Raul Vallerine
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar. (Nelson Mandela)
A Diversidade
Há algum tempo, as discussões acerca das ideias sobre diversidade, desigualdade e diferença vêm ocupando um espaço significativo em certos setores da sociedade.
Trata-se de uma discussão necessária, que segue em busca de uma cultura que preserve e valorize a igualdade de direitos, considerando a diversidade como condição para a construção e a existência de uma sociedade.
As sociedades são marcadas e caracterizadas pela diversidade. Ainda que seus membros sejam muito parecidos, todos apresentam características singulares que os diferenciam uns dos outros.
As diferenças de caráter cultural, físico, social, intelectual, de gênero, faixa etária, entre tantas, estão presentes em todas as formas de agrupamento humano e, quando respeitadas, abrem caminho para a inclusão, o respeito e a vida democrática.
Entretanto, quando as diferenças são interpretadas de modo a criar disparidades entre pessoas e agrupamentos sociais, causando desequilíbrio no acesso e na garantia de direitos, o que se tem é o estabelecimento da desigualdade.
Essa discussão sobre diversidade e Direitos Humanos se inicia pela afirmação de que uma sociedade justa é aquela que valoriza as diferenças e se enriquece com elas, promovendo igualdade de direitos.
O que não significa atender a todos do mesmo jeito, mas considerar as singularidades de cada um, desenvolvendo políticas que atendam às necessidades dos diversos grupos sociais.
Trata-se de criar condições para atender às necessidades e às características de todos, independentemente das condições que possam apresentar quaisquer que sejam.
Para garantir a todos o mesmo direito, é preciso proporcionar condições diferenciadas àqueles que têm necessidades diferentes. A diversidade não representa um obstáculo para a convivência, nem para a construção de um projeto coletivo. Pelo contrário, abre novas possibilidades, enriquece e valoriza os diferentes grupos.
No entanto, muitas vezes, as diferenças são pretexto para a criação ou o reforço de desigualdades que violam os direitos fundamentais, desde o atendimento de necessidades básicas para uma vida digna até o acesso à justiça.
Podemos citar como exemplo a discriminação étnico-racial. Sabemos que, em muitos países, incluindo o Brasil, pessoas indígenas ou negras são discriminadas, se não pela lei, por um preconceito historicamente arraigado.
Com isso, essas pessoas têm seus direitos cerceados e vivem situações de constrangimento, sendo colocadas em posição de inferioridade, mesmo que a discriminação, muitas vezes, se manifeste de forma camuflada ou dissimulada. Ainda assim, essas situações não deixam de gerar violência e humilhação.
O bom senso recomenda que o respeito pelas diferenças deva ocorrer tais como: valores, crenças, religiões e heranças culturais.
Da mesma forma, promover atitudes positivas referentes às diferenças, propiciando um ambiente saudável e possibilitando o diálogo através de uma comunicação aberta e agir com firmeza e calma diante de situações discriminatórias, o que consiste em, respeitar as diferenças dos outros.
O Respeito à diversidade é também uma forma de promover inclusão das pessoas em determinado grupo social, uma vez que o respeito é fundamental como forma de permitir e aceitar o outro.
A diversidade é uma das maiores riquezas do ser humano no planeta e a existência de indivíduos diferentes em uma cidade, em um país, com suas diferentes culturas, etnias e gerações fazem com que o mundo se torne mais completo.