‘A música tem poder de transformar’, afirma violinista e musicista tatuiano

Eduardo Augusto foi um dos convidados de live do cantor Gusttavo Lima

Violinista iniciou carreira musical no Conservatório de Tatuí
Da reportagem

Bacharel em violino e pós-graduado em música de câmara, Eduardo Augusto de Almeida Silva é neto de músicos e sempre teve o incentivo à educação musical pelos pais. Assim, iniciou os estudos no Conservatório Dramático e Musical “Doutor Carlos de Campos” em 1995, aos dez anos, e, desde então, a atividade musical não deixou mais de fazer parte da vida dele.

A O Progresso, Silva conta que a opção por ser profissional surgiu aos 16 anos, quando selecionado para bolsista do Conservatório de Tatuí. “Me sentia privilegiado por ganhar dinheiro para estudar e, com isso, a motivação aumentou”, lembra.

“Tudo isso graças ao incentivo direto de meus pais, os maiores responsáveis por meus estudos, que cobravam muito de mim”, completa o musicista.

Dois anos depois, em 2003, o tatuiano passou no concurso da Orquestra Sinfônica de Sorocaba e conseguiu o primeiro registro em carteira como profissional de música. “De lá para cá, nunca mais deixei de trabalhar com música. São muitos projetos e inúmeros trabalhos em distintas cidades”, afirma.

Além de violinista e musicista, Silva foi regente da Orquestra Infantil e da Orquestra Infantojuvenil do Conservatório de Tatuí e, atualmente, é responsável pela regência da Orquestra Sinfônica do Centro Cultural Special Dog.

Paralelamente, ele integra o grupo musical Bravo Tatuí, que estreou no mercado de eventos em 2014. A partir dele, em 2018, Silva, juntamente com os violinistas Rogers Bertinotti e Tiago Almeida, iniciou o projeto do Trio Bravo Electro, apresentando um formato diferenciado de executar músicas populares e clássicas com instrumentos elétricos.

Ao longo da carreira, o tatuiano participou de diversas orquestras, incluindo: Sinfônica Villa-Lobos; Sinfônica de Sorocaba; Sinfônica Jovem de Guarulhos; Sinfônica Paulista, do Conservatório de Tatuí; Filarmônica de São Carlos; Filarmônica Bachiana; Sinfônica de Piracicaba; Câmara da USP (Universidade de São Paulo); e Câmara da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo).

Silva participou como músico convidados de vários artistas do país, como os maestros João Carlos Martins e Adriano Machado, os cantores Tony Garrido, Edu Falaschi e Sandy, além de Chitãozinho e Xororó, Sérgio Reis e Gusttavo Lima, na música sertaneja, e solistas eruditos.

Entre as principais apresentações do tatuiano, a mais recente ocorreu há um mês, em apresentação virtual do cantor Gusttavo Lima, dia 4 de junho. Exclusivo e inédito, o show “Embaixador In Concert” marcou a inauguração do teatro híbrido ZoOme Hallat Teatro B32, em São Paulo, sendo transmitido apenas pelo aplicativo ZoOme.TV, com ingressos pagos.

Para participar da “live” de um dos principais cantores brasileiros da atualidade, Silva foi convidado pelo maestro Machado para compor a Orquestra Sinfônica Villa-Lobos.

“Fizemos dois ensaios com tudo muito bem organizado, como sempre são os eventos da OSVL. A live foi espetacular, um grande privilégio estar no mesmo palco com grandes músicos”, complementou o violinista.

A participação do tatuiano com a Orquestra Sinfônica Villa-Lobos iniciou há alguns anos, pois Machado foi professor de violino dele durante um período. “É um grande mestre, inspirador e genial musicalmente”, destaca.

“Sempre que possível, ele me convida para participar nos grandes eventos da OSVL, a exemplo dos cine-concertos “Star Wars” e “Senhor dos Anéis”, em várias capitais do país, e participação nos shows de vários artistas com a orquestra”, completa.

Para Silva, “a música tem poder de transformação, tanto da vida das pessoas como em momentos especiais”. Ele relembrou da participação surpresa em um aniversário de 83 anos, no sábado da semana passada, 26 de junho.

“O aniversariante estava bastante feliz com os amigos dele. De repente, entramos em dois violinistas tocando uma música que ele gosta muito e, automaticamente, ele começou a chorar, pois tocou muito forte na vida dele”, conta. “Esse é um dos exemplos da transformação que a música faz”, acrescenta.

Assim como foi tratado pelos pais, Silva incentiva musicalmente as duas filhas, Isadora Souza e Silva, de oito anos, e Amanda Souza e Silva, de sete, desde que elas completaram quatro anos. Desde mais novas, elas frequentavam concertos.

“Isso não significa que elas serão musicistas, mas essa relação delas com a música contribui no quesito social, até mesmo intelectual”, ressalta.

“A paixão delas é se sentirem como o papai e os amigos, que tocam e alegram as pessoas. Sempre enfatizei que o trabalho do papai é mudar, transformar e alegrar as vidas e momentos das pessoas”, finaliza o musicista.