Alergias – parte III (tratamento)

Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa – CREMESP 34708 *

Sempre comparo grosso modo (e assim explico aos clientes) que o tratamento da alergia é baseado num quadripé de ações. O tratamento da atopia (alergia) no paciente com asma brônquica ou rinite alérgica deve ser encarado de forma ampla e global, tratando o indivíduo como um todo.

Comparamos o tratamento como uma banqueta de quatro pés, em que cada pé representa um segmento do tratamento nomeado por uma letra. Se a banqueta está faltando um pé ou um pé mais curto que outro, o banquinho não se sustenta bem! Portanto, para se fazer um bom tratamento, é importante que haja equilíbrio entre as ações determinadas para o tratamento.

P – Profilaxia (prevenção)

São os cuidados com o meio ambiente, local onde o paciente vive, que é fundamental para se ter uma boa resposta ao tratamento. Está indicado o uso de esterilizadores e purificadores de ar, bem como se devem usar produtos acaricidas (que matam e reduzem o número de ácaros) em um determinado ambiente.

A melhor atitude para os pacientes alérgicos a pó e ácaros do meio ambiente é recobrir o colchão e o travesseiro com courvin ou couro (mandar fazer esse trabalho no tapeceiro) porque um dos principais locais onde vivem os ácaros é dentro do colchão e do travesseiro.

O ácaro se alimenta de restos e escamas da nossa pele e, ao nos deitarmos num colchão ou travesseiro, estamos alimentando os ácaros que vivem nesses locais. O nosso contato noturno com o colchão e o travesseiro aumentam o nosso contato com o pó e os ácaros, e recobrindo o colchão e o travesseiro evita-se o contato com as fezes dos ácaros, onde se encontram os alérgenos.

Por isso, os sintomas da asma e rinite tendem a se manifestar mais à noite e se tornarem mais frequentes nesse período. Os pacientes devem viver num ambiente sempre bem limpo, arejado, ensolarado e evitar o mofo e ambientes úmidos e frios.

Outra situação muito importante é a questão dos fumantes: não se deve fumar cigarros perto de uma criança alérgica, dentro de casa ou dentro do carro. A criança alérgica deve ficar bem afastada de fumaça de cigarro ou outro poluente do ar.

F – Fisioterapia

Praticar natação – deve ser praticada em escola profissional (com piscina de preferência ozonizada), com orientação de professores de educação física e aprender a nadar (não é para brincar na água, e sim, aprender a nadar mesmo); fazer exercícios respiratórios com fisioterapeuta em sessões frequentes e regulares.

Praticar instrumentos de sopro (o paciente pode aprender a tocar instrumentos de sopro, como flauta, flautim, clarineta, oboé, saxofone etc.). Em Tatuí, temos o nosso Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos, onde os alunos podem aprender a tocar esses instrumentos. Temos também várias escolas particulares que ensinam música.

É necessário que seja um instrumento de sopro. As crianças podem, também, aprender “brincadeiras” de sopro, como soprar balão (bexiga), “língua de sogra”, soprar canudinho dentro de um copo d’água, e até instrumentos de fisioterapia respiratória, existentes no mercado etc.

M – Medicamentos

Anti-histamínicos: normalmente usados por tempo prolongado, com orientação e acompanhamento médico. Limpeza nasal com soro fisiológico, corticoides intranasais, corticoides inalatórios com ou sem bronco dilatadores e bronco dilatadores puros por inalação ou sistema de aerossol por dispositivos (“bombinhas”, hoje extremamente seguras).

Lembramos que o bronco dilatador Fenoterol (Berotec) já não é fabricado mais e já saiu do mercado. Hoje usamos como mecanismo de resgate da crise asmática a inalação com Salbutamol (Aerolin nebules ou Aerolin dispositivo em spray). Usamos também associado o medicamento Montelucaste de sódio, que previne, principalmente, as crises asmáticas desencadeadas por exercícios físicos.

I – Imunoterapia

Hipossensibilização com vacinas (via oral ou injetáveis). Nós já usamos a imunoterapia há mais de 20 anos, em seguida. O tratamento injetável é prolongado e dura cerca de 48 meses de tratamento, podendo ser feito semanalmente, depois bissemanalmente, após cada três semanas e, por último, uma vez mensalmente. O resultado positivo começa a ser percebido logo nos dois primeiros meses de tratamento.

Para fazer esse tratamento

Há a necessidade de se fazer uma avaliação do paciente com asma, rinite ou outra doença alérgica, e assim se solicitam os exames laboratoriais que vão constatar se o paciente é alérgico, a intensidade de sua alergia e definir quais tipos de alérgenos a que o paciente é sensível.

A partir desses dados, se define um tratamento, que geralmente é prolongado, sendo rigorosa e constantemente acompanhado, já que as vacinas são aplicadas pelo próprio médico no consultório.

A vacina é condicionada em geladeira apropriada, mantendo-se entre 2º e 8ºc e acompanhada com rigor nas datas de vencimento das mesmas, e a sua manipulação é estritamente um procedimento médico.

Fonte: arquivos próprios do autor

* Médico especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Associação Médica Brasileira (AMB) desde abril de 1981 e diretor clínico da “Sou Doutor Cevac Dr. Jorge Sidnei” – Clínica de Vacinação Humana em Tatuí

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