Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa – Cremesp 34.708 *
A cada inverno que se aproxima, a mesma dúvida volta a acometer muitos brasileiros: será que estou com gripe ou resfriado? Esses dois processos inflamatórios atingem as vias aéreas superiores – nariz e garganta – e têm sintomas parecidos. Por isso, são frequentemente confundidos.
O que é a gripe?
A gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus Influenza e tem febre alta, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, coriza, fraqueza, dor muscular e diarreia como principais sintomas. Pode ser contraída durante o ano todo, mas é mais comum no outono e no inverno.
A infecção é transmitida por gotículas infectadas com o vírus e seu período de incubação varia de um a quatro dias. A taxa de mortalidade é maior em qualquer faixa etária quando a doença exige internação hospitalar ou em pacientes com doenças crônicas, mas é especialmente preocupante em bebês com menos de seis meses. A melhor forma de se prevenir da gripe e de suas complicações é a vacinação anual.
O que é o resfriado?
O resfriado comum é uma infecção no trato respiratório superior causada pelo rinovírus. Os principais sintomas são: coriza, congestão nasal, espirros, tosse, olhos lacrimejantes e febre baixa ou mal-estar. Pode ser contraída durante o ano todo, mas é mais comum no inverno.
O rinovírus é transmitido pelo contato direto ou indireto com as secreções da pessoa infectada e o período de incubação é de pouco menos de dois dias. Os sintomas atingem o pico de um a três dias após o contágio e persistem de sete a dez dias, embora ocasionalmente possam permanecer por até três semanas.
Entenda a diferença
A gripe é menos frequente, mas é uma grande questão de saúde pública, já que é mais letal. O resfriado, por sua vez, não costuma gerar muitas preocupações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus Influenza infecta cerca de um bilhão de pessoas anualmente e mata até 500 mil pessoas no mundo por ano.
Ao contrário da gripe, que pode se agravar em pessoas idosas, a incidência dos resfriados diminui com o envelhecimento. Crianças de até dois anos se infectam cerca de seis vezes ao ano, enquanto nos adultos esse número diminui para duas a três vezes e, em idosos, cai para apenas uma vez ao ano. Passada a infância, a febre também costuma ser um sintoma raro e é substituído pela sensação de mal-estar.
Tratamento
Existem vários remédios, indicados pelos médicos e usados para o resfriado e para a gripe, além dos famosos chás caseiros ensinados pelas vovós. Porém, sabemos e cremos que a melhor maneira de enfrentar uma gripe é se prevenindo com a vacina feita anualmente.
Vacinação
Todos os anos nos deparamos com a tradicional campanha de vacinação contra a gripe. Mas, se já nos vacinamos no ano anterior, é necessário vacinar na campanha atual? A seguir responderemos essas e outras importantes perguntas a respeito da gripe e da vacinação contra essa doença.
O que é a gripe?
A gripe é uma doença respiratória provocada pelo vírus da influenza, sendo identificados no Brasil três tipos desse vírus: A, B e C, sendo os tipos A e B os responsáveis pelas epidemias sazonais. A gripe é uma doença muito confundida com o resfriado, entretanto, este último é causado por outros vírus (principalmente os rinovírus).
Apesar de muitas pessoas pensarem que a gripe é uma doença simples, ela é causa de morte de várias pessoas em todos os anos, principalmente em indivíduos que apresentam condições que favorecem as complicações da doença.
Entre os grupos que merecem atenção, estão os idosos, pessoas com doenças crônicas, crianças menores de cinco anos de idade e gestantes. Vale salientar que a principal complicação da gripe é a pneumonia, que pode ser desencadeada por bactérias ou pelo próprio vírus.
Por que nos vacinar?
A vacina contra a gripe muda anualmente para se adequar aos vírus que estão em circulação naquele ano. Apesar do que muitas pessoas pensam, em todos os anos devemos vacinar contra a gripe. Isso se deve, principalmente, a dois fatos principais:
Os vírus da gripe sofrem muitas mutações, o que altera sua estrutura e, consequentemente, geram uma série de subtipos. A Organização Mundial de Saúde analisa em todos os anos os principais tipos de vírus da gripe que estão em circulação para criar uma vacina mais efetiva.
A vacina que estamos aplicando neste ano de 2021 no Cevac é a FluQuadri, ou seja, a vacina contra a gripe quadrivalente, composta de quatro cepas de vírus, ou seja: dois vírus da linhagem A, que são os vírus H1N1 (que causa a gripe suína) e o vírus H3N2 e mais dois da linhagem B (Washington e Phuket), fabricada pela Sanofi, na Pensilvânia, nos Estados Unidos da América.
Ela está indicada para qualquer pessoa, acima de seis meses, de idade que queira se proteger contra a gripe de 2021. Se for aplicada pela primeira vez, em crianças entre seis meses e oito anos de idade, deve ser feita duas meias doses com intervalo de um mês entre. Se já tomou no ano anterior, se faz somente uma dose de 0,5 ml IM. No Cevac, é aplicada pelo próprio médico e diretor clínico do local.
Podemos concluir, portanto, que a vacinação anual é importante, pois os vírus modificam-se e os vírus que circulam na população em um ano não serão necessariamente os mesmos do ano seguinte.
Vale destacar que a vacina contra gripe é importante e ajuda a reduzir as complicações. Outra coisa que devemos considerar é que estamos vivendo em tempos de pandemia mundial, desde 2020 pelo coronavírus e, particularmente em Tatuí, convivemos com um surto de dengue.
Portanto, seria muito complicado se começarem a surgir um surto de gripe, especialmente se for a famosa gripe suína. Muita gente pode morrer. Vamos nos prevenir tomando a vacina?
Fontes: https://brasilescola.uol.com.br /; https://www.prontopassou.com.br/pt/dor-e-sintomas/gripe-e-resfriado
* Médico com TEP em pediatria e membro da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).