Da reportagem
Com operações restritas no aeródromo do município, o Aeroclube de Tatuí se colocou à disposição da prefeitura para auxiliar em eventuais necessidades no atual período de prevenção e combate ao Covid-19.
Para isso, além de oferecer o aeródromo para pousos e decolagens, o aeroclube se propõe a disponibilizar aeronaves e pilotos para transportar insumos, como medicamentos, exames e equipamentos hospitalares.
“Não interditamos o aeródromo, mas impedimos que aglomerações aconteçam no local. Diante da atual crise, deixamos os nossos pilotos e aeronaves à disposição para as necessidades da prefeitura”, declarou Alexandre Simões, presidente do Aeroclube de Tatuí.
“Não conheço as necessidades da prefeitura das quais consigamos atender com as nossas aeronaves, mas, mesmo sem conhecê-las, estamos à disposição”, complementou.
Simões afirmou a O Progresso que elaborara uma estimativa de desempenho dos aviões que pertencem ao Aeroclube para atender a uma eventual emergência. Seguindo recomendações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e conforme a capacidade das aeronaves disponíveis, o aeroclube objetiva o transporte de insumos.
“Nossas aeronaves não têm uma grande capacidade de carga, mas é suficiente para trazer alguns mantimentos de São Paulo, por exemplo”, indicou o presidente.
Conforme Simões, o Aeroclube de Tatuí possui 17 aeronaves, no entanto, somente sete delas estão aptas para voos. Entre estas, apenas duas são motorizadas e têm condições para realizar a operação de transporte de insumos.
Ele explicou que o custo para manter as 17 aeronaves em condições de voo é bastante elevado e, por este motivo, há revezamento entre elas para que haja, ao menos, sete em operação.
“Nenhum clube tem condições de manter tantas aeronaves prontas para voar. Revezamos periodicamente, deixando sete em operação. Enquanto uma entra em atividade, outra retorna ao hangar”, esclareceu.
O presidente apontou que, atualmente, o aeroclube conta com cerca de 70 associados, dos quais a maioria é formada por pilotos. Contudo, por tratar-se de um aeroclube de planadores, Simões estima que há dez pilotos-rebocadores ativos, os quais estariam aptos a transportar os insumos.
“Nós temos dois rebocadores ativos – que nunca param – à disposição para atender nessa missão contra o coronavírus”, certificou Simões.
De acordo com ele, há diversas aeronaves motorizadas em hangares do aeroclube que poderiam realizar o transporte. No entanto, os aviões são particulares e os proprietários locam o espaço para guardá-las.
Simões garante que, caso a demanda da prefeitura seja grande, poderá solicitar que os proprietários emprestem os aviões. “Dependendo da demanda, podemos fazer uma campanha de ajuda, principalmente de arrecadação de fundos, pois isso poderá ser necessário para o pagamento de combustível, translado e manutenção das aeronaves. O aeroclube não mediria esforços para que isso acontecesse”, assegurou.
O presidente informou que, até a tarde de quarta-feira, 1º, ainda não havia nada concreto quanto à utilização, pela prefeitura, do aeródromo, das aeronaves e dos pilotos.
“Nós estamos parados. Para atender à crise, deixamos nossos aviões e pilotos para ajudarem no que for preciso. Estamos aguardando para decolar. A hora que for necessário, para auxiliar o município, dentro das nossas limitações”, concluiu Simões.