
Raul Vallerine
Os fracos usam a força, os fortes usam o diálogo. Os fracos dominam os outros, os fortes promovem a liberdade! (Augusto Cury)
O diálogo é fundamental para construir relações saudáveis, resolver conflitos e promover o entendimento mútuo em diversos contextos, como família, trabalho e sociedade.
Ele permite a troca de ideias e o desenvolvimento pessoal, estimula a reflexão, a empatia e a capacidade de enxergar a perspectiva do outro.
No ambiente de trabalho, o diálogo melhora a produtividade e a criatividade, enquanto na família, aproxima as pessoas e previne desavenças.
Estamos vivendo num tempo em que o diálogo se torna cada vez mais necessário na construção da paz e para a convivência fraterna.
O diálogo se torna tarefa irrenunciável num contexto sociocultural marcado, de um lado, por tanta agressividade e intolerância, de outro, pela indiferença egoísta.
Precisamos dialogar mais no dia a dia e nos vários âmbitos da vida social. Contudo, é preciso aprofundar a compreensão que temos sobre o diálogo para poder concretizá-lo.
A capacidade de dialogar serve de termômetro para avaliar a vivência da fraternidade e do respeito ao outro. A recusa ao diálogo pode expressar fechamento sobre si e a recusa de escutar.
O diálogo exige primeiramente a escuta, a disponibilidade em aprender com o outro que pensa diferente. Exige proximidade, disposição para aproximar-se do outro para escutar, compreender e respeitar; não somente para falar.
Não há espaço para o diálogo quando alguém se aproxima do outro apenas para convencê-lo de que está errado. Por isso, ao invés do orgulho compenetrado em si mesmo, é necessário admitir as próprias limitações no conhecimento da verdade, para estabelecer diálogo.
Entretanto, a atitude de respeito às convicções do outro não exclui a coerência com a própria identidade e a sinceridade.
O autêntico diálogo não anula a identidade, não se confunde com a busca interessada do consenso fácil, nem pode ser ditado pela procura de vantagens.
Somente quem tem sua própria identidade preservada poderá oferecer uma contribuição própria no diálogo entre diferentes.
Em geral, a palavra diálogo logo faz pensar no relacionamento entre duas pessoas ou entre participantes de um pequeno grupo.
É inegável a importância do diálogo entre duas pessoas, como por exemplo, na vida de um casal, ou entre os membros de uma família, ou de um pequeno grupo.
É necessário, porém, que a prática do diálogo aconteça também em outros campos da vida social, especialmente, nos exigentes campos da política, da cultura e da educação, como caminho privilegiado de construção da fraternidade e da paz.
As Igrejas e instituições da sociedade civil desempenham papel fundamental na promoção do diálogo amplo e sincero, não somente no interior de cada uma delas, mas no relacionamento com a sociedade.
A opção pelo diálogo contribui para superar fundamentalismos e radicalismos que causam violência e dor. O diálogo implica um processo de aproximação, onde se busca argumentar e ouvir o outro com respeito e empatia.
Não é um monólogo, nem um debate em que se tenta impor ideias, mas sim uma construção compartilhada, onde todos os interlocutores têm a oportunidade de expor e acrescentar às ideias.
Nós precisamos de todas as pessoas ao nosso redor, até daquelas que a gente não gosta, visto que é através dos relacionamentos que evoluímos. Ninguém cresce sozinho.
Não precisamos falar sempre de coisas sérias. Se divertir também é uma boa conversa. Uma boa conversa não precisa necessariamente envolver palavras, às vezes gestos bastam.
É fundamental saber ouvir. Saibamos que o bom diálogo gera respeito, tolerância, empatia, compreensão, relações duradouras, relacionamentos saudáveis.