RAUL VALLERINE
Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia.
Dalai Lama
A responsabilidade individual durante o processo de abertura após a quarentena é fundamental para conviver com o coronavírus. Agora, teremos que apresentar comportamentos que vão além da civilidade.
Abordaremos sobre o senso de sobrevivência, de ter consciência e aplicar uma abordagem a partir da qual precisamos pensar e agir como um coletivo.
Ao longo de nossa história mais recente, nunca tivemos um conjunto tão estrito de regras impostas a nós.
Perdemos aquilo pelo qual lutamos tanto há décadas: liberdade, livre circulação para se mover, trabalhar, se relacionar.
As medidas tomadas para conter o número de infecções nos mantiveram em isolamento social em nossas casas, enquanto o mundo ficou em pausa.
Agora, nossa sociedade começa a despertar as suas atividades de maneira tímida.
Com as novas medidas que recebemos de permissões, pequenos passos com os quais podemos recuperar ao mínimo a nossa oportunidade de fazer contato com a rua novamente, com a população, com o que hoje chamamos de “novo normal”.
No entanto, as oportunidades de conviver com o vírus de forma mais ou menos bem-sucedida são possíveis se cuidarmos do nosso comportamento.
É hora de demonstrar a nossa maturidade, nossa capacidade de ser responsável e cuidar não apenas de nós mesmos, mas também do outro.
Além das regras impostas, há responsabilidade, generosidade e o senso moral que usamos para saber o que é certo e o que é errado o tempo todo.
Chegou um momento crucial em que ninguém precisa nos lembrar do que não é permitido; testemunhamos o curso dessa doença por muito tempo para saber como nos proteger e como proteger o próximo.
De alguma forma, essa pandemia também deve despertar em cada um de nós novos valores éticos, com os quais darem propósito e significado a tudo que estamos vivendo. Há algo sobre o qual devemos ser claros.
Para enfrentar a pandemia atual, não basta apenas cuidar da nossa saúde física, como o fato de que todos devem respeitar o distanciamento social e sair de casa sempre de máscara.
Há famílias que fazem um estudo de seus recursos, sabendo que talvez no próximo mês não consigam encher a geladeira. As crianças não podem continuar seus estudos normalmente. A responsabilidade pessoal durante a abertura também envolve ter consciência dessas realidades, compreendendo que, na medida do possível, todos podem fazer algo pelos outros.
A responsabilidade individual durante a abertura envolve a compreensão de quais padrões governam a nossa sociedade e do nosso comprometimento com eles de todas as formas possíveis.
Por que existem pessoas que têm dificuldade para cumprir esses princípios básicos? Talvez o façamos porque não temos senso de risco. Porque ansiamos por nossas vidas de antes, quando elas já não têm mais lugar na nova realidade.
No contexto atual, temos duas opções. A primeira, lamentar a nossa falta de direitos: o direito de sair, interagir, viajar, verificar as últimas novidades das lojas normalmente, abraçar, beijar, comer normalmente em um restaurante.
A segunda opção é parar de lamentar e agir com empatia de iniciativa. Essa competência é o que nos torna pessoas verdadeiramente humanas, autênticas, que entendem a situação e age de acordo, pensando no outro, protegendo-se, tendo em vista as obrigações presentes, mas também sendo capaz de ir além.
De que maneira? Ajudar e fazer parte dessa transformação real da qual precisamos agora. Uma realidade em que todos possam viver juntos em segurança, cuidando do bem-estar um do outro.