Acusado de matar parteira, motorista continua foragido

Da reportagem

O motorista Anísio Moreira Satel, de 57 anos, suspeito de matar a esposa, Adelaide Selma Paulina Remde Satel, de 72 anos, está foragido desde segunda-feira, 29 de junho, após ela ficar cinco dias internada, em estado grave, no Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”.

Conforme o boletim de ocorrência registrado sobre o caso, a idosa foi agredida pelo marido, na tarde de quarta-feira, 24, na residência deles, localizada na rua Juvenal de Campos, no Jardim Santa Cruz.

De acordo com o BO, registrado pela Polícia Militar na tarde de quarta-feira, por volta das 17h, uma equipe foi acionada, via rádio, para atender a uma ocorrência de desentendimento entre casal. No local, uma equipe do Corpo de Bombeiros já socorria a idosa, que estava consciente, caída nos fundos da casa.

Conforme o boletim, um casal de vizinhos – um comerciante de 35 anos e uma vendedora de 39 anos – acionou a PM, informando ter escutado gritos de uma mulher. Algumas enfermeiras, de um posto de saúde próximo, também estiveram no local para verificar os gritos de socorro.

Segundo o boletim, ao perguntar o que estava acontecendo na residência, o casal foi agredido por Satel, que estaria “descompensado”. Posteriormente, o marido da idosa ainda depredou um carro cinza, da marca Fiat, modelo Uno Way, e uma moto preta, da marca Honda, modelo Elite 125, pertencentes ao casal de vizinhos.

Conforme a PM, quando os agentes chegaram, Satel estava dentro da residência. Aos policiais, ele alegou que a esposa tinha depressão e tomava medicamentos.

O marido afirmou ter dito à esposa que “queria ficar na dele” e, posteriormente, visto que ela havia “se atirado” de uma janela do quarto do pavimento superior da residência.

Na sequência, segundo o BO, a vítima e o motorista foram levados à unidade de saúde para exames de corpo de delito. A idosa acabou internada, em estado grave, na Santa Casa de Misericórdia, com fratura exposta em um dos braços e traumatismo craniano.

O delegado decidiu deter Satel para prestar mais esclarecimentos e responder criminalmente pelos atos, registrando boletim de ocorrência de tentativa de homicídio qualificado, lesão corporal e vias de fato. Após a morte da idosa, o documento foi alterado para homicídio qualificado e violência doméstica.

A reportagem de O Progresso entrou em contato com a SSP (Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo) sobre o caso. Em nota, o órgão estadual afirmou que o caso foi registrado como homicídio pela Delegacia Central e é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher.

Ainda informou que o marido da vítima fora preso em flagrante e encaminhado a audiência de custódia.

A DC informou que Satel permaneceu detido no local e, na manhã do dia seguinte, foi encaminhado a Itapetininga. Na cidade vizinha, o acusado passou por exame do IML (Instituto Médico Legal) e por audiência de custódia, sendo determinado que fosse solto.

A reportagem apurou que uma equipe policial estivera durante a semana no local do crime, para realizar exame pericial, contudo, o imóvel estava trancado. Populares informaram à equipe que o suspeito havia fugido do local em um carro preto, da marca Ford, modelo Ecosport.

No alvará de soltura, assinado por qualquer pessoa que esteja sendo acusada, consta uma cláusula que a obriga a não se ausentar do endereço residencial ou deixar a comarca. Em eventual caso de mudança de endereço, o indivíduo deve imediatamente comunicar a Justiça.

A reportagem ainda buscou contato com a DDM que investiga o caso, no entanto, foi informada de que o caso está sob segredo de Justiça.