“Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! ” (William Shakespeare)
A Pressa no Cotidiano!
A pressa é um dos maiores males dos tempos modernos. É como se a humanidade desejasse acelerar os acontecimentos num período de tempo muito curto. E a educação das nossas crianças não foge à regra.
Quando nosso filho procede de modo infantil aos cinco anos de idade, por exemplo, dizemos: – Por que não se comporta como um homenzinho? Qualquer pessoa sensata sabe que ele não é um homenzinho. Queremos que a criança aja como adulto, não porque seja bom para ela. Mas porque é conveniente para nós.
Talvez não porque achemos isso certo, mas porque estamos impacientes. Roubamos os nossos filhos quando os fizemos atravessar às pressas a infância. Também a nós logramos a oportunidade de nos deixar contagiar pela sua inocência, sua curiosidade espontânea sua admiração natural, sua alegria sem restrições.
Muitas vezes a nossa impaciência impede o desenvolvimento de grandes inteligências e de grandes almas, porque esquecemos de que a assimilação do bem é um processo lento.
Certa vez um pai perguntou ao Diretor de uma Universidade se o currículo escolar não poderia ser simplificado para que seu filho pudesse “ir por um caminho mais curto”.
– Sem dúvida, respondeu o Educador. Tudo depende, porém, do que o senhor queira fazer do seu filho. Quando Deus quer fazer um carvalho, por exemplo, leva cem anos. Quando quer fazer uma abóbora, precisa apenas de três meses.
É comum nos esquecermos de que as engrenagens das nossas vidas estão interligadas com as do Criador.
Assim sendo, como os dentes das engrenagens dos planos de Deus são mais fortes do que as nossas, quando aceleramos mais que Deus, as nossas se quebram. A natureza nos oferece muitas indicações de que o nosso ritmo alucinado não é normal.
Quando saímos dos lugares superlotados, fugimos dos horários e andamos por entre as árvores que crescem devagar e as montanhas silenciosas que parecem estar sempre tranquilas, absorvemos um pouco da serenidade e da calma da natureza.
No entanto, não devemos confundir paciência com passividade, inércia, e esperar que tudo seja feito por nós. Paciência é determinação de começar cedo a empregar o tempo para realizar coisas úteis.
A melhor ilustração de tudo isso pode ser o caso da menina que disse à mãe logo depois que uma senhora de cabelos brancos saiu de sua casa: – Se eu pudesse ser uma velhinha assim, tão simpática e tão boazinha, não me importaria de envelhecer.
– Está muito bem, respondeu a mãe. Se você quer ser velha assim, convém começar desde já, pois ela não ficou assim às pressas.
O Sol leva todo o tempo que lhe é necessário para nascer e se pôr. Não é possível apressá-lo. O gelo no lago se derreterá quando a temperatura do ar for apropriada. As aves migratórias chegarão e partirão quando estiverem prontas para isso.
Até as invenções, sobre as quais o homem aparentemente exerce absoluto controle, só chegam em tempo próprio, quando a oportunidade amadureceu e a cultura está pronta para recebê-las.
Uma vez mais o Mestre de Nazaré tinha razão ao dizer: “primeiro a erva, depois a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga”. Quis com isso dizer que tudo vem a seu tempo, sem pressa nem desespero. Vamos pensar nisso!