Cotado nos bastidores da política como um dos prováveis candidatos às eleições gerais de 2018, o vereador Rodolfo Hessel Fanganiello (PSB) não confirmou a intenção de participar do processo eleitoral com vistas à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
O parlamentar, no entanto, também não negou a possibilidade. Na tarde de segunda-feira, 6, Fanganiello disse que ainda vê o momento como cedo para falar em intenções.
Conservando o posicionamento que assumiu desde a eleição ao cargo de vereador, afirmou que continua a ser “nem situação nem oposição” ao governo municipal. “Estamos conseguindo manter uma linha totalmente independente, dentro do que a gente se propôs a fazer, que é uma nova política”, alegou.
De acordo com o vereador, a intenção de disputa deve estar relacionada “ao que a população realmente está necessitando e à representação que ela gostaria de ter”.
“Quando a gente foi sair a vereador, muitas pessoas falavam com a gente, sobre a intenção de a gente ser candidato a vereador. Isso é uma coisa que a gente se resguarda”, declarou.
No momento, sustentou que “acha muito cedo” qualquer tipo de definição, mas declarou que algumas pessoas têm se aproximado dele, mencionando haver a possibilidade.
Segundo Fanganiello, “a conjectura tem sido expressada publicamente até por uma questão de posicionamento político, por conta da independência (de não fazer parte da situação e nem da oposição)”.
“O número de projetos que a gente votou com o governo é maior do que o que a gente não votou. A gente, realmente, está tentando ter uma visão bem técnica do nosso mandato e bem técnica em relação à administração pública”, destacou.
Por enxergar a “construção da política de forma diferente”, o vereador disse que o sentimento da população será o fator preponderante para que ele se proponha a concorrer ao cargo de deputado estadual. Afirmou, ainda, que talvez um descontentamento do povo com a política leve-o à disputa.
“Uma das coisas que a gente se propôs quando entramos é mudar a figura do homem público, realmente, reconquistar. E eu vejo a possibilidade de jovens conseguirem essa reconstrução”, argumentou.
Em contrapartida, Fanganiello antecipou que não deverá entrar na política caso existam confrontos negativos, que possam trazer prejuízos para o município.
“Acredito muito que política é construção. Política não se faz sozinho. E, hoje, a gente tem visto, aí, brigas políticas que vêm destruindo a nossa cidade há muito tempo, e eu não quero participar da briga política”, afirmou.
Apesar de buscar evitar embates, o parlamentar afirmou que entende a disputa (por votos) como sadia. Ele acrescentou que, pelo menos, mais três vereadores devem tentar a candidatura em 2018, como ouvido nos corredores da Câmara.
O vereador reafirmou, porém, que, caso haja “um sentimento de que esse é o momento da nova política”, ele deve se candidatar.
Candidato pelo PSB, Fanganiello terá, em Tatuí, apoio do vereador José Carlos Ventura, do mesmo partido. Sem padrinhos políticos, o parlamentar disse que buscará entendimento estadual para garantir suporte, caso saia à disputa. O mais expressivo deles, o do vice-governador do Estado, Márcio França.
A expectativa é de que França assuma, em fevereiro, o principal cargo do Executivo estadual, com a desincompatibilização do governador Geraldo Alckmin. Fanganiello disse ter, também, muita proximidade com o filho do vice-governador, Caio França, e com o deputado federal Luiz Lauro Filho, ambos do PSB.
Caso decida-se pela candidatura a deputado, o vereador tatuiano afirmou que “ampliará o olhar”, acrescentando às bandeiras da juventude e da renovação política a questão da segurança pública e da Previdência. Fanganiello afirmou que o número de assaltos e a violência têm aumentado em Tatuí e no Estado.
Ele declarou que a segurança é um ponto importante e que terá um “olho muito clínico” para a área da Previdência. No segundo caso, por ter sido presidente do TatuíPrev – Instituto de Previdência Própria do Município de Tatuí, e diretor financeiro da Apeprem (Associação Paulista de Entidades de Previdência do Estado e dos Municípios).
O vereador declarou que a Previdência deve ser muito discutida e que gostaria de dar um “caráter um pouco mais técnico” para o assunto. Ele defenderia, ainda, a “profissionalização” do setor público e da juventude.
Nesse último tema, Fanganiello citou conversa que teve com o secretário nacional da Juventude, Francisco de Assis Costa Filho, sobre o programa ID Jovem.
A disputa com mais candidatos em Tatuí não deve ser um empecilho, conforme apontou o vereador, apesar da projeção de votos entre 50 mil e 60 mil votos para se eleger. Fanganiello disse que “sempre pontuo não olhar muito para a candidatura dos outros”.
Mencionou, ainda, que tem sonho de “um dia ter uma candidatura a deputado” por conta do histórico familiar. O avô dele foi vereador na capital por três mandatos e o tio-avô, deputado estadual, também por São Paulo.