Da redação
No mês de março, foram registrados três acidentes em Tatuí com vítimas fatais. De acordo com os dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito (Infosiga), houve duas mortes a mais do que em fevereiro.
No segundo e terceiro meses do ano passado, o município não havia registrado nenhuma morte. De acordo com o órgão, que monitora informações de acidentes de trânsito no estado de São Paulo, entre as ocorrências que causaram os óbitos em março, duas ocorreram no perímetro urbano e a terceira, em rodovia.
O primeiro acidente aconteceu em uma manhã de segunda-feira (o dia não é informado), vitimando uma pessoa na rua João Batista Correia Campos, na altura do número 14, em razão de um acidente de carro.
Outra morte ocorreu devido a um acidente de motocicleta, na rua São Bento (altura do número 621), em uma manhã de quinta-feira. O terceiro óbito aconteceu por um acidente na rodovia SP-141 (quilômetro 22,7), na estrada que liga Tatuí a Itapetininga, em uma noite de domingo. A categoria do veículo não foi informada.
Não fatais
Os índices de acidentes não fatais ocorridos no município apresentaram aumento de 40,74% entre fevereiro e março deste ano. No mês dois, o município registrou 54 casos, ante 76 em março.
Comparado com o mesmo período do ano passado, o terceiro mês do ano apresentou acréscimo de 26,67%. Em março do ano passado, houve 60 acidentes não fatais; neste ano, 76.
No acumulado entre janeiro e março deste ano, os índices de acidentes sem vítimas mostram que as colisões representam a maior parte do número de registros: somente nesta categoria, foram 116 casos.
O choque (ocasião na qual um dos veículos ou objeto atingido não está em movimento) foi a segunda maior causa de acidente, com 17 registros.
O atropelamento foi responsável por 18 ocorrências, seguido por “outros tipos de acidente” (capotamento, tombamento e quedas), com 36.
De acordo com o relatório, o maior número de ocorrências aconteceu nas tardes de terças-feiras (22). Em seguida, aparecem as tardes de segundas-feiras (20), manhãs de sextas (18), tardes de sábado (17), tardes de sextas-feiras (16) e noites de sextas-feiras (13). Ainda figuram na lista: as noites de sábados (11), noites de quintas-feiras (10), tardes de domingos (10) e manhãs de segundas-feiras (9).
Entre os acidentes não fatais, 82,43% ocorrem dentro do perímetro urbano; 16,74%, em rodovias; e 0,84, em “outros locais”.
Estado
De acordo com os dados do Infosiga, o estado de São Paulo registrou queda de sinistros sem vítimas fatais, comparando-se março de 2023 a março de 2024, em 0,8%.
No acumulado do primeiro trimestre de 2024, contra o mesmo período de 2023, há alta de 1,1%. Foram 42.611 sinistros de janeiro a março de 2024, contra 42.163 no mesmo período de 2023.
Em relação às mortes no trânsito durante o primeiro trimestre do ano, o aumento é de 14,5%. Foram 1.347 óbitos de janeiro a março de 2024, contra 1.176 no mesmo período do ano passado.
Houve aumento também de mortes, em 15,2%, comparando-se o último anterior com março de 2023 (508 óbitos em março de 2024 contra 441 no mesmo período de 2023).
As motocicletas continuam sendo as maiores responsáveis pelo índice de mortalidade no trânsito estadual. Os sinistros fizeram 207 vítimas fatais nas vias paulistas no mês passado – número que somou 178 vítimas fatais em março de 2023 (aumento de 16,3%).
O índice de crescimento das mortes foi maior no último trimestre (18%) em relação aos três primeiros meses de 2023 (551 e 467 óbitos de motociclistas, respectivamente).
Os sinistros com óbitos de pedestres também tiveram aumento no mês passado. Foram 116 mortes em março de 2024, contra 102 no mesmo período de 2023 – aumento de 13,7%. Já o acumulado do trimestre teve aumento de 1,5%, a partir de 279 óbitos de janeiro a março de 2024, contra 275 no mesmo período de 2023.
Conscientização
O aumento das mortes no trânsito no primeiro trimestre de 2024 demonstra a relevância do reforço dos alertas, por meio das campanhas educativas do Detran. De acordo com o órgão, a ação está focada não apenas na busca pela “paz no trânsito”, mas também na “conscientização de que todos os usuários das vias públicas têm a responsabilidade de garantir a segurança uns dos outros, sejam eles motoristas, passageiros, ciclistas ou pedestres”.
Na campanha educativa anterior, em dezembro de 2023, início do período de férias escolares, a autarquia sugeriu que, além de seguir as leis de trânsito, os condutores se planejem antes de sair de casa e mantenham seus smartphones guardados, “focando na tranquilidade, para que a morte também possa tirar férias”.
Respeito à Vida
Iniciativa do governo do estado de São Paulo, o “Respeito à Vida” é um dos maiores programas de redução de acidentes de trânsito do Brasil. Ele atua como articulador de ações com foco na redução de sinistros.
Gerido pela Secretaria de Gestão e Governo Digital, por meio do Detran, ainda envolve as secretarias de Comunicação, Educação, Segurança Pública, Saúde, Logística e Transportes, Transportes Metropolitanos, Desenvolvimento Regional, Desenvolvimento Econômico e Direitos da Pessoa com Deficiência.
Conforme o órgão, somente em 2023, foram investidos mais de R$ 302 milhões, oriundos de multas de trânsito, em iniciativas voltadas à prevenção de ocorrências e à sinalização em municípios paulistas. O programa também é responsável pela gestão do Infosiga.
Além do programa, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo adota ações permanentes de educação para o trânsito.
Infosiga
O novo observatório estadual de trânsito, sob coordenação do Detran, está sendo idealizado com o objetivo de promover a análise ainda mais qualitativa dos dados referentes ao trânsito paulista, “identificando, assim, com mais propriedade, gargalos e demandas mais acentuadas por medidas preventivas, corretivas e assertivas”.
Mediante investimento de R$ 9 milhões em tecnologias e inteligência artificial, o observatório trará o Infosiga com informações na nuvem, maior capacidade de processamento e escalabilidade.
“A partir de uma base de dados mais completa, será possível realizar o cruzamento de informações, como: condutores habilitados e veículos registrados no estado de São Paulo, além das infrações de trânsito cometidas pelos motoristas, para fins de geração de políticas públicas voltadas à segurança viária”, conforme o estado.
Há previsão, também, de cruzamento desses dados com informações de sistemas da Secretaria da Saúde, Instituto Médico Legal, Artesp, DER, cartórios de registro civil e do aplicativo de trânsito Waze, entre outros.
