
Raul Vallerine
Quem controla as suas palavras é sábio, e quem mantém a calma mostra que é inteligente. Até um tolo pode passar por sábio e inteligente se ficar calado!
Usar a palavra na hora exata, quando ela se faz de fato necessária, é uma coisa. Usá-la à toa é, às vezes, sobretudo perigoso. Entretanto, o silêncio oferece seu próprio valor. Ele permite reflexão, previne desgastes e facilita a escuta atenta.
Palavras ditas impulsivamente podem ser fonte de arrependimento. Assim, o silêncio estratégico reflete sabedoria, autocontrole e respeito, fundamentos de relações saudáveis.
O provérbio “A palavra é prata, o silêncio é ouro” destaca a importância de equilibrar comunicação e silêncio, essenciais tanto na vida pessoal quanto na profissional.
Em tempos de comunicação instantânea, muitas pessoas ignoram o poder do silêncio e seu impacto significativo nas interações. “O silêncio é ouro”, mas poucos conseguem de fato colocar essa sabedoria de vida na prática cotidiana.
Infelizmente, existe um equívoco em pensar que ficar calado em determinadas situações é uma covardia, insegurança, e falta de posicionamento. Mas o Silêncio é, na verdade uma atitude necessária e importante.
Muitas situações resolvem de modo mais construtivo e pacífico, quando fazemos alguns segundos de silêncio, em vez de discutir, criticar ou agredir verbalmente.
No silêncio é possível acalmar os ânimos, refletir com calma, e observar os fatos e situações com lucidez, tomando decisões com acerto.
O destempero das palavras tem causado inúmeros problemas. Uma palavra depois de proferida, possui um efeito devastador. Tenhamos cuidado com o que dizemos.
O mestre de Nazaré nos alertou: o que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai dela.” Porque a boca fala do que está cheio o coração”.
Calar em discussões desnecessárias é evitar tragédias e desafetos. No silêncio respeitamos a opinião dos outros, por mais que a nossa seja contrária.
Falar sobre os que estamos sentindo e acontecimentos necessários é importante, jamais ficamos calados diante das injustiças, do que é errado ou aceitamos agressões verbais quietos. Todavia sejamos cuidadosos com o que saí da nossa boca e no momento que saí.
Pois existem palavras certas em horas erradas, palavras erradas em hora certas e o pior de tudo palavras erradas em hora erradas.
No mundo que vivemos, cheios de informações e notícias, nos vemos obrigados a proferir a nossa opinião, em comentar a respeito de tudo que nos aconteça ou que presenciamos, que muitas das vezes esquecemos de praticar a reflexão da situação antes de falarmos.
O silêncio é valioso quando verdadeiramente compreendemos a sua importância. Contudo, silenciar diante de injustiças ou omissões pode ser prejudicial.
Nesses casos, a palavra é essencial. O provérbio não desmerece a fala, mas sugere que excessos a tornam menos eficaz. A habilidade de saber quando falar e quando calar é uma arte.
O equilíbrio entre palavra e silêncio determina a qualidade das interações humanas e pode ser a chave para o sucesso em diversas áreas. Enquanto a prata é valiosa, o ouro é ainda mais raro e precioso.
De vez em quando é necessário ser silencioso. Habituar-se à própria presença, inteirar-se de sua solidão e entender os seus sentimentos.
No silêncio conseguimos ouvir o interior da alma, aprendemos a ser humilde, a deixar o orgulho de fora, a reparar nas coisas simples e a valorizar o que realmente nos importa, evitando reclamações vazias e aprendendo a praticar a gratidão.
A modernidade, portanto, que tanto exaltamos, exige, mais que nunca, o silêncio da escuta e o desejo sincero de ouvir o outro. Então, é sabedoria antiga a ser sempre lembrada: “o silêncio é ouro, a palavra é prata!”
Silêncio é, em verdade, atitude necessária e importante na vida. Pois o homem sábio vive em quietude, e só rompe o silêncio para falar o que é verdadeiro, útil e bom. Pense nisso. Mas pense agora!