental, que desempenha papel central na teoria que descreve as partículas elementares e suas interações.
Ela é responsável por “atribuir massa a partículas que não deveriam ter massa ou que deveriam ter massas menores que as que têm”.
O “Higgs” foi previsto teoricamente em 1964, porém, sua observação só foi possível em 2013, graças ao avanço na tecnologia dos aceleradores de partículas.
Rosa explicou que a visita virtual é uma espécie de preparação dos alunos para o “Masterclass”, que ocorrerá na quinta-feira, 16, em diversas instituições de ensino do país. Ele esclareceu que os alunos de automação da faculdade participarão do evento na utilização do software “Hypatia” (matemática grega).
Conforme o professor, ele é uma ferramenta de análise de eventos para dados coletados pelo experimento Atlas, o qual permite que estudantes do ensino médio e superior visualizem as complexas interações hádron-hádron.
“A partir de uma reunião online com Damazio, aprendemos a utilizar o software e, em seguida, fazer as atividades com os alunos”, concluiu.
O Masterclass é um projeto em que os participantes se familiarizam com a técnica operacional real usada no tratamento do câncer, empregando raios X, prótons ou íons de carbono como uma “faca física” dirigida por programas de software, mostrando as diferentes etapas para um planejamento de tratamento para terapia do câncer.