Raul Vallerine
Os nossos maiores problemas não estão nos obstáculos do caminho, mas na escolha da direção errada. (Augusto Cury)
A breve caminhada desta vida, às vezes nos coloca diante de encruzilhadas, cujos caminhos parecem igualmente difíceis.
São escolhas que precisam ser feitas, seja por opção consciente, acreditando que uma determinada direção é a opção certa.
Aparentemente a opção mais fácil é deixar que a situação nos leve, pois se algo der errado o velho papel de vítima será a tábua de salvação.
Seja como for, uma vez feita à opção temos que arcar com as responsabilidades por maior que seja o dilema, ele é sempre individual, mas as consequências podem afetar muitas pessoas.
Somos livres para optar, mas antes é aconselhável que sejam respondidas três questões: Quero? Devo? Posso? A resposta para estes questionamentos requer clareza de consciência, pois querer é algo natural, saudável e nos leva ao progresso.
No entanto, não podemos confundir o querer e ter ambição com ganância, que é algo muito diferente. Enquanto a ambição faz crescer, a ganância nos faz regredir.
Todos queremos, que diante das ameaças do aquecimento global, por exemplo, para que sejam desenvolvidas ações para melhorar as condições de preservação do meio ambiente.
No entanto, na hora de separar o lixo, que é algo que requer pequeno esforço, simplesmente não faz. Mas então, qual o sentido de querer ver o planeta livre desta ameaça? Posso eu deixar de reciclar o lixo?
Certamente que posso. Devo? Não, não devo, jamais. Quero? Não, não posso querer, afinal, a destruição do planeta é um fato maléfico para a própria sobrevivência.
Sempre encontramos uma desculpa ao não fazermos o que deveríamos, que neste caso, poderia ser; “não tem importância é um pouquinho só”.
Mas imagine se os outros, quase sete bilhões também pensassem assim. Uma decisão pessoal pode interferir na vida de muitas outras pessoas. É preciso pensar bem no rumo que for tomar.
Esse encontro da arrogância com a ganância do querer é destrutivo, uma verdadeira ameaça a vida. Não somente a vida humana e de milhares de outros seres que conosco dividem este espaço e acabam destruindo a própria vida sem se darem conta.
Essas pessoas “se acham”, querem tudo, procuram satisfazer suas necessidades, independente das consequências, não se consideram arrogantes e sequer conseguem perceber o quanto são gananciosas.
Algumas se dizem humildes, alegando escassos recursos materiais, mas na verdade não possuem humildade alguma, consideram-se acima destes questionamentos.
Para elas o importante é satisfazer o seu querer. Elas querem tudo, invejam a alegria, o amor e a felicidade dos outros, esquecem de buscar alternativas, de questionar se devem, se podem, pois não percebem que a própria felicidade é uma construção individual que, respeitar a felicidade dos outros é permitir que a sua se desenvolva.
São pessoas que fazem escolhas erradas, esquecem de abrir portas, não acreditam que a felicidade pode ser construída, sofrem pela enorme ansiedade e pela incapacidade de acreditar no futuro.
Obviamente que temos que lutar pelo amor e felicidade, mas estou falando de escolhas que trazem consequências aos outros.
Uma escolha, por menor que possa parecer, sempre trará consequências que serão creditadas ou debitadas em nossa conta pessoal. Lembre-se, a escolha é sempre individual, mas as suas consequências vão além e podem afetar muitas outras pessoas.
Quando o estrago está feito, não importa a intenção, sempre responderemos pelas consequências. Escolher é uma questão de princípios, de ética.
É a ética que responde adequadamente àqueles três questionamentos. Quanto mais sólidos forem os princípios, mas fácil será enfrentar os dilemas, optar pela estrada certa nas encruzilhadas e mais íntegros nos tornaremos.